Beatriz entrou no carro de Sebastian
confusa e amedrontada. Se já não o conhecia bem e não sabia o que esperar das
atitudes daquele homem, com alcoolizado precisaria tomar muito cuido. Ela
acabara de ver Sebastian espancar uma mulher, mais uma. Curioso como isso
parecia não combinar com o homem carinhoso e misterioso que ela conhecia.
O percurso até o hotel levou 25min e
foi impressionante ver a cidade se transformar. Das ruas barulhentas e cheias
de luzes que ofertavam bebida e mulheres até a tranquilidade de um bairro residencial
onde o silêncio imperava para o descanso das famílias. O carro entrou direto
para o estacionamento subterrâneo do hotel e em segundos eles foram para o
quarto. O motorista parecia habituado a ver o patrão naquele estado e não
mostrou nenhuma surpresa e ter de lhe amparar. Em português Sebastian
mostrou que nem mesmo bêbado deixava de ser esperto.
- Cuidado, Francisco. Fique de olho
nela...não deixe minha garota escapar.
- Sim senhor, patrão. – Quando ele
compreendeu e respondeu na mesma língua, Beatriz percebeu que Sebastian tinha
mais ligações com o Brasil do que ela imaginava.
- Não vou fugir. – Ela disse a
Francisco. – Trabalha para ele há muito tempo?
- Muito, em qualquer parte do mundo
em que ele esteja. Por isso, é bom não me criar problemas.
Os anos de entrevistas ensinaram
Beatriz a entender um pouco das pessoas, decifrá-las pelo olhar e pela postura.
O tom de voz daquele homem negro e forte lhe dizia que havia uma relação de
lealdade entre eles. A ajuda dele para escapar estava descartada. Francisco
mantinha distância do patrão. O volume na parte de trás de sua roupa denunciavam
que ele trazia uma arma presa na calça. Não era apenas o motorista, era também
um segurança. E a liberdade com que Sebastian se apoiou nele revelava que aquilo
costumava se repetir.
Orientada pelo funcionário, ela
seguiu à frente mesmo até o quarto de hotel no qual já havia estado. Ao que
parecia, ali era o lar de Sebastian na Rússia. Ela entrou e viu Francisco
trancar a porta. Estava presa, mas, por alguma razão, aquelas correntes não a
incomodavam. Ficou na sala enquanto o funcionário seguiu com Sebastian até o
quanto. Um instante depois ele voltou.
- Agora é com você. – Disse-lhe
ainda observando-a em sua roupa de boate. – Darei ordens para ninguém vir aqui
durante o final de semana. Há um roupão e algumas roupas para você no banheiro.
Na segunda bem cedo virei para levá-la de volta. Enquanto isso, será você a
cuidar do patrão. É provável que ele peça comida. Se não, a geladeira está
abastecida.
- O que ele gosta de comer?
- Ele não lhe pedirá mais do que um
sanduíche. – Ele respondeu e saiu.
Quando chegou ao quarto Sebastian a
aguardava e palavras não foram necessárias para Beatriz entender o que ele
necessitava. Em silêncio ela tirou seus sapatos e meias. Ele apenas observava
sem tirar os olhos do profundo decote que utilizava. Ela tirou sua camisa,
calça e cueca sem que ele reclamasse. E depois de tê-lo nú à sua frente,
debruçou-se sobre seu colo achando que era esse o seu desejo. Estava errada.
- Não! – A bebedeira estava longe de
passar. - Já disse que não a quero com o cheiro do suor de outro homem. Vá para
o chuveiro. Eu a aguardo aqui. – Sebastian disse numa imponência que lembrava
histórias de realeza.
Beatriz deixou a água correr por sobre
eu corpo e sentiu um pouco do nervosismo se perder. Estava sozinha ali com
Sebastian e sem a mínima chance de escapar. E, caso escapasse, sem saber onde
ficava a embaixada brasileira, não chegaria muito longe. O melhor que tinha a
fazer era agradar Sebastian em tudo o que ele desejasse e fazê-lo acreditar
nela, confiar no que dizia. Só assim conseguiria sair para a cidade com ele e
então escapar. Depois do breve banho, Beatriz vestiu o roupão e voltou para o
quarto pronta para satisfazê-lo como nunca. Mas encontrou Sebastian adormecido
na cama, encostado nos travesseiros.
Ajeitou-o na cama e o cobriu com o
lençol. Aquela era uma boa oportunidade para conhecer o quarto e verificar as
coisas de Sebastian. O celular, infelizmente, tinha senha. O tablet e o
notebook também. Ainda assim, algumas informações foram úteis. A foto de uma
menina sorridente dobrada dentro da carteira lhe disse que Sebastian não era
tão sozinho no mundo quanto aparentava. Satisfeita com o que havia encontrado,
Beatriz deitou-se ao lado dele na cama e dormiu abraçando-o.
Sebastian
acordou confuso no meio da manhã de sábado. Estava nú na cama. Isso era normal.
E sozinho sobre os lençóis. Isso não era habitual. Levantou-se fazendo cara
feia para o cheiro de álcool que sentiu no próprio e foi ao banheiro. Só depois
de clarear o pensamento sob o chuveiro é que lembrou-se de não estar sozinho.
Fugir daquele hotel era muito improvável então o medo não lhe tomou. Sentiu sim
muita ansiedade por tê-la em seus braços.
Quando
a viu, Beatriz estava enrolada em um roupão e curvada à frente da geladeira.
Ver aquelas fartas curvas não era a pior maneira de começar o sábado. Por isso,
o pouco que restava de seu mau humor se esvaiu e ele aproximou-se com um
sorriso no rosto incomum após bebedeiras.
-
Está com fome? Podia ter pedido algo à cozinha do hotel. – Disse abraçando-a
por trás e sentindo a maciez de seu corpo.
-
Oi...não sabia se você iria se importar.
-
Deixar alguém fome não faz o meu estilo, Beatriz.
-
Eu mesma fiz. Só queria um sanduíche. Quer um?
Ele
queria, mas ao invés de fazer ou pedir que ela o fizesse, mordeu as fatias de
pão recheadas de maionese e queijo que ela comia.
-
Gostoso. Como tudo o que vem de você.
Beatriz
não se surpreendeu ao ser puxada para a cama minutos depois. Ele podia estar de
bom humor e não se parecer em nada com o homem que machucou Alexia na véspera,
mas, ainda assim, estava bem claro qual era a sua função naquele quarto.
Sebastian desejava prazer sexual. E ela lhe daria tudo o que pudesse suportar.
-
Fica nua para mim. Quero vê-la.
Analisar
aquela mulher, seja pelas pesquisas que fez tentando descobrir quem é ou vendo
seu corpo foi um deleite para Sebastian. Até agora não havia descoberto nada ao
seu respeito. Além daquilo que seria clara a qualquer homem em sua posição:
Beatriz não é uma prostituta qualquer. Sua pele é diferente, evidenciava anos
de cuidado. O mesmo podia ser dito de seus cabelos. No olhar de Beatriz se via
maturidade, mas não o ódio das ruas. Ela mantinha um olhar doce que parecia
ficar o tempo todo decifrando-o. E, acima de tudo, Beatriz não falava nem agia
como uma qualquer. Suas atitudes eram pensadas. Beatriz não veio do Brasil por
vontade própria e o maior pavor de Gregory seria perdê-la de vista. Por isso
sua insegurança sobre deixá-la sair de sua vista.
Ao
colocá-la sentada sobre seu corpo, soltar-lhe os cabelos e acariciá-la,
Sebastian se perguntava se gostaria de saber o que acontecia ou se fazia apenas
o que sua natureza pedia e usava o corpo dela enquanto lhe interessasse para
então substituí-la por outra e seguir com a vida enquanto ela passava para as
mãos de outros homens. Sem chegar a nenhuma conclusão, escolheu aproveitar
aquele momento e perdeu-se nela sem mais pensar em nada.
A
sensação de Bia era que Sebastian a tocava em cada milímetro do corpo. Sentia
sua pele quente aquecer-lhe o corpo e não pensava em afastá-lo. Seu
toque era forte e delicado ao mesmo tempo. Parecia que deixaria marcas, mesmo
sem o objetivo de machucá-la.
-
Adoro o seu corpo, Beatriz. Se não fosse uma puta, diria que a desejo só para
mim. – Sebastian falou e Beatriz não se ofendeu. Já havia aprendido que na cama
ele tinha a estranha reação de ofendê-la. Nesse caso, ele disse a verdade.
Então ela nada podia fazer além de responder-lhe, também, com sinceridade.
-
Mas sou puta. Então deveria aproveitar enquanto me tem aqui, só para si –
Respondeu-lhe.
O sábado passou rápido e quando o
domingo chegou, Beatriz estava quase acreditado que aquela agressão havia sido
forçada ou forjada por Alexia. Impossível aquele homem atencioso ter sido capaz
de feri-la. Naquelas mais de 24 horas juntos, Sebastian havia lhe tratado
melhor do que qualquer cliente, talvez até do que alguns de seus namorados e,
certamente, melhor do que o pai de sua filha. Em alguns momentos ela até sorriu
sinceramente nos braços dele. Em
alguns. Nos demais, fingiu como fazia em cada uma das outras
noites.
O mais assustador dos momentos foi
quando, já na noite de domingo, Sebastian a levou para tomarem banho juntos.
Estavam na banheira, de frente um para o outro, quando seu celular tocou. E
quando ele o pegou Beatriz prestou a atenção para ver o código que destravava o
aparelho. Depois, quando deixaram a água, Sebastian saiu do banheiro por um
instante, deixando ela e o celular. Beatriz estranhou que ele o fizesse, mas acreditou
se tratar apenas de um esquecimento e aproveitou o momento para mexer no
aparelho. Era sua chance de entrar em contato com Liz. Não foi isso. Era um
teste e ela foi reprovada.
Quando percebeu, Sebastian estava à
sua frente, arrancando o telefone de suas mãos e segurando-a pelo pescoço.
Beatriz assustou-se. Não com o aperto, nem pela agressividade. Era o olhar dele
a lhe trazer medo. Não parecia o mesmo homem relaxado e controlado de momentos
antes. Naquele instante Sebastian parecia capaz de fazer qualquer coisa,
inclusive machucá-la ou até mesmo matá-la. O seu silêncio tornava a tudo ainda
pior.
- Nunca mais mexa nas minhas coisas.
Jamais. Fui claro? – Rosnou em seu ouvido. E logo depois lhe soltou o pescoço
somente para ter livre as mãos e puder puxá-la pelos cabelos até o quarto. –
Responda!
- Sim! – Assustada, Beatriz gritou.
– Me solte!
- Eu não dou segundas chances
Beatriz. Me disseram que você não era confiável e eu resolvi testar. Gregory
está certo em mantê-la sob vigilância.
- Vai contar para ele o que eu fiz?
Sebastian observou-a antes de
responder. Na verdade, aquela hipótese nunca passou por seu pensamento. Seus
problemas eram resolvidos entre quatro paredes e nunca recorreria a alguém como
Gregory, um homem que não tinha a capacidade de tomar decisões por si só. Podia
ele mesmo dar uma lição em Beatriz ali naquele quarto, ninguém a ouviria
gritar. Mas se o quisesse, já teria feito. E sóbrio como estava naquele momento
não costumava bater em
ninguém. Seus lapsos de agressividade chegavam junto com o
álcool.
- Não é Gregory que você deve temer,
Beatriz. Ele não vai te ferir. Eu o proibi. E ele sabe que não deve me
desobedecer. Você ainda não aprendeu isso. Vista-se. Vou chamar Francisco para
levá-la de volta.
- Já? Achei que só me devolveria na
segunda!
- Eu também...mas você me
decepcionou. Vista-se, eu já disse.
- Vou vê-lo novamente? Irá me
buscar?
- Talvez. – Era um blefe e os dois
sabiam. – Se eu te quiser, você saberá.
Quando chegou de volta à boate, Beatriz
estava em choque.
Aquele homem era explosivo, sempre no extremo da elegância e
suavidade num ponto e agressividade em outros. Equilibrar
essa personalidade impossível de frear seria difícil. Ainda assim, já se sentia
ansiosa por estar com ele novamente.
Para Elizabeth a semana começou
diferente. Passou aquele final de semana acompanhado de perto Miguel
transformar a sala de seu apartamento em quarto e carregando caixas com suas
coisas. Ternos e gravadas, jeans e jaquetas de couro, pilhas de sapatos e
muitas camisetas. O banheiro agora tinha a sua escova de dentes e um frasco
daquele perfume que ela adorava.
E toda aquela mudança e bagunça
tornou o seu final de semana muito divertido. Por algumas horas Elizabeth
conseguiu esquecer que tinha uma irmã desaparecida, muitos problemas no
trabalho e uma gravidez complicada com que lidar. Por algumas horas ela se
sentiu feliz.
- Você pode usar o quarto de Bia,
por enquanto. – Ela ofereceu. Não iria dar o braço a torcer e lhe oferecer o
espaço vago em sua cama.
- Não. Logo, logo a dona dele estará
aqui e vai precisar do quarto. Eu fico na sala mesmo.
- Miguel...você não vai aguentar
isso. Precisa de conforto.
- É. Mas preciso mais de você. – Ele
reconheceu. – Além disso, você logo vai pensar em se mudar, não é? Vamos
precisar de um lugar maior quando o bebê nascer.
- Eu nem comecei a pensar nisso
ainda, Miguel.
Ele já havia percebido isso. Não
entendia como Elizabeth conseguia ser tão eficiente e com raciocínio rápido para
as investigações e lenta para resolver questões básicas da vida em família. Ainda
assim, tudo o que ele não pretendia agora era pressioná-la. Estava feliz em
vê-la mais relaxada e com um aspecto mais saudável.
- Tudo bem. Temos tempo ainda. Vou
começar a ver alguns apartamentos perto daqui. Quando tiver uma boa seleção de
algo confortável e seguro você escolhe.
- E acessível ao meu salário, não
esqueça.
- Eu e meu filho também vamos morar
nele, Liz. Tenho o dever e o direito de colaborar. Mas não se preocupe ainda
com isso.
Discutir
não era uma boa alternativa. E Liz estava tão satisfeita em tê-lo ali, para si,
como nunca teve nem depois de casada, já que viviam sob a sombra de Rúbia, que
brigar não estava nos planos. Quase como um casal, logo pela manhã ele se cumprimentaram
e seguiram cada um para seus compromissos. Os de Miguel diziam respeito a uma
nova campanha publicitária para elevar as vendas da BTez no Brasil. Elizabeth
precisava convencer Tom a assinar o acordo com Pedro para que deletasse seus
parceiros e ela, enfim, tivesse acesso a mais pistas do paradeiro de Beatriz e pôr
fim na quadrilha que lhe tirava o sono há tantos anos.
- O que você me pede não é fácil,
Liza. Eu sei o quanto é importante para você, mas Pedro Ferraz está muito bem
amarrado pelas provas.
- Eu sei! Fui eu a amarrá-lo!
- Nenhum juiz abonará muito de sua
pena, Liz. Podemos relaxar a sentença por tráfico de drogas, mas ele terá de
responder por sequestro, abuso de menores e por no mínimo dois homicídios.
Temos índicos que ele atuou para forjar as mortes de Kara e Olívia.
- Porque não me surpreende!
- Se ele falar, Liza, terá de ser
sem achar que saíra.
Então teria que ludibriá-lo. E, para
isso, nada melhor do que o conhecimento. Antes de tornar a interrogá-lo, Liz
procurou informações de sua vida fora do crime. Mesmo os bandidos tinham laços,
tinham alguém dentro do coração, ao menos uma mãe, namorada ou esposa que lhe
despertasse preocupação. Assim era Pedro. E Liz não demorou a descobrir um
ponto frado dele.
- Enfim nos reencontramos, Pedro. Eu
espero que hoje você esteja disposto a falar mais. – Ela disse ao entrar na
sala de interrogatório junto de Tom e ver Pedro acompanhado do advogado.
- Meu cliente já disse tudo o que
sabia, investigadora. Essa reunião é totalmente desnecessária. – Disse o homem
vestindo um terno pequeno demais.
- Isso quem decide sou eu. –
Elizabeth respondeu. – Batista, você só está aqui porque a lei me obriga. Então
não abuse da minha paciência.
- Vamos direto ao ponto. – Foi Tom a
trazer a conversa novamente ao objetivo. – Eu estou aqui, Pedro, para lhe
garantir que a justiça brasileira está disposta a fazer um acordo de delação
com você. Se nos entregar nomes e endereços e qualquer tipo de informação que
consigamos confirmar como verdadeira, terá diminuída a sua pena.
- Acordo? Delação? Meu cliente não
tem nada para delatar, senhor. – O advogado voltou a se manifestar.
- Tenho sim. E não se meta, Batista.
Se ninguém mais se preocupa em me ajudar, vou cuidar do que é do meu interesse.
– Ele então se voltou ao agente da lei. – O que exatamente vou ganhar? Não vão
me enganar. Quero sair livre!
- Sem chance, Ferraz. Mas te garanto
uma redução de pena. É o melhor que terá!
Liz observava a conversa calada.
Esperava a hora de agir. O momento certo. E quando Pedro pareceu querer dar um
passo atrás por Tom não lhe oferecer as garantias que exigia, ela colocou na
mesa sua carta surpresa.
- Acho que Cristina e Eduardo
ficaram mais felizes se você voltar para casa em liberdade condicional em 10
anos do que passar 20 em regime fechado. – Disse lentamente, assistindo-o
empalidecer.
- Não se meta com minha família!
Minha mulher e meu filho não têm culpa de nada.
- Concordo. Eles não são culpados de
você levar crianças para fora do país, nem participar de um esquema de
prostituição. Mas serão eles a sofrer com a sua falta. A escolha é sua, Pedro.
Pode mandar seu advogado sair e conversar comigo ou pode ouvi-lo e perder toda
a infância e a adolescência do Eduardo. Decida!
Pedro estava em dúvida. Podia
decidir por uma coisa ou outra. Era apenas um passo de diferença. E que viraria
a investigação ao avesso caso fosse no sentido que Elizabeth desejava. Claro
que ele podia escolher falar na frente de Batista. Mas, nesse caso, a delação
seria comprometida porque o advogado poderia avisar os chefes da quadrilha do
que a polícia tinha. A decisão era de Pedro e Elizabeth fez o que podia para
guiá-lo na direção que lhe interessava.
- Saia, Batista. Você não é mais o
meu representante legal. – Pedro Ferraz disse, para alívio de Liza e de Tom.
- Agora sim, vamos começar o
depoimento. – Disse colocando-se na frente do preso e sentido-se muito perto de
um importante avanço na investigação.
Naquela noite, quando Liz chegou em
casa estava cansada e em
choque. Pedro tinha falado muitas coisas. Coisas demais.
Nomes e endereços. Tudo em
Moscou. Tom lhe afirmara que o próximo passo seria entrar em
contato com a polícia da Rússia. Mas para Liz, ela tinha de embarcar e ver
aquilo tudo in loco. Autorização para isso, no entanto, seria muito difícil. E
isso já preocupava Liz. Essa preocupação estava em seu rosto. E não passou
despercebida por Miguel. Liz teve de contar tudo o que aconteceu.
- Ele falou alguns nomes que terei
de checar. Ninguém que eu me recorde de já ter investigado. Mas foi um passo
imenso para a investigação. Eu me aproximei de encontrar Bia.
- Então porque não está feliz? –
Miguel não entendia aquela ruga de preocupação.
- Estou feliz! Mas acho que ainda
conseguirei arrancar mais dele. Pretendo interrogá-lo mais uma vez e, talvez,
ir para a Rússia. Vou verificar um a um cada endereço e, se for necessário, a
cidade toda. Mas vou encontrar Bia.
- Você vai para a Rússia?
- Pretendo. Mas não sei se a PF
autorizará. O custo é alto. – Liza respondeu sem notar a surpresa de Miguel.
- Muito arriscado isso sim. Sozinha
você não vai! Vamos juntos.
- Não serão férias, Miguel. É uma
investigação policial. E você é um civil.
- Não importa! Sou seu marido e pai
do seu filho. Se você embarcar, eu vou junto! E isso não está em discussão! – Miguel
falou sem deixar margem a reclamações.
Diante daquela declaração tão
intensa, restou à Liz a certeza de que Moscou estava em seus planos e Miguel ia
junto. Ela conhecia aquele olhar muito bem. Significava que ele não ia
desistir.
AVISO DAS AUTORAS: Nessas semanas de Natal e Ano Novo vamos tirar uma pequena folga das postagens. Então no domingo, dia 9 de janeiro, postaremos o novo cap. Bjs, Feliz Natal e uma linda entrada de 2016 para todos vcs.