POV
Bella
Todos ficavam à minha volta perguntando
o que eu estava sentindo, se tinha calor ou frio, se podiam fazer algo para me
agradar. Mas não era possível. Tudo que podiam fazer foi feito. Jack, Seth e
Ângela ficavam horas fazendo companhia e repetindo que tudo ficaria bem. Eu sei
que ficará, seria crueldade demais perder minha menina depois de desistir de tudo
por ela.
Até Edward ficou muito tempo ao meu
lado. Ele não gostava de encontrar com meus amigos e vivia trocando farpas com
Jack, mas procurava não brigar para me agradar. Isso é o que mais a incomodava
em estar no hospital, todos sempre tinham cuidado ao falar, evitando assuntos
críticos. Mas Edward não ficava o tempo todo. Ele passou cada uma das cinco
noites ali, ao meu lado, mas cedo ia embora dando uma desculpa qualquer. Será
que estava com tantos compromissos aqui nos EUA? Ela não gostava de perguntar,
afinal não estavam mais juntos, mas se corroia de curiosidade para saber o que
era mais importante do que estar ali. Ainda mais agora que Edward resolveu
bancar o pai do ano.
Estava clara sua intenção de ficar
até ela se convencer a ir embora para Londres, mas e depois? Ele odiou sua
filha com tanta força que não conseguia acreditar naquele amor. Ele agora esta
preocupado, já que Martha não havia conseguido manter a boca fechada. Ela como
paciente tinha o direito de manter seu estado em segredo. Ou não? Desde o
início soube que sua pressão estava um pouco acima da ideal e vinha tomando as
precauções necessárias, tomando todos os remédios e se mantendo longe de
problemas. Tinha também uma reserva de dinheiro caso uma internação fosse
necessária. Algo que agora seria necessário, se Edward não estivesse ali para
olhá-la como um cão raivoso somente na hipótese dela reembolsá-lo do pagamento.
Não queria ficar devendo nada a ele! Mas não teve alternativa. Mas o problema
de saúde não tirava sua certeza de que a bebê estava bem, seria teimosa como a
mãe e sairia dessa situação.
Durante a semana no hospital, muitos
presentes e buquês de flores chegaram. Edward e Jack pareciam competir e seu
quarto estava muito próximo de uma floricultura. Alguns amigos também trouxeram
roupinhas, agora todas cor de rosa, e alguns brinquedos. Olhou para o lado e
pegou um dos presentes mais lindos e mais inúteis também, mas valia a intenção.
Afinal, mãe e pai têm o direito de comprar por impulso. Ela gargalhou ou ver o
sapatinho que Edward trouxe:
- É lindo. – Disse emocionada. –
Pena que não vai poder usar tão cedo.
- Por quê? Não vai deixar ela usar o
que eu estou dando? – Ele abaixou os olhos. – Aposto que com os presentes do
Jacob não fará isso!
- Deixe de ser implicante Edward. É
claro que ela usará, já disse que é lindo. Mas demorará um pouco. Já viu o
tamanho desse pezinho?
- É pequeno!
- Para você. Mas para ela será
grande. Está escrito aqui embaixo, é para bebês de um ano.
- Será que tem para recém nascida?
Eu troco. – Disse todo empolgado.
- Não precisa. Ela usará, apenas
temos de ter paciência. E ela já tem sapatinhos demais para recém nascida. Sua
irmã comprou o estoque inteiro. – Ele riu e eu pensei no quão perfeitos eram os
meus dias quando estávamos assim, só os dois em nosso apartamento e ele sorria
comigo em seus braços.
- Eu tive que avisar o que
aconteceu. Não duvido de em breve abandonarem Carlisle cuidando de tudo e chegarem para ficar
definitivamente cuidando de você.
- Eu prefiro que não venham Edward. – Vi que sua
expressão mudou. - Não me leve a mal.
Podem visitar, mas se mudar para cá eu não acho legal. Quero ter minha vida,
com minha filha.
- E a nossa vida, com nossa filha, como fica?
O silêncio pairou por uns
instantes.
- Eu não sei Edward. Eu não tenho certeza do que fazer e
minha prioridade agora é colocá-la no mundo com saúde.
- Ok, descanse. Tenho que resolver algumas coisa e volto
mais tarde para levá-la para casa. Tudo bem?
- Tudo.
E agora eu estava pronta para ir embora. Já tinha trocado
de roupa e esparava sentada. Jack também se ofereceu para me levar, mas eu
recusei. Não queria desmerecer o esforço de Edward, afinal ele estava tentando.
Quando ele entreou no quarto estava lindo e novamente sorridente, mas
misterioso do que andava aprontando.
- Vamos?
- Sim, mal posso esperar para outras paredes que não as
desse quarto.
- Então vamos. Sem nehuma dor? Consegue andar até o carro
ou quer que te carregue?
- Claro que posso andar Edward. – Por mais tentador que fosse.
A viagem foi rápida e confortável e Edward foi todo
melindroso ao prender o cinto de segurança com medo de que pegasse no lugar
onde bati a barriga, por ainda estar um pouco roxo. Cheguei no condomínio e
algo não me passou despercebido. Ele e o porteiro pareciam esconder algo.
Impossível, pensei. Edward este aqui uma ou duas vezes, jamais trocaria mais do
que bom dia com esse homem. Mas então tive a confirmação de que algo estava
errado ali.
- Tudo certo patrão!
- Patrão? – Perguntei para Edward quando estávamos no
elevador.
- Ele é gente boa. – Edward desconversou.
- É o mesmo que o deixou indignado por não estar na
portaria na primeira vez que esteve aqui.
- Digamos que hoje eu o considero mais. Agora esqueça
isso.
Quando
chegamos ao andar certo fui em direção ao apartamento e vi outra porta, esta
maciça e com fechadura muito mais
sofisticada.
- Resolveu
assim a questão da segurança? – Ele tinha que aprender a não resolver coisas de
sua vida sem ela saber. – Edward eu não pedi que fizesse isso.
- Mas era
necessário Bella. Veja, tiveram que arrombar a porta para você ir ao hospital,
graças às suas estripulias aliás, então tive que instalar outra. Escolhi essa.
Algum problema nisso?
- Não, nemhum. – A não ser o fato de ainda
desconfiar de mais novidades..
Edward
destrancou a porta, mas antes de abrir se virou e disse:
- Por favor
Bella, encare com o coração aberto, sim? – O que ele tinha feito?
Quando ele
finalmente abriu, vi a que se referia e fiquei em choque.