Na recepção do escritório onde Bella trabalhava Edward
pode ver a esposa, primeiramente de costas, em uma roupa discreta, calça preta
e blusa no estilo camisa. Quando ela se virou tinha os olhos eufóricos, mas
logo ficaram tristes ao percebê-lo ali.
Ela era mais feliz sem ele, isso estava claro.
Mas a única alternativa era tentar uma aproximação.
E como estava bonita. A blusa era
larga, mas estava impossível disfarçar a barriga de mais de seis meses de
gravidez. Ao lado, o cinto formava um laço e a calça escura a deixa elegante
mesmo com o aumento de peso. Quando a viu, estava organizando alguns papéis na
da mesa, foi em direção em sua direção, mas ao se virar e reconhecê-lo, tornou
a caminhar pela recepção.
- Boa tarde. – A situação era
constrangedora para ela também. – Sei que quer conversar, mas aqui...
- Sabe? – Será que minha mãe a tinha
alertado?
- Sim, temos que legalizar nossa
situação e eu sabia que uma hora aconteceria. Mas agora não posso.
- Também não quero falar aqui. Pegue
suas coisas, eu estou de carro e...
- Eu estou trabalhando Edward. – Ela
anotou algo em um papel e entregou. - Vá até minha casa hoje à noite.
- Bella eu viajei para te encontrar.
- Por isso mesmo mais algumas horas
não farão diferença. Aqui é meu trabalho e não vou misturar os assuntos. Até
depois Edward.
Edward resolveu não ir embora. Claro
que não poderia ficar dentro do prédio, mas a rua era pública. Estacionou seu
carro em lugar estratégico para não ficar muito na vista e ainda assim ter a
visão de quando Bella sairia. Uma carona ela não negaria e então se preparou
para a longa tarde de espera. Para passar o tempo ligou para a mãe.
- Diga que está tudo resolvido!
- Calma Dona Esme. Também não é
assim. – Ainda mais depois de tudo que aprontou, pensou.
- Vim no escritório, mas ela não
quis muita conversa. Ao que parece ela acredita que vim legalizar a separação.
- É o mais lógico dela imaginar.
Apareça à noite como o homem charmoso que a conquistou anos atrás e seja
atencioso com o bebê também.
- É mãe, eu só não sei bem como.
- Você consegue. Como ela está?
- Bonita. Eu não conseguia nem
imaginar ela grávida, mas está linda. Não achei ela tão magra quanto você fala.
- Está como sempre foi, mas não era
para estar. Tinha que ter mais umas gordurinhas para meu neto nascer saudável.
E como estava vestida? Ela não deixou eu comprar umas roupas lindas que vi. Tem
um vestido de corte especial para grávidas divino e agora acho que não irá
negar o presente. E também os carrinhos. Eu faço questão de comprar o carrinho
de bebê...
- Calma mãe. Deixe algo para Alice
comprar. – Ele se divertia. – Espere tudo se resolver e poderá comprar todos os
estoques de produtos para bebê nas lojas de Londres.
Ficou mais algum tempo dentro do
carro até que viu Bella deixar o prédio. Quando ia se levantar para ir até ela
percebeu outra pessoa com ela, um homem alto e moreno. Eles pareciam próximos e
durante todo o percurso o rapaz, vestido de terno e gravata, esteve com o braço
nas costas de Bella, como um apoio. Bella foi levada em direção a outro carro e
o jovem ainda a ajudou a sentar e a colocar o cinto com gestos de muita intimidade.
Ficou parado vendo a esposa ir com outro homem sem sequer saber que ele passou
a tarde esperando por ela.
Já no hotel Edward pensava na cena
que viu e tentava dizer a si mesmo que aquilo não era nada anormal. Mas nada
adiantava. Era íntimo demais! Ele tornou a ligar para Esme.
- Porque não fui informado que minha
esposa está muito próxima de um dos colegas de trabalho.
- De quem está falando? – Esmo sabia
de quem era, mas preferiu provocar.
- Não sei o nome. Moreno, alto,
pareciam muito próximos.
- Pode ser tanto Seth quanto Jack.
São ótimos amigos para ela.
Espere, tinha então dois
concorrentes???????
- São só amigos? Ele a levou embora
do escritório.
- Deve ser o Jack. Ele é o melhor
chefe que Bella poderia ter. A leva todos os dias embora e buscaria também pela
manhã se ela permitisse.
- Não é cuidado demais não?
- Vocês homens deveriam experimentar
carregar uma criança por nove meses para não fazer perguntas como essa. Pensa
que é fácil esperar ônibus depois do dia todo trabalhando. É uma cortesia dele.
Não seja bobo Edward.
- Não gostei disso mãe.
- Se acostume, acho que não está em
condições de reclamar de nada.
Passavam das 22hs quando Edward
bateu na porta de Bella. Levou horas tentando se acalmar e não pensar no tal
Jack. O prédio era relativamente bom, mas a segurança o preocupou, já que não
teve problema algum para entrar. Não era adequado à sua família.
Quando ela demorou para abrir a porta,
imaginou se ela estaria ou se alongou a noite com o patrão. Inferno! Não podia
ter deixado ela só por tanto tempo. Linda como era os cachorros logo atacavam.
Finalmente ouviu barulho no apartamento e uma ideia ainda pior lhe surgiu. E se
o homem estivesse ali, com ela? Não, grávidas não ficavam até tarde em longas
seções de sexo. Ou ficavam?
Ela abriu a porta de camisola, o que o
deixou ainda mais revoltado com sua falta de preocupação com segurança. Sua
expressão era de poucos amigos, mas não o impediu de entrar.
- Onde estão os papéis?
- Não vim falar disso e antes quero
que diga outra coisa. Quem era o cara que saiu com você do trabalho?
- Fui seguida?
- Não. Eu é que fui idiota a ponto de
ficar esperando você e tive uma desagradável visão. E aí quem era?
- Meu chefe.
- E ele está aqui? Ou depois do motel
você veio para casa? – Mal terminou de falar a mão de Bella estralou em seu
rosto. E sabia não ter o direito de reclamar, havia se excedido.
- Não tenho que te dar explicações.
- Ainda é minha mulher.
- Agora chegamos ao assunto certo. –
Ela pegou em uma gaveta um documento e falou. – O documento que preciso que
assine está aqui. Percebi que não trouxe os outros. Quero resolver isso o mais
rápido possível. – Ela entregou para ele o papel.
- Não vou assinar isso Bella, nem
trazer documento algum. Não quero mais me separar de você.
Ela o olhou em choque.
- Eu gostaria que voltasse para a
Inglaterra o mais breve possível, mas sei que estruturou sua vida aqui então
posso esperar e...
- Quanta consideração sua. Vamos ver
se entendi corretamente? Você mudou de ideia e eu tenho de aceitá-lo de braços
abertos. É isso.
- Não me quer mais?
- Não vou brincar com meu filho. - Ela
fugiu da resposta. - Você provou não ser confiável.
- Eu não vou embora Bella. Não vou
desistir. – Ele olhou o documento em suas mãos e o rasgou. – Isso está fora de
cogitação. Mesmo que não tenha você de volta, ele é meu também. E esse é outro
assunto que temos de discutir. Esse lugar não pode ser o lar de vocês, é
impossível.
- E eu posso saber o motivo?
- Não tem segurança alguma. Alguém te
avisou que eu estava subindo? – Mas não deixou ela responder. – Não, porque ninguém
viu eu entrar.
- Vou conversar com o síndico sobre
isso.
- Não, você irá deixar esse lugar.
- Isso quem decide sou eu.
- Ora Bella. Sei que não aceitou o
dinheiro que minha mãe ofereceu e eu até entendo o motivo depois de nossa
discussão, mas agora qual o problema. Encare como um presente meu ao bebê.
- Não faça piada Edward. Você não se
importa com ele. Até agora não entendi o que quer aqui!
- Quero minha família de volta.
- Mas não terá. É muito tarde para
isso!
- É ele não é? O patrãozinho.
- Não fale assim, ele vem ajudando
muito.
- Estão juntos, eu sabia. Mas se ele
já assumiu meu lugar, porque não instalou você em um lugar melhor. – Ele olhou
em volta. – Nem mobiliado está.
Edward sabia que aquela não era a
melhor hora para entrar nos assuntos mais polêmicos, logo em seu reencontro,
mas era impossível. Só de pensar naquele homem ali com ela escolhendo os móveis
do quarto de seu filho entrava em desespero. Ele começou a andar pelo
apartamento e Bella tentava impedi-lo de ver o resto da casa. A cozinha estava
relativamente bem montada, na sala faltavam móveis. Entrou em um corredor com
três portas. Abriu a primeira e encontrou um banheiro pequeno e bagunçado bem
no estilo de sua esposa.
Quando tentou abrir as outras portas
Bella o interrompeu.
- Não deixei você fazer isso.
- Estou inspecionando a casa de meu
filho. – E não gostava nada. Passou reto por ela e encontrou um quarto vazio,
com uma mesa repleta de caixas e latas empilhadas no canto. – Esse lugar ainda
está em obras. Não teve dinheiro para terminar a casa e o patrãozinho não
ajudou? Como pretende trazer o bebê para esse lugar?
- Ainda faltam três meses, estará
pronto. Eu tinha outras prioridades.
- Comer, por exemplo.
- Lidar com os gastos da gravidez.
Exames e essas coisas.
- Podia ter pedido ajuda.
- Não quero sua ajuda. Não preciso.
- Muito bem, então foi só pelo bebê
não precisar do quarto ainda está assim. Então, se eu entrar naquela outra
porta encontrarei o seu quarto montado com a mesma elegância do nosso, em
Londres? – Ele entrou e viu móveis muito simples. Bella desistiu de reclamar e
apenas se encostou na janela de seu quarto enquanto ele o analisava. – Sabe que
não está certo viver assim. Pode aceitar o dinheiro e ter uma vida mais
tranquila. É uma obrigação minha com a criança.
- Não quero suas obrigações. – Ela
estava ficando tonta. – Agora, por favor, vá embora. Outro dia conversamos.
- Não está se sentindo bem? – Edward
falou alarmado.
- Não é nada, só cansaço. Já é tarde.
- Podemos almoçar amanhã? Por favor?
- Está bem.
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