Quando Ana
acordou no dia seguinte, já se sentia um pouco melhor. Ainda não poderia deixar
a cama, mas as dores tinham diminuído drasticamente. Descansava e lia um livro
quando seu marido entrou no quarto.
- Como se sente?
- Bem. Para o seu desgosto, estou
mais forte a cada dia. Sua tentativa não funcionou...e daqui pra frente vou
olhar bem a minha cela antes de montar.
- Quem já veio encher sua cabeça com
isso? Eu vou investigar essa história, Ana. Ainda quero saber se isso não é
invenção de Jacob.
- E porque faria isso?
- Por que quer que tenhamos
problemas. Porque ele quer entrar na sua calcinha!
Anastásia riu até que
a dor no corpo a fez parar.
- É bom saber que alguém tem a
intenção de tirar minha calcinha sem que eu tenha de implorar. – Ele a olhou
com cara feia. – Você parece mais interessado em me castigar do que de me
satisfazer na cama, Christian.
- Nem pense que vou permitir que
aquele cara se aproxime de você.
- Devia parar de perder tempo com
isso e se preocupar com nós dois Grey...se é que ainda existe nós.
- O que quer dizer?
- Que como homem você tá me devendo.
– Ela sabia que isso o incomodava demais.
Se por um lado Grey não tinha
interesse nenhum em manter Ana satisfeita sexualmente, por outro a desejava
terrivelmente e tinha que tomar banhos frios no meio da noite para não invadir
o quarto dela. Agora mesmo, sua vontade era tomá-la sem pedir, só tomar o que
era seu e fazê-la gritar o quanto ele era homem. Só que não podia fazer isso
enquanto ela estava convalescendo. Mesmo assim não deixaria barato.
- Quer que eu pague o que te devo
agora? – Apalpou sua coxa descaradamente. – Não me provoque, Anastásia.
- Se eu sou essa vadia desgraçada
que você pensa, devia ter nojo de me tocar.
- É...devia...mas não tenho. Posso
não te aceitar como companheira, mas é minha mulher e te quero na cama. E você
é minha...é bom que o Jacob entenda isso.
Quando ficou sozinha Bella pensava
na sua triste situação. Seu marido não confiava nela em nenhum sentido. Além de
julgá-la uma assassina, também pensava que ela poderia pular na cama do vizinho
na primeira oportunidade. E isso nunca foi uma possibilidade aceitável.
Quando Padre Henrique chegou para
visitá-la, foi fácil perceber que tinha mais alguém com quem contar. Não que o
religioso confiasse nela. Parecia estar sempre querendo que ela confessasse,
mas lhe estendia a mão.
- Você quer se confessar, minha
filha? – Ele perguntou.
- O Senhor quer saber se eu sou
culpado do que meu marido me acusa? Não, Padre. Ainda nem entendi corretamente
o que aconteceu e por que Christian acha que eu sou a culpada. Mas nunca tive
nada com o irmão dele.
- E o que fará? Acho que deve ir
embora daqui, Anastásia. – Isso a surpreendeu. Um Padre incentivando o fim do
matrimônio. – Seu marido está descontrolado e vocês vivem em um lugar afastado.
Tenho medo por você.
Ela pensou por um
momento.
- Eu não, Padre. Sei da história da
cela de meu cavalo. Mas não foi Grey!
- Como pode ter tamanha confiança
nele?
- Não deveria...mas Christian teve a
chance de me matar e não o fez. Ele não quer minha morte. – Soltou um riso
amargo. – Eu tenho que estar viva para sofrer meu castigo.
- Não quer ir embora? – Ele se
surpreendeu.
Essa era a dúvida que a atormentava.
- Não assim, Padre. Não vou fugir e
lhe dar a impressão que sou culpada. Vou encontrar uma forma de provar minha
inocência.
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3 dias depois....
Ana e Grey almoçavam na sala
principal quando Taylor se aproxima dizendo que tinham visita.
- O rapaz diz ser primo da Patroa.
Posso deixar entrar?
- O que? – Grey não podia acreditar
que José estava ali.
- Claro! – Ana gritou. – Não...deixe
que eu vou buscá-lo.
Tudo que passava pela mente de
Christian era descobrir o que José vinha fazer ali e despachá-lo de volta à
capital o mais rápido possível. Provavelmente estava querendo levar Ana embora
da fazenda...e ela louca para ir. Além de achá-lo ‘pouco homem’, ainda
acreditava que ele tinha tentado matá-la. Mas não podia deixá-la partir.
- Eu não terminei minha vingança. –
Disse em voz alta pouco antes de Kate entrar na sala.
- A Ana foi receber o primo?
- A Senhora Anastásia foi receber o
primo. – Não gostava daquela garota. Era uma aliada de Ana e claramente não
vivia ali pelo salário de doméstica. – Eu sei que você se esconde de algo, Kate.
Não me faça me arrepender de te deixar aqui. Do que se esconde?
- Meu ex. – Ela olhou-o nos olhos. –
Era violento. E mulher nenhuma suporta um homem que a destrata. Nós partimos na
primeira oportunidade. A Senhora Anastásia precisa de mim?
- Não! No momento ela só precisa do
priminho dela. Vá achar um serviço!
Por mais nervoso que estivesse, não podia
deixar José perceber. Então foi o mais simpático possível. Levou-o para experimentar
a cachaça mais tradicional feita ali, os belos pastos e os cavalos. Tudo em
clima turístico.
- Papai me incumbiu de encontrar um
meio de você usar o telefone, Ana. Quero que teste os celulares que trouxe
comigo. Alguma operadora deve ter sinal aqui. – Disse José para Ana e Christian.
- Obrigada, Primo. Serão úteis...se
bem que Christian já me garantiu que a rede de telefone funcionará muito em
breve.
Grey olhou-a, sério.
- Mas então há uma rede?
- Sim, José, há. Foi destruída...por
um temporal que houve. Mas Christian vai se empenhar pessoalmente para deixá-la
em perfeitas condições. Não é, querido?
- É...claro, Ana. – Respondeu
sabendo que Ray não o deixaria descumprir a promessa.
O clima seguiu o mesmo durante o
jantar. Pesado, mas ninguém fazia claras ofensas. Na hora de dormir Kate levou
José até um quarto, bem distante dos que o casal ocupava. Mesmo assim Grey não
estava disposto a deixar Anastásia sozinha. Invadiu seu quarto pegou-a no colo.
- Mas o que você...
- Vai dormir na minha cama! Vou
garantir que o seu priminho não consiga tocar no que é meu. – Já no seu quarto
beijou-a ardentemente. – Ele pode cobiçá-la, mas eu não divido o que é meu.
Ela podia até ter motivo para se
ofender, sentir-se um objeto. Mas estava tão agradável ficar em seus braços que
preferiu não se preocupar com isso. Seu ciúme era uma deliciosa lembrança de
que ela não era apenas uma vingança. Não...aquelas mãos também a desejavam,
aquela boca estava salivando por ela.
- Eu vou te fazer gritar essa noite,
Anastásia. Gritar e gemer a ponto do seu priminho escutar e entender que você é
bem servida de homem. Não precisa que ele venha aqui.
Ana sabia que naquele momento era a
dono do jogo e ia brincar com Grey. Sentiu ele abrindo sua blusa e tocando seus
seios até torcer os mamilos até fazê-la suspirar.
- Amanhã cedo eu posso...aa..a...decidir
que você não é..aa..a.não é tão bom assim. Posso ir embora com José e me livrar
da sua vingança imbecil.
Rapidamente ele trançou seu cabelo e
com um puxão a fez olhar em seus olhos.
- Amanhã você estará
satisfeitíssima, Senhora Grey.