Era hora de pesar o quanto tinha
avançado. Bem pouco, era verdade, mas já era algo melhor. Afinal Bella ao menos
concordou em almoçar com ele, sem aparentar muito gosto nisso, mas já valia algo.
É claro que precisava encontrar uma forma de não causar mais brigas, coisa
impossível depois de ver o tal apartamento onde ela morava. Não estava de
acordo com as acomodações e muito menos com a segurança do lugar. Como sua mãe
permitiu isso?
Sua preocupação com segurança diminuiu
depois que teve uma conversa com quem estava na portaria na hora de sua saída. O
homem de meia idade era atrapalhado e estava nervoso quando percebeu sua
aproximação:
- Senhor? Precisa de algo?
- Sim, precisei mais cedo, mas você
não estava aqui.
- Haaaaa...sabe como é uma saidinha.
- Claro, vamos deixar para lá. O
senhor conhece a moradora Isabella Cullen, correto? Preciso que fique de olho
nela.
- Senhor eu não acho certo...
- Eu não acho certo você abandonar seu
posto e nem por isso criei problemas como, aliás, posso fazer.
- Tudo bem. O que
precisa saber?
- Ela costuma ser
trazida para casa por um rapaz. Ele entra ou a deixa aqui na portaria?
- Às vezes entra e em
outros dias só a larga.
- Quero que fique de
olho nele. – Ele pegou um cartão e entregou ao homem. – Aqui tem meu número de
celular. Quero saber se algo anormal ocorrer. Pode ser bem recompensado.
Agora
saberia se o tal Jack quisesse se engraçar com sua mulher. Mas era hora de
cobrar algumas coisinhas de Esme. Ele tinha o direito de saber onde Bella
morava e ela poderia ter feito algo para deixar o lugar mais sociável. Alice
fazia tantas compras...custava ter mobiliado o apartamento?
- Olá querido, conte
as novidades.
- Conversamos, mas
sem muitos avanços. Amanhã vamos almoçar.
- Ótimo. Conversaram
sobre o bebê?
- Pouco, mas não foi
para isso que liguei. Não gostei nada do apartamento onde Bella mora. Não chega
nem perto do nosso.
- O salário dela
também está um pouco abaixo do seu.
- Você podia ter
ajudado.
- Ela não quis. E não
está faltando nada essencial, ela apenas está economizando. Você é que nunca
precisou fazer isso. Pode ser difícil, mas é possível ter um bebê sem ser
milionário.
- Não deboche mãe,
estou preocupado.
- Mas não é nisso que
devia estar pensando. Ora Edward, aprontou tanto e vai se preocupar com móveis...Ou
isso é desculpa para trazê-la na marra para Londres e deixá-la bem longe do
Jack.
- Uma coisa é
diferente da outra. Eu vou ficar de olho nesse cara mesmo se ela resolver morar
aqui. Ele não vai chegar mais perto do que um patrão tem direito.
- Então qual o
problema?
- Consegui marcar o
almoço, mas não sei o que fazer. Mãe, eu não sei como tratar uma grávida!
Sua mãe ainda deu alguns conselhos,
mas logo depois desligou. Agora era só esperar para a hora do almoço e combinar
tudo para passarem os últimos meses da gravidez bem próximos. Isso serviria
para matar a saudade de Bella e aprender a lidar com um bebê. Não fazia ideia
de como era ter uma criança sob sua responsabilidade.
- Está com fome?
-Sim, mas podíamos ter ido a um
lugar mais simples;
- Não vejo motivos para isso. – O
garçom chegou. – Me acompanha no vinho?
- Eu...não posso beber.
- Hammm...desculpe, ainda não
consegui acostumar com isso.
- Um suco, pode ser?
Edward tentou levar a conversa para
tudo que tinha haver com o bebê. Cada exame foi discutido e o fato de não
saberem o sexo foi motivo para alguns risos sinceros dele. Mas uma questão
gerou polêmica.
- Quando é o próximo exame? Posso te
acompanhar?
- Não precisa Edward. Eu vejo o
esforça que está fazendo para me agradar, mas essa não é uma escolha natural
para você. Não quer ir a consulta, então prefiro que não vá.
- Eu quero.
- Não, você quer é fazer o que
considera certo. Vamos com calma.
- OK. Mas posso ver você a partir de
agora? Podemos almoçar ou jantar sempre juntos.
- Eu preciso de espaço Edward.
Preciso tomar as rédeas de minha vida e farei isso. As decisões são minhas.
- Vai me afastar? – Perguntou
cabisbaixo.
- Não. - Bella respondeu rápido
demais. – Só vou com calma, não quero me precipitar. Você ainda pode voltar na
decisão e não vou arriscar.
- Olha Bella. Confesso que não
aceitei tudo ainda. Não acho que esteja totalmente certa, mas sei que exagerei.
- Espere, se não entende meus
motivos, o que veio fazer aqui?
- Eu entendo seus motivos, só acho
que não podia me obrigar a passar por isso. Foi um choque muito grande. Podia
ter tentado me fazer ver o seu desejo de outro jeito.
- Estaria na mesma até hoje! Não vê
o quanto você impedia que esse assunto fosse discutido? Eu nunca seria mãe
Edward.
- Eu te amo Bella, mas ainda acho
que errou. Mas eu aceito deixar tudo para trás é só você também fazer isso.
Vamos tentar. Por favor.
- Eu preciso pensar Edward.
- Certo. Eu vou no apartamento mais
tarde e nós conversamos...
- Não Edward. Eu ligo para você
quando estiver pronta.
Mandou
para ela junto com um bilhete.
“Tentei me informar quanto a bebês e ao que
parece ele já pode entender o que se passa aqui fora. Então pensei que está na
hora dele começar a me ter por perto. Espero estar aí em breve. Aguardo sua
ligação”
Edward;
Mas nada, nenhuma ligação. Pensou
também em comprar algo para ela, mas não teve coragem de entrar na loja lotada
só de mulheres. Então desistiu. Agora estava no hotel, em plena tarde de
sábado, olhando para as paredes e se perguntando quanto tempo mais teria que
esperar. Até que seu celular tocou.
-
Alô.
-
Alô. É o senhor Cullen?
-
Você ligou. Deve saber com quem deseja falar.
-
O senhor pediu que eu ligasse caso algo acontecesse com a sua esposa e...
-
Fale de uma vez homem. – Enquanto gritava ele já pegava a carteira e as chaves.
-
Não foi culpa de ninguém, mas...
-
Fale logo!
-
Aquele amigo dela, o que o senhor pediu para cuidar.
-
O que tem ele? – Agora até torcia para ela ter simplesmente saído com Jack.
-
Ele marcou de ajudar ela com alguma coisa e veio aqui. Aí ela não abria a porta
e nós arrombamos.
-
E daí?
-
Ela tava esticada no chão. O rapaz levou ela para o hospital. Achei que ia
querer saber.
-
Qual hospital.
-
O central. – Edward agradeceu e desligou o telefone.
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