A
viagem foi longa e difícil. Não por falta de conforte, o Annita era um barco
maravilhoso e as quatro mulheres deixaram o povoado sem saber o que
encontrariam. Mas sabiam o que desejavam. Kate estava cansada de se esconder.
Queria das à filha um futuro melhor. Gail estava cansada das humilhações e
agressões do marido. E Ana? Anastásia queria a verdade gritada a todos. Queria
jogar na cara de Alice que sabia de tudo e que ela era a culpada pelo desastre
que foi seu casamento.
-
Ana?
-
Oi. Fale Kate.
-
O comandante disse que já podemos deixar o barco. Jacob deu ordens para um
carro vir nos levar até o aeroporto. Em algumas horas estaremos em São Paulo.
-
Que bom.
-
Você está triste. Se arrependeu?
-
Não, Kate. Não é arrependimento. É só que mesmo depois de tudo isso eu o amo. E
eu sei que podia ter dado certo. Eu e o Chris podíamos ter sido felizes.
-
Ainda podem ser. Agora que sabe a verdade o Grey vai te procurar e não há mais
motivo pra ele te tratar mal. Vocês podem ficar juntos ainda.
-
Não! Tomara que ele não venha me procurar. Casamento é confiança, Kate. E ele
não confiou em mim. Por mais que eu ame o Grey, nunca voltarei pra ele.
Ao
todo foram mais de 10hs de viagem. Estavam exaustas ao desembarcar. Jacob fora
recepcioná-las. Isso era ótimo, mas incomodava Ana. Tinha medo que ele
interpretasse errado sua fuga. Tinha sim abandonado o marido, mas não pretendia
se envolver com outro homem logo. Precisa ficar sozinha por um tempo.
Abraçou-o
carinhosamente e ia esclarecer tudo quando ele a interrompeu.
-
Você não precisa falar nada, Ana. Sou um homem maduro e gosto muito de você.
Sei esperar. E...se o que precisa é de um amigo, com comigo.
-
Obrigada, Jacob. É tudo o que eu preciso nesse momento.
-
Bom...agora você está em casa. Quer que te leve para a casa dos seus tios? Ou
prefere um hotel.
-
Hotel. Não estou preparada para ver meus tios ainda. Eles sabiam o que o Grey
pensava de mim. Também me condenaram nem sem me ouvir.
-
Então vamos para um hotel.
Os
dias que se seguiram na fazenda foram tristes. Christian não podia sair da cama
e o padre pediu que os homens o vigiassem. Nervoso como estava, poderia cometer
outra loucura. Mas ele não o fez. Apenas pediu para que terminassem de religar
a linha telefônica para poder falar com a família de Ana. Não conseguiu o
resultado que esperava.
-
É bom lhe ouvir, meu genro. – Ray o recebeu bem. – Mas passe logo para Ana.
Quero ouvir a voz de minha filha.
Era
tudo o que precisava ouvir. Ana não tinha ido para casa dos tios. Há cinco dias
tinha deixado a fazenda e não sabia para onde ela tinha ido.
-
Ela não está aqui agora, Ray. Eu liguei pra...saber notícias. – Não podia
simplesmente dizer que a sobrinha dele estava desaparecida.
-
Aqui está tudo bem. A agitação está grande para o casamento e...por falar
nisso...que dia vocês chegam?
-
Casamento?
-
Sim, Grey. O casamento de Alice e José é nesse sábado. Mas eu gostaria que
vocês viessem antes.
-
É que nós não sabíamos de nada.
-
Como não?! Alice colocou o convite no correio! Que droga! Mas até sábado vocês
têm que estar aqui.
-
Claro...claro. Eu vou falar com Anastásia.
Não
tinha mais como esperar. Mesmo com todos lhe dizendo que ainda precisava de
descanso, era necessário ir procurar Ana. Não tinha dúvidas de que ela estava
em São Paulo. Mas onde? E com quem?
-
Estou indo procurar Ana.
-
Eu vou junto. – Disse James.
-
Tem certeza?
-
Claro, Christian. Sua mulher foi embora e levou a minha junto! Quando eu chegar
perto dela acho que sou capaz de....
-
Eieieiei! Não vou admitir que vá a São
Paulo para agredir Gail. Chega! Será que não percebe que nossas mulheres foram
embora porque não as tratamos bem?
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