Alguns meses depois...
Pisando o mais leve que podia,
carregando sua barriga de 8 meses, ia deixando o quarto que dividia com
Christian. Por milagre ele não acordou. Seu preocupado marido estava cada dia
mais protetor e não gostava que ela desse um passo sozinha. Isso já tinha sido
tema de algumas discussões, mas essas sempre acabavam com beijos e eles nunca
resolviam o assunto.
Se há algumas semanas ele já estava
mais afastado dos negócios, agora tinha decretado que estava tudo nas mãos de
Ross até que sua filha nascesse. Pensando na jovem executiva que auxiliava seu
marido, até tentou intervir e dizer que não era necessário, que estava bem e
podia ficar ao menos um turno sem ele. Na verdade, essa era uma desculpa de
Christian já que se ele, sendo o chefe de um imenso império, pode tirar uma
licença antes da chegada da filha, ela também teria como se afastar da editora.
Então, ela estava de molho em casa...e estava sendo ótimo ser mimada pelos dois
homens de sua vida.
A tarde de ontem haviam passado
fazendo piquenique. Grey teve que correr com Nevasca e Chocolate para deixar
Teddy satisfeito com a brincadeira, enquanto ela e Charlote observavam da
grama.
- Não se preocupe, Charlote! – Disse
ela acariciando o pelo macio. – Um dia você também encontrará o gato da sua
vida. Você é muito jovem ainda.
Agora, no entanto, o meio da
madrugada, o problema era outro. Eles tinham ido dormir tarde depois de
deliciosas horas passadas no quarto de jogos. Christian tinha passado óleo e
massageado toda sua pele e achava que ia dormir a noite toda.
- E quem disse que você concordou,
não é filha? – Brincou alisando a barriga imensa.
Havia engordado muito mais do que
quando esperava Teddy. Quando percebeu que isso estava acontecendo, tentou
fazer dieta e restringir alguns alimentos. Só conseguiu fazer Grey ficar mais
determinado a engordá-la.
- Você precisa comer, Ana. É pela
Phoebe.
- Não quero ganhar tanto peso,
Chris.
- Que bobagem, meu amor. Depois você
faz dieta. O importante é ela nascer forte e saudável. – Ele sempre dizia.
- Porque não é você que vai ficar
flácido, barrigudo e cheio de estrias. Só quero ver se vai ficar babado nas
magrelas por aí!
Na verdade, era brincadeira. Nunca
teve necessidade de brigar por nada assim. Christian podia ter muitos defeitos.
Infiel não era um deles. Seu marido, acima do peso ou não, só tinha olhos para
ela. E fez muito exercício para se manter em forma.
Por mais que desejasse fazer dieta,
sentia fome. Agora estava revirando o frízer da cozinha em busca de uma pizza
quatro queijos. Não tinha!
- Ouuuu minha filha...não dá para
mudar o sabor? Tem de calabresa? O que você acha?
Mas o desejo de Phoebe era quatro
queijos, não tinha alternativa...sua bebê queria essa e ponto final. O que
fazer???
- Claro filha! Tem queijos na
dispensa! A mamãe pega a massa da outra pizza, troca o recheio e vai ficar uma
delícia.
Quando iniciava sua ‘receita’,
Christian entrou na cozinha com cara de sono e preocupação.
- Ana...o que você está fazendo?
- Transformando uma pizza de
calabresa em uma de quatro queijos porque a sua filha é uma esfomeada. – Voltou
a alisar a barriga. – Mas a mamãe te ama, filha.
- Ana...são 3hs da madrugada. Vai
deitar. – Ele tinha um sorriso lindo.
- Não posso. É desejo Grey!
Ele
pensou por um instante.
- Volta pro quarto, deita e espera.
Eu vou pedir uma pizza pela tele-entrega. – E quando que ele a deixou passar
vontade?
- Com muito queijo? – Ela insistiu.
- Muito queijo. – Ele garantiu.
- Tá...eu vou subir então. – Ele já
fazia o pedido ao telefone. – Aproveita e pede também um sorvete de baunilha.
- Só um instante. – Disse ao
atendente. – Ana...você vai passar mal. Está bem! E um pote de sorvete de
baunilha também. Isso...o mais rápido que puder.
Claro que comeu muita pizza e depois
se deliciou com a sobremesa gelada enquanto Grey só observava. Até que estava
bem humorado para quem foi acordado no meio da madrugada.
- Desculpe, eu não queria te
acordar. – Disse lhe dando um beijo.
- Não tem problema...como você
sabiamente já disse em outros momentos, minha filha é gulosa como o pai. Nada
mais justo que eu esteja aqui para dar o que ela quer comer. Eu só vou ficar
bravo se você amanhã estiver se sentindo mal por causa disso.
- Não vai acontecer. – Mais um
beijo. – vamos dormir?
No dia seguinte estava um pouco
enjoada, mas não disse nada para evitar um sermão daqueles que seu 50 tons
conseguia dar. Ela parecia uma adolescente quando ele ficava bravo. Vestiu uma
roupa leve e foi tomar café.
Hoje iam comprar as últimas coisas
que Phoebe estava precisando e, como Grey dizia: depois ela poderia ficar em
casa esperando a chegada da filha com toda a tranquilidade.
O quarto estava pronto. Era digno de uma princesa.
E, para evitar
ciumeira, também fizeram um novo quarto para Teddy. Tudo escolhido por ele, mas
com um toque de Christian.
O enxoval de
Phoebe era a coisa mais linda e fofa que qualquer mãe pode desejar. Muitos
babados, frufrus, ursinhas, fitas e adereços.
Escolheram apenas
mais um carrinho para ficar na casa dos avós, as lembrancinhas e o enfeite da
porta da maternidade. Tudo delicado como sua menina.
- Mãeeeee deixe
eu ver o que você comprou pra Phoebe? -
Disse Teddy quando os viu entrar.
- Deixo, meu
amor. Mas não são coisas para ela...é só um enfeite.
- Mas ela ainda
não tem brinquedos mamãe.
- Ela vai nascer
muito pequenininha, Teddy. Tem que crescer antes de ganhar brinquedos como os
seus.
- E enquanto isso
ela só vai dormir?
- E mamar para
poder crescer.
Ele já estava bem
curioso mexendo na sacola.
Duas semanas depois...
Totalmente contra
sua vontade, estava sendo internada para passar pela cesariana. Queria esperar
sua filha dizer a hora que desejava vir ao mundo.
- Não, Ana. Eu
lembro bem o desespero que foi estar em outro país enquanto você sofria por
horas. Depois fizeram uma cirurgia de emergência. Não! Dessa vez será
programada.
E, como sempre,
foi melhor não contrariar seu maravilhoso 50 tons. Agora estava lá, preparada,
com ele segurando sua mão e o anestesista começado os procedimentos. Passou a
não sentir a barriga e viu a apreensão tomar conta das feições de Grey.
- Calma, meu
amor. – Disse ele apesar de ser o mais nervoso. – Logo teremos nossa menina nos
braços.
Mais uns poucos
instantes e sentiu um puxão no ventre. Viu as lágrimas escorrerem pelos olhos
de Christian e sentiu que também começava a chorar. Sua filha estava nascendo.
De repente ele se afastou e sumiu da sua visão por alguns minutos. Voltou
trazendo o pacotinho mais sujinho e amado do mundo. Sua Phoebe.
Tão delicada...parecia um anjo enviado para trazer felicidade.
- Obrigada...meu amor. Obrigada por me dar uma
família. – Disse Christian.
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Algum tempo depois, já no quarto, mas ainda sem
receber visitas, Puderam curtir melhor a filha. Grey deu o primeiro banho em
Phoebe, atrapalhado, tentou seguir todas as orientações dos livros que leu,
mas, ao primeiro choro da pequenina, passou para a avó que terminou o serviço.
- Não consigo vê-la chorar.
Depois de arrumada e já choramingando de fome,
chegou a hora de mamar. Estava apreensiva pelo que ocorrerá com Teddy, não
queria que Phoebe também tivesse que sofrer tudo aquilo.
- Não seria melhor já dar outro leite. E se ela
tiver a mesma alergia que Teddy?
- Não há nada que nos indique isso, Ana. E o
materno é melhor. Tente. – Disse sua sogra.
Apressada, foi sentir o cheiro do peito da mãe que
logo Phoebe estava grudada no bico. Mamou bastante para uma recém nascida e não
teve nenhuma reação anormal.
Christian observava a cena emocionado e consciente
da responsabilidade que tinha com seus filhos e a mulher que tornou aquilo
possível.