Gabriela
via e não acreditava. A todo o mais poderia suportar, entender e até mesmo
vencer, mesmo que para isso fosse obrigada a guerrear em algumas batalhas.
Havia perdido seu dinheiro e o status de invisibilidade social enquanto
liderava ações muito lucrativas no crime internacional. Agora seu rosto não
mais despertava apenas o desejo dos homens e a inveja das mulheres. Ser
reconhecida seria sinônimo de um futuro bem menos glamoroso, vivido entre
grades. Por isso deixara o Brasil às pressas e rumara para Rússia, onde teria
em suas boates condições de estabelecer-se ou garantir recursos para uma fuga
definitiva. Encontrou, porém, um cenário muito distinto do que havia deixado
por lá, tempos atrás. Com um estabelecimento fechado pela polícia, ela recorreu
ao outro para ser, além de sua fonte de recursos, esconderijo. Sua fortaleza,
porém, já não existia.
-
Senti-se, Gabriela. Não posso me dizer surpreso da sua chegada, afinal, vi seu
rosto algumas vezes hoje enquanto via os jornais internacionais. Nas editorias
policiais, é claro. – Gabriela teve de ouvir de Nikolay, enquanto esse agia como se ela fosse a visitante e não
ele, um invasor.
- Eu não posso dizer o mesmo. Saia
daqui, Nikolay. Faz muito tempo que não tenho o desprazer de encontrá-lo. E
hoje não é o melhor momento. Vá e volte, se quiser, quando eu estiver melhor
disposta.
Por mais de uma década ela teve Nikolay
como um concorrente. Um respeitoso concorrente. Ambos conheciam as
vulnerabilidades e a ousadia do outro e respeitavam-se por isso. Ele jamais entrou
no seu negócio na Rússia e ela respeitou que a Grécia era território dele. E
como ela jamais teve interesse no tráfico de drogas sintéticas, permitiu a ele
reinar sozinha nesse segmento. Apesar de nutrirem uma inimizade mútua,
mantiveram-se bem dessa forma.
- Creio que você não entendeu, minha
cara. Você não pode me mandar sair, porque esse lugar agora é meu. – Nikolay
encarou uma Gabriela descrente, quase sem chão, como jamais a tinha visto. Para
tirar-lhe o pouco que restava de serenidade, chamou a pessoa responsável por
ajudá-lo a chegar até ali e que agora invertia as posições frente a Gabriela. –
Samantha, querida, venha aqui esclarecer as coisas para nossa... convidada.
-
Eu digo que é um prazer, Gabriela. Um esperado prazer. Assim que soube do seu
sumiço, imaginei que viria buscar esconderijo aqui, e esperei, ansiosa, para
tê-la em minhas mãos. – Samantha disse.
-
Suas mãos? Não seja imbecil. – Gabriela respondeu. – Chame Otto agora, quero
esclarecimentos do que se passa aqui. Agora.
O
riso de Samantha. O deboche de Nikolay.
A bebida servida em um copo polido pela empregada. A postura vitoriosa de
ambos. Tudo aquilo dizia a Gabriela que aquela onda de notícias ruins ainda não
chegara ao final.
- Otto não existe mais, Gabriela. É
passado. Tão passado quanto você ter o direito de dar ordens. Agora, quem dá as
cartas sou eu. – Samantha disse antes de se aproximar de Nikolay, acariciar seu
peito e beijá-lo nos lábios. – Não é verdade, meu querido.
Sentindo que a situação era muito
grave, Gabriela pensou que dar um passo atrás fosse mais seguro. Iria embora e
daria a Nikolay a falsa sensação de vitória. Seria apenas uma estratégia, até
interar-se do que realmente ocorrerá ali, enquanto ela focava sua atenção no
Brasil. Seus planos eram colocar fim em Samantha o quanto antes. Pegou sua
bolsa e caminhou para a porta sem deixar transparecer sua derrocada. E sentiu a
espinha gelar quando a um estalar de dedos de Nikolay, dois de seus antigos
funcionários – que porém jamais souberam que era ela no comando – interromperam
a saída. Samantha aproximou-se e arrancou-lhe a bolsa.
- Você não vai embora, Gabriela.
Você pertence a esse lugar agora. – A negra explicou.
- Você só pode estar louca, olhe bem
para mim!
- Nós estamos olhando, Gabriela. –
Nikolay afirmou, buscando colocar ordem na discussão daquelas mulheres belas e
tão iguais em seu entender. Uma estava a passos de assumir o lugar que já fora
da outra. – Eu estou lhe fazendo um favor em aceitá-la aqui. Essa boate, que
você sempre tratou como de ‘segunda classe’, cujos clientes são mais pobres e
indelicados, terá de lhe servir de abrigo. E estou disposto a lhe oferecer
isso.
- Esse lugar é meu! – Gabriela
gritou em resposta.
- Não é o que os funcionários
pensam. E, acredite, eles já me são muito fiéis. É a parte ruim de manter a
identidade em sigilo, minha querida. Aqui, você não é ninguém, Não é nada além
de uma vagabunda qualquer a procura de uma cama pra dormir em troca de
trabalho. A sua sorte é que eu estou melhorando esse lugar. Quero melhorar a
freguesia e...o seu talento corpo é perfeito para o que tenho em mente.
- Jamais! Seu porco nojento! –
Gabriela atirou-se contra ele, buscando atingi-lo no peito, mais para
extravasar a raiva do que para ferir. Teve os punhos segurados com facilidade
por Nikolay. – Largue-me! Não sou uma dessas vadias! Você não sabe do que eu
sou capaz!
- Não se faça de santa. Você é sim
uma dessas vadias, só que usou da sua condição social para galgar alguns
degraus.
- Você não sabe de nada!
- Sei mais do que seu pai sabia ao
morrer! Sei bem dos homens que você seduziu para alcançar o seu posto na
sociedade americana. Não foi com seu curso superior que você alcançou o top,
querida. Foi usando desses belos e fartos atributos físicos que possui. Você
apenas terá de voltar nas origens.
- Jamais! Não tem como me obrigar.
- A não – Foi Samantha, muito
habituada a cumprir aquele papel, a retomar a palavra. – Você está presa aqui,
Gabriela. Tão presa quanto qualquer outra que você trouxe para a Rússia para se
prostituir. Estou com seu passaporte. Sua cara está estampada nos jornais. E se
eu quiser, ligo para a polícia e você passará décadas presa. Não há escapatória
para você.
Mesmo desnorteada, Gabriela teve
sensatez o bastante para aceitar a derrota. Manteve-se calada em aceitação. Ao
menos temporariamente, não tinha alternativa que não baixar a guarda e aceitar
a humilhante posição. De Samantha não tinha medo algum. Uma mulher fraca que
sempre esteve às sombras de homens quase tão fracos quanto ela. Seu único arrependimento
quanto a Samantha fora não ter lhe matado quando teve chance. Algo que ainda
pretendia corrigir. De Nikolay sim, tinha de manter uma distância inteligente.
Ele era capaz de ser tão cirúrgico quanto ela nas decisões, capaz de matar
friamente ou deixar viver apenas para fazer sofrer.
- Leve-a para o seu aposento,
Samantha. E prepare-a para a nova...ocupação. – Nikolay riu e observou-a. –
Esse tom de cabelo não me agradou. Vai descolorir completamente. Os cliente
irão gostar. Depois irei vê-la, Gabriela.
- Posso ser reconhecida por alguém
caso saia por aí com o mesmo visual que usava antes. – Ela argumentou. Na vida,
confiou seu cabelo a poucos profissionais. Não se agradava Samantha ter essa
incumbência.
- Com isso não precisa se preocupar.
Ficará bem diferente do que estava. – A frase soou como ameaça. Ainda assim,
Gabriela seguiu, de cabeça erguida, seguindo os passos de uma sorridente
Samantha.
...
Sabendo
que a paciente teria ao lado em tempo integral o mais atento dos médicos, a
obstetra de Elizabeth permitiu que ela fosse repousar em casa após poucos dias
de internação. O tempo por lá, porém, mesmo que pequeno, serviu para estressar
Elizabeth. Sobretudo pelo momento em que aconteceu. Ela estava com mais de oito
meses de gestação e por conta de seus problemas de saúde poderia dar à luz a
qualquer momento. Isso por si só já a enervava porque representava a chegada
concreta de um ser que seria de sua total responsabilidade. Além disso, tudo
ocorria num momento em que sua vida profissional necessitava de toda a atenção
da investigadora enquanto Beatriz precisava da irmã. Infelizmente, todas elas
eram a mesma mulher. E, como Miguel costumava repetir muito, agora era a hora
de ser ‘mãe’ acima das outras funções.
-
Além disso, para ser minha esposa, investigadora, irmã de Beatriz e mãe de
Benício, você precisa ter saúde. É hora
de se cuida, Liz. E eu estarei o tempo todo ao seu lado a partir de agora.
Bem
perto. No primeiro dia em casa após uma semana no hospital, Miguel manteve-se tão
imóvel quanto Elizabeth, não dando a ela desculpa para deixar a cama. As
orientações da médica são de que, salvo alguns passos pela casa, Elizabeth
deveria manter-se deitada. Sua pressão seguia muito alta, apesar da medicação;
e o atentado promovido por Gabriela, além de ter colaborado para que ela tivesse
um sobressalto gigantesco, também a deixou com algumas escoriações.
-
Quando será que o Drº Miguel não dará alta, bebê? – Liza brincou, acariciando a
barriga.
-
Nunca. Estou aqui para cuidar de vocês. Benício e a mamãe dele precisam da
atenção do papai. – Ele já a tinha ajudado no banho, secado seus cabelos e massageado
seus pés. – São 11hs da manhã e nosso almoço será entregue logo. O que quer
fazer enquanto isso?
-
Cuidado, Miguel.
-
Com o que?
-
Não posso sair dessa cama. Você está aí, gostoso como nunca, sem camisa e ainda
me apalpando. Posso ter ideias bem criativas do que fazer, querido marido.
-
Esse tipo de ideia está proibida até Benício nascer. Você ouviu a doutora
Francisca, acabaram os sustos e estripulias. Agora é tranquilidade até o parto.
-
Está bem. Não pode me cuidar por tentar. – Liza ainda provocou. – Achou que você
pode me trazer o notebook para eu revisar meus e-mails enquanto o almoço não
chega. E então, eu prometo, após o almoço eu dormirei. E você terá um tempinho
para cuidar da BTez.
-
Eu deixei pessoas responsáveis pela BTez. Não preciso trabalhar quando minha
esposa está prestes a parir. São as vantagens de ser patrão. – Miguel provocou
antes de beijá-la.
-
Vou buscar o seu computador, senhora Benitez. Mas sem exageros, combinado?
Elizabeth
bem que tentou manter-se calma, apenas conferindo algumas obrigações burocráticas
que deveria ter feito antes de sair de licença, mas que não conseguiu. Também
tinha certeza de que Rebeca iria lhe manter atualizada nas investigações. E
acertou. Em dois e-mails extensos, Beca a avisou que fora pedido bloqueio das
contas de Gabriela e, também, a quebra do sigilo bancário e telefônico. Essas
informações provavelmente a ligarão com outras pessoas e, com sorte, darão um
rumo às buscas.
-
Como ela pode ter desaparecido dessa forma? – Miguel ainda não havia aceitado o
fato de sua prima, com quem cresceu ser uma criminosa internacional.
E
entendera menos ainda como ela pode parar uma rodovia, forçar um acidente
jogando um carro sobre uma policial federal e, ainda assim, desaparecer no mundo.
Gabriela Alencastro, junto de seu pai, havia deixado um rastro de falcatruas
que prejudicaram muito a BTez. E agora ela atentara contra a vida de Elizabeth
e, por consequência, de Benício. Ao que tudo indicava, por mais difícil que lhe
fosse acreditar, fora Gabriela a mandante da morte de Willian. Seu amigo e
colega de medicina morrera por um capricho de Gabriela. Seu intuito era ter domínio
sobre Elizabeth por meio de Beatriz. E a vida de sua cunhada ainda era uma incógnita
que mantinha Elizabeth sem paz.
-
Sou capaz de apostar que ela já está na Rússia. – Liz trouxe seus pensamentos
para a conversa novamente.
-
Mas como chegou lá?
-
Não é fácil saber. Mas existem meios. Ela é mais esperta do que pensávamos. Por
tanto, já deve ter vindo ao Brasil portando documentos falsos ou tendo um plano
de saída alternativo. E não nos faltam fronteiras disponíveis a uma fuga.
-
Eu te conheço, Liz. Você tem uma teoria. O que faria no lugar dela?
-
É, você me conhece bem demais até. – Miguel decifrara a forma bem sucedida de Elizabeth
desvendar seus casos. Ela conseguia se colocar no lugar do criminoso, antecipar
seus passos e alcançar a resposta que procurava. – Acho que ela pegou um voo
interno, já que imaginou que em São Paulo teria uma vigilância superior. Foi até
o Espírito Santo ou Minas Gerais e de lá deixou o Brasil por ar. Ou, quem sabe,
foi até o Rio Grande do Sul e, por terra, alcançou a Argentina e de lá seguiu
para Europa.
-
Mas há algum indício de que a Noxotb tenha sido reaberta?
-
Não. Está fechada e sob olhar atendo da polícia russa. Mas Rebeca tem conseguiu
sérias indicações de que Noxotb não era a única boate liderada por Gabriela. Existiria
pelo menos mais uma. O nome dessa é o que ainda não temos. É nesse lugar que
Gabriela está, pode acreditar.
Muitos
e-mails foram apagados, alguns sites visitados, redes sociais atualizadas e, de
repente, Liz resolveu conferir uma conta de e-mail mais antiga, que usava mais
raramente. Viu que tinham várias propagandas, algumas mensagens automáticas e...uma
única mensagem a qual ela reconhecia o remetente. Reconhecia a ponto de ter as
mãos tremendo no momento em que clicou no ‘abrir’.
-
Miguel...Miguel...olhe isso. É Bia. É uma mensagem de Bia! – Elizabeth não
acreditava naquilo. E a internet, de alta velocidade, pareceu lenta em abrir o
texto.
-
Acalme-se, Liz. – Ele não precisava medir a sua pressão para saber que estava
nas alturas. - Tem muitos arquivos. Pode ser apenas uma brincadeira de mau
gosto ou vírus.
-
Não! Bia conhecia essa conta. Sempre usou-a, apesar de ter meus contatos mais
recentes.
Liz
foi abrindo os arquivos um a um, passando os olhos nos textos e anotações,
reconhecendo o texto e a forma de organização mental imposta por sua irmã a
cada matéria. Havia Beatriz em cada uma daquelas linhas rascunhadas. Nas fotos
apareciam ruas de prostituição de São Paulo, nas quais caminhavam suspeitos que
ela investigava. Beatriz estava lhe enviando informações valiosas, o que tinha
de significar alguma coisa. Ela deveria ter conseguido escapar de Sebastian
Gonzáles, talvez estivesse escondida em algum lugar, passando necessidade.
-
Veja se há algum texto no corpo do e-mail, Liz? – Miguel estimulou, vendo que o
nervosismo a fazia perder coisas obvias.
“Minha irmã, enfim consigo me comunicar com
você. Precisamos conversar. Compre um chip de celular e me envie o número. Não
pode ser o seu, nem nenhum outro que a polícia possa rastrear. Preciso da sua
ajuda
Bia”
-
Como assim? Eu sou a polícia! Porque ela não quer ser rastreada? Não faz
sentido. – Liz não entendera nada.
Miguel
também não. Mas ele conseguiu sair mais rapidamente do torpor que envolveu a
ambos. Ele tinha um chip de celular uma gaveta e entregou à Liz. Antes mesmo de
instalá-lo no aparelho, ela respondeu o e-mail de Bia, passando o número e
pedindo que ela ligasse o quanto antes. Depois disso, Miguel aceitou que não
existiria chá, banho ou massagem capaz de acalmar Liz. Ela ria e chorava ao
mesmo tempo, num nervosismo feliz.
-
Ela está viva! Viva! Eu sempre soube! Minha Beatriz está viva! – Elizabeth repetia
e abraçava Miguel sem parar.
Elizabeth
chamou Rebeca e Tom para o seu apartamento. Se ela não podia vir a Polícia
Federal, eles teriam de mudar o escritório para o apartamento dela. E todos se
surpreenderam com o que viram no e-mail. Ao que parecia, Bia tinha conseguido
liberdade o suficiente para acessar os arquivos em nuvem que utilizava para
manter suas pesquisas profissionais. Ali ela tinha materiais brutos, que não
conseguira editar para publicar porque fora sequestrada antes.
-
Com alguma sorte, aqui nessas imagens haverá alguém que nos leve até a outra ou
as outras boates de Gabriela ou até a pessoa que a vem escondendo. – Tomas afirmou.
-
Sebastian Gonzáles deve ser o nosso primeiro suspeito. – Liz lembrou o chefe. –
É provável que ele tenha ido ajudar Gabriela, abrindo espaço para Bia fugir.
-
Ele não saiu dos EUA, nem Gabriela entrou lá. – Rebeca informou. - Aliás,
minhas fontes afirmam que ele não sai de casa há dias.
-
Mesmo assim. Bia esteve com ele...ou ainda está!
-
Fique calma, Liz. Ela vai entrar em contato e vai esclarecer tudo. – Rebeca estava
ansiosa para que Miguel voltasse a ficar ali, junto de Elizabeth naquele
momento difícil. Mas, ao que parecia, não seria assim.
Depois
de seu telefone tocar muitas vezes em sequência, ele pediu licença para atender
a ligação e desapareceu na cozinha do apartamento. Liz, muito nervosa, não
percebera, mas Tom e Rebeca estranharam a demora e os passos nervosos que ele
dava no outro cômodo. Quando voltou ao quarto, ele sentou-se ao lado da esposa,
acariciou seu rosto como que pedindo desculpas. Liz, que vivia sua própria
tempestade emocional, percebeu no toque diferente e nas mãos vários graus mais
geladas, que havia algo de muito errado.
-
O que há? Miguel, você está bem? – Ela perguntou.
-
Me perdoa...eu deveria ficar aqui, com você, do seu lado, oferecendo ajuda. Mas...
-
O que houve? Quem ligou?
-
Era madre. Alejandra está dando à luz. – E a notícia o deixou com a consciência
pesada. Uma filha sua estava vindo ao mundo e ele pouco lhe deu de atenção
durante toda a gravidez de sua mãe, devido a inúmeras coisas que ela não tinha
culpa. – Virá prematura...e...eu...
-
Eu compreendo, Miguel! Vá. – Elizabeth estava tentando passar uma calma bem
superior a que realmente sentia. Saber que o marido estaria na cabeceira de
outra mulher, que ele via outro bebê nascer e que esse era um elo eterno entre
ele e Alejandra, não representava uma alegria. Ainda assim, o dever era
superior. – Rebeca e Tom estão aqui. Vá ver sua filha nascer.
-
Perdoe-me! – Ele pediu novamente.
-
Vá! Não está fazendo nada de errado. – Liz repetiu e viu Miguel sair do quarto.
Não
lhe faltavam razões para estar nervosa. Entre elas, seu marido sendo pai...de
um filho que não era o abrigado em seu ventre. Jamais reconheceria, mas a dor
estava ali, provando-a que já não era uma mulher tão fria quanto gostava de
pensar.