Beatriz preparou-se para o encontro com
Sebastian. Não apenas como Samantha orientou, embelezando cabelo e pele, mas
também buscando por informações junto de cada menina da casa que o conhecia. Poucas
lhe disseram algo realmente importante. Algumas por respeito ao homem que às
vezes buscava por companhia ali na boate. A maior parte delas por não conhecê-lo
de perto, apenas o visto circular pelo salão.
- Ele é muito exigente, não aceita
qualquer uma. Na verdade é um pouco esnobe, além de bipolar. – Natacha explicou. - Não se anime com aquele
sorriso charmoso e comece a sonhar com príncipe encantado. Sebastian não
combina com o papel. Ele não moverá um dedo para tirar você desse lugar.
- Eu sei. Não sou uma idiota. –
Beatriz afirmou.
Era verdade. Seus planos estavam
longe de incluir um príncipe. A possibilidade de pedir qualquer coisa a
Sebastian era o último de seus objetivos. O que dizer? “Sou jornalista e me
pegaram depois que denunciei o esquema de tráfico sexual. Aaa, e minha irmã é
policial federal e vai acabar com a quadrilha logo”. Não, melhor ficar calada.
Porém, Sebastian podia sim lhe ser útil, se usasse da inteligência. E era isso
o que faria. Por isso esmerou-se em conseguir informações do que ele gostava.
Agradaria Sebastian Gonzáles em tudo e arrancaria dele seu passaporte para fora
daquele lugar.
Quando um segurança levou-a ao
encontro de Sebastian, Bia usava uma roupa sensual e elegante. Disseram-lhe que
ele curtia mulheres ousadas, que não exibissem inibições na cama, mas que não
aparentassem ser o que realmente erram. Sebastian se satisfazia numa falsa
nuvem de desejo, que escondia a luxúria e ganância que dominavam o seu mundo.
Quando ficou frente a frente com ele, Beatriz viu em seus olhos o desejo
ferver.
- Entre e feche a porta. – Ele
ordenou simplesmente enquanto caminhava pela sala de estar. Surpreendendo
Beatriz, Sebastian não foi para o quarto. Parou para se servir de uma bebida. –
Tire o casaco.
Beatriz obedeceu e mostrou o que
usava por baixo do sobretudo longo e discreto. Era um vestido feito em renda
negra, emprestado por uma das garotas. Ela tinha medidas mais enxutas que
Beatriz e a peça, já ousada, tornou-se ainda mais reveladora. Pouco ficava à
imaginação quando os seios pareciam querer pular para fora do decote e as coxas
ficavam amostra.
- Tira. – Disse ele após uma breve
análise. – Quero vê-la sem nada.
Beatriz notou que Sebastian
continuava frio. Desejou seu corpo, claro, como qualquer homem desejava uma
mulher que se colocava à disposição. Mas não havia a mesma ânsia de quando a
viu no elevador do hotel ou quando esteve na boate. Agora que ela já estava ali
para satisfazê-lo, agora que já a tinha comprado, parecia ter perdido um pouco
do valor. Com isso Beatriz não contava. E teria de fazer algo para manter seu
plano de pé.
- Não. – Respondeu em bom português.
- Como é que é? – Sebastian não
estava habituado a ter algo negado. – Você tira ou eu arranco. Simples assim,
Beatriz. E se eu precisar arrancar, a noite será bem menos agradável...para
você, é claro.
- Tirar eu faço para todos,
Sebastian. Você merece que eu faça melhor. Quero dançar pra você. Nunca dancei
em particular para nenhum outro. Por favor, deixa...eu imploro.
Beatriz via o quanto Sebastian era
comandado pelo ego e seus desejos. Ali ele sentia-se um rei, dando ordens e
comandando a vida de mulheres como ela, obrigadas a lhe satisfazer. Ele gostava
de dar ordens e se satisfazer impondo seu poder. Por isso ela se ajoelhou à sua
frente e implorou como se realmente desejasse lhe dar muito prazer.
- Por favor...permita. – Repetiu.
Sebastian afastou-se dela. E, por um
momento, Beatriz pensou que o plano havia falhado. Seria expulsa do hotel e da
vida daquele homem sem nem mesmo chegar perto de alcançar o objetivo. Mas ele
andou apenas até chegar a uma poltrona, sentou-se e apertou um botão no
controle remoto. Uma música tomou o ambiente.
- Está bem. Dance Beatriz. Dance pra
mim. – Concedeu.
O show de Beatriz teve início.
Aquele tipo de sedução nunca foi parte de sua vida. Mas aprendeu muito no
período na boate. As mulheres sabiam exatamente como seduzir aqueles homens e
fazê-los gastar mais dinheiro com elas. Eles eram enganados e nem percebiam.
Ali o objetivo podia ser outro, mas a técnica exatamente a mesma. Beatriz
dançou de costas para ele e sentiu a temperatura do local subir. Sebastian a
queria, muito, estava vidrado em seu corpo. Ela desceu o zíper do vestido, mostrou
às costas e permitiu que a peça escorresse por seu corpo. Ficou diante dele se
salto alto e lingerie com cinta-liga. Tudo preto. Estrategicamente, permaneceu
de costas, expondo a curva dos quadris, a cintura e as pernas. Ouviu-o gemer
quando se abaixou.
A dança era lenta, combinava com a
batida da música e, por um instante, Beatriz teve a sensação de ouvir, ou
sentir, o coração de Sebastian bater no mesmo ritmo. Virou-se e lhe permitiu
ver seu colo exposto pelo bonito sutiã meia-taça, teve certeza que ele estava
vidrado nela, exatamente como planejado.
- Bonita. E tem o gingado típico das
brasileiras. – Ele elogiou. – Mas isso eu já sabia. Tira tudo e vem aqui.
Beatriz estava disposta a arriscar
um pouco mais, levá-lo ao limite. Sebastian é o tipo de homem acostumado a dar
ordens e ser obedecido no instante seguinte. Se fizesse isso, seria esquecida
após a primeira transa. Sebastian precisava ser contrariado. Só isso a faria
ser diferente.
- Ainda não, Sebastian. – Chamou-o
pelo nome, olhando-o nos olhos porque todas as garotas da boate que saíram com
ele lhe aconselharam a não encará-lo nem respondê-lo. Preferia o diferente, o
desafiador.
Quando olhou-a de frente Sebastian
surpreendeu-se. Desde o primeiro momento que notou-a naquela boate, no dia em que Beatriz levou
bebidas em sua mesa, percebeu sua beleza, sensualidade e charme. Uma leoa,
imaginou naquele momento. E desde aquele instante imaginou como ela seria na cama.
Sua, exclusivamente sua, para fazer o que bem entender na privacidade do hotel.
Ela, no entanto, conseguiu lhe
surpreender. Não era uma leoa, estava mais para loba, daquelas que estuda sua
presa antes do golpe. Sua intuição dizia para tomar cuidado com Beatriz. Ela
não era como as outras. Deveria freá-la, jogá-la no chão e fazê-la ver quem mandava.
Mas não conseguiu. Se ela desejava brincar de sedutora, que o fizesse, o final
seria o mesmo, de qualquer forma.
- O que você quer, bela Beatriz? –
Ele perguntou quando ela se aproximou e abaixou-se à sua frente.
- Você! Simples assim. Te quis desde
o momento que te vi.
- Ainda bem então porque você é
minha hoje. Para tudo, exatamente tudo, o que eu desejar.
- E o que você deseja? – Estavam
cara a cara. Sebastian mantinha as mãos despudoradamente apoiadas em seus quadris
quanto analisava as curvas de que dispunha.
- Nesse momento? Que você cale a
boca e me faça gozar. – Num movimento só ele rasgou o sutiã e fez a peça cair
enquanto apertava os seios até fazê-la gemer. – Eu gostei dessa sua boca
atrevida. Mas agora é bom me mostrar que ela sabe fazer outras coisas além de
me provocar. Antes que eu me irrite.
Com Sebastian era sempre assim. De
uma mão vinha o golpe, da outra o afago. Seu lado bom, generoso e delicado
acariciou Beatriz. A parte ruim, amarga e fria machucou. Sebastian urrou nos
lábios dela que nem mesmo ali, de joelhos à sua frente, parecia fraca ou
humilhada. Ela o desafiava a usá-la cada vez mais e Sebastian estava disposto a
testar sua resistência.
Sebastian ergueu-se do chão e numa
atitude que beirava a brutalidade, puxou-a junto dele até a cama. Minutos
depois Beatriz estava completamente nula e amarrada à cama. Nesse momento ela
sentiu medo. Ele parecia descontrolado, perdido, sem o domínio das próximas
atitudes. E quando tocou-a, deixou rastros em seu corpo.
- Você é gostosa demais. Eu quero
você todinha.
- Então pega. Sou sua!
- Não é não...é uma vagabunda sem
dono, qualquer um que pagar te come. Hoje sou eu.
- É, verdade. – Aquele amargou
surpreendeu-a. – E já que pagou bem, quem sabe você não come exatamente na
mesma proporção?
Sebastian desistiu de humilhá-la.
Beatriz parecia imune ao seu comportamento agressivo. Então ele dedicou-se
apenas a receber o prazer que ela parecia tão disposta a lhe dar. E gostou.
Gostou mais do que deveria, mais do que planejava. As horas passaram, o dia se
encerrou, a noite teve início e eles continuaram na cama.
- Eu já deveria ter ido embora,
segundo as ordens de Gregory. – Ela lhe disse esparramada sobre a cama num
intervalo do prazer.
- Já avisei que você será minha
durante toda a madrugada. Amanhã cedo você vai.
- Ele não deve ter gostado nada
disso. Era para eu estar na boate, dançando no balcão. – Ela fez questão de
suavizar a voz, torná-la mais frágil. – Não é bom irritá-lo.
- Esqueça Gregory. Ele não encostará
um dedo em você. Ele
tem medo de mim. Você devia ter também.
- Não tenho. Nem um pouco. – Ela
disse em palavras o que demonstrou o dia todo.
- Eu sei. Talvez seja por isso que
gostei de você, Beatriz.
As razões eram muitas. E ao vê-la
partir logo que os raios de sol brilharam, Sebastian ficou tentando entender o
que ela tinha de diferente. Não era sincera, isso estava em seus olhos, em sua
postura, em cada passo que dava. Beatriz era inteligente, esperta e culta
demais para se prostituir numa boate. Havia algo de muito estranho naquela
mulher.
Toda aquela sedução era falsa e
dispensável. Ela era naturalmente arrebatadora. Estranho como mesmo sabendo que
Beatriz não era o que aparentava, seguia tentado a tê-la cada vez mais. Quando
viu-a sair, não lhe disse nada sobre um possível futuro encontro. Continuava
desejando-a, aquelas horas não foram o bastante, mas antes tentaria entender
quem era aquela mulher.
Quando chegou no alojamento, Beatriz
sentia o corpo dolorido. As garotas estavam certas. Apesar de ser delicioso na
cama, Sebastian machucava as mulheres, até quando não planejava. Era como se o
hábito de ferir fizesse parte dele, algo a que não conseguia dominar, um vício
difícil de se livrar.
Ela andou diretamente até o
dormitório, mas no corredor, antes de entrar, encontrou com Gregory. Era muito
cedo e naquele horário ele sequer deveria estar acordado. Samantha certamente
não estava. E isso era um problema. Apesar de cruel, Samantha era muito útil
para manter o marido na linha. Sem ela por perto, Gregory costumava abusar das
garotas conforme bem entendia.
- Isso são horas? – Ele disse,
soando como um pai irritado.
- O cliente quis assim. Aposto que
você foi bem pago.
- Abusada! – Com um puxão de cabelos
Gregory aproximou-a. – Cuidado Beatriz! Minha paciência pode acabar.
- Só cumpri minha obrigação. Deveria
ter me negado a satisfazê-lo?
- Não...mas eu tinha outros para
você atender ontem a noite. Está em dívida comigo. – Ele já tinha recebido um
recado de Sebastian. Não podia tocá-la, nem feri-la. Mas ainda assim podia
castigá-la. – Pegue o material de limpeza. O salão é todo seu hoje.
- E as outras garotas?
- Elas estavam aqui ontem. Você não.
Vai limpar sozinha. – Disse e se retirou.
Beatriz limpou tudo e não perdeu o
sorriso apesar do cansaço. Apesar de tudo, seu plano foi um sucesso. Estava
confiante. Sebastian a procuraria novamente. E mais outras vezes. Seria
enredado em suas artimanhas e a tiraria dali. Fugir dele certamente seria mais
fácil que de tantos seguranças.
Pela diferença no fuso horário,
Elizabeth acordava quando Beatriz já estava exausta de tanto limpar. Quando uma
enfim podia descansar a outra começava a correr com as demandas da justiça.
Atividades eram muitas, mas duas ganharam mais a atenção de Elizabeth. O
primeiro era a prisão de Pedro Ferraz. Na noite anterior a equipe policial
tentou, mas não conseguiu efetuar a prisão. Fariam uma nova busca durante
aquele dia. Tinham em mãos o mandado de prisão e Beatriz em breve poderia
interrogá-lo.
No fim da manhã, porém, ela teve de
dar atenção a outro compromisso. Chegou apenas 10 minutos atrasada e mesmo
assim foi recebida no consultório médico indicado por Miguel com ele lhe
olhando feio.
- Curioso como nas suas diligências
você sempre chega pontualmente. – Comentou, azedo.
- Curioso como agora você resolveu
bancar o preocupado com a família.
- Já pedi perdão pelo meu erro. Você
pode até não me perdoar como mulher, mas não pode descontar no meu filho a
raiva que sente por mim.
- Não estou fazendo isso! E não ouse
me acusar de nada assim! – Liz agora já estava mais armada de respostar e se
protegendo das acusações de Miguel, mesmo que as considerasse verdadeira.
- Não estou acusando de nada! – Ele
respirou profundamente e resolveu por fim àquela discussão. – Vamos entrar
logo. A médica está aguardando.
Ao escolher o médico que trataria de
Elizabeth, Miguel preferiu que não fosse Margô, que atendia Alejandra. Não que
ela fosse nada menos que uma grande profissional. Apenas seria constrangedor
demais. As duas seriam atendidas na mesma clínica especializada em saúde da
mulher, mas por profissionais diferentes. A médica escolhida por Miguel para
cuidar da gestação de Elizabeth era já experiente, fora sua professora na
faculdade de medicina e era especializada no atendimento de gestantes
diabéticas.
- Bom dia queridos. Miguel, é um
prazer reencontrar você e ainda mais num momento tão especial. Agora me digam
com quanto tempo de gestação acham que estão? – Francisca Cesário, ao
recebê-los no consultório.
Timidamente Elizabeth teve de contar
a médica, assumir em voz alta, que vinha se comportando de forma muito errada.
Não só desconhecia questões básicas como o tempo gestacional, como tinha
certeza que as coisas não iam como deveriam. Para deixá-la mais irritada,
Miguel ficava intrometendo-se e falando detalhes ainda mais desagradáveis como
seu histórico médico ruim, sua rotina estressante e a recente perda de peso.
Em todas as vezes que ele fez isso,
Elizabeth o olhou feio com o objetivo de fazê-lo se calar. Não conseguiu em
nenhuma das vezes. Para Miguel, nada era mais importante do que garantir a
segurança dela e do bebê. Diabete, pressão alta e gravidez não eram uma
combinação que o agradasse. E ele não se importava de dizer a médica tudo
aquilo.
- Estamos diante de um início
difícil, incomum até. Mas isso não significa que vamos entregar os pontos. – A
médica ficou surpresa com tudo o que ouviu, mas não esmoreceu. – Sua
alimentação daqui para frente será regrada e de qualidade, Elizabeth. Você medirá
a glicose e a pressão com regularidade e tomará suplementos. Eu vou te indicar
uma lista de exames para serem feitos ainda essa semana. Sem falta.
- Mas... – Elizabeth já pensou na
quantidade de atividades que tinha para cumprir nessa semana.
- Ela fará todos. E cumprirá todas
as recomendações, Francisca. – Miguel intrometeu-se.
- Ótimo. Tentem me trazer os
resultados ainda essa semana. Vamos garantir que esse bebê venha ao mundo
saudável.
- É claro. – Foi tudo o que Elizabeth
conseguiu dizer. Lá no fundo era tudo o que esperava. Podia não se preocupar
com a própria saúde, agiu assim a vida toda. Mas a do filho não.
- Então faremos um ultrassom. –
Francisca orientou.
Nervosa, Elizabeth seguiu todas as
orientações da Médica e nem mesmo se importou em tentar convencer Miguel a
sair. Ele, que há poucos dias tinha visto seu filho com Alejandra num monitor
similar, agora podia ver como seu bebê com Elizabeth estava. Nem mesmo o
absurdo daquela situação tirava sua alegria. Ali estava seu filho. E ele se
emocionou ao ver as imagens e percebeu o mesmo em Liz. Ela agarrou sua mão
e apertou com força. Estavam unidos. Não é só o bebê. É o sentimento que o fez
ser concebido. Havia amor entre eles, havia algo pelo que lutar.
- Eu diria que você tem 15 semanas
de gestação. É muito. Esse bebezinho já deveria estar maior e com mais peso. Mas
daqui para frente vamos cuidar melhor dele. – A médica garantiu.
- Quase quatro meses. Está bem
adiantado. – Miguel surpreendeu-se. Liz engravidou antes que Alejandra. – Eu
vou cuidar bem deles. Garanto.
Elizabeth não gostou nada de Miguel
falar como se ela fosse sua responsabilidade ou não estivesse ali. Mas ignorou
porque sua cabeça estava perdida ainda nas imagens que via. Era seu filho. E vê-lo
tornava tudo mais concreto, mais real e mais emocional. Teria de ser muito dura
ou muito fria para ignorar aquele pequeno ser.
- Evite se estressar, Elizabeth.
Lembre-se que o bebê sente o mesmo que você, em cada minuto do dia. – Foi a orientação
final de Francisca.
Elizabeth saiu do consultório
convicta em seguir as orientações da médica. Ela, e Miguel, estavam certos. O
bebê não era culpado do fim de seu casamento. Infelizmente, sua decisão em
manter a calma durou apenas três corredores da clínica. Quando ela e Miguel
saíam pela recepção com ele apoiando um braço em suas costas, a voz irritante e
excessivamente alta de Alejandra foi ouvida.
- Mas o que é isso? Miguel! Quando
eu preciso que me acompanhe à clínica tudo é muito difícil. Mas aqui está com
ELA? Por quê? - Alejandra ainda juntava as peças. – Não! Ela não...
- Alejandra, essa clínica não é
exclusividade sua e eu venho aqui, com quem eu quiser, na hora que bem
entender. Não tenho que te dar explicações. – Miguel tentou sair levando
Elizabeth antes que a discussão ficasse pior.
- Não! Nada disso! Se trouxe ela
aqui... – Alejandra continuava gritando.
E Elizabeth perdeu a paciência.
Resolveu dar a Alejandra o tratamento que merecia. E, para isso, aproximou-se
mais de Miguel. Ela provaria o gosto amargo daquele veneno.
- Não precisa segredos, Miguel,
querido. – Ela falou como se ainda fossem um casal e viu Alejandra arregalar
ainda mais os olhos. – Você não é a única grávida, Alejandra.
- Não! Você fez isso para tê-lo de
volta! Despeitada! Só porque eu estou esperando o herdeiro dos Benitez você
tratou de engravidar! Sua...
O talento de Alejandra para inverter
a situação irritou Elizabeth. Mas isso não a fez retroceder. Ao contrário,
ganhou ainda mais combustível contra a loura.
- Sua o que, Ale? Vagabunda, vadia,
piranha? São muitas as opções para uma mulher que tenta roubar o marido da
outra engravidando. Mas eu prefiro outra palavra: desesperada. Só que a
vagabunda desesperada pelo homem de outra aqui é você. Porque eu estou grávida
do meu marido. Já você, a gente não tem como saber. – Liz gritou e todos na
recepção ouviram.
Com isso, Liz extravasou boa parte
da ira acumulada nos últimos tempos. Miguel sabia bem que aquelas palavras
tinham o objetivo de irritar Alejandra. Só isso. Ele não fora perdoado. Ainda
assim, sorria vendo Liz agir como se ainda defendesse o seu casamento. Ele
ainda podia ter esperança.
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