Aparentemente Bella
estava bem, apenas não quis tocar no assunto ‘seus pais’ e pediu que eu a deixasse
sozinha. Fiquei chateado com seu pedido, afinal em outros tempos, quando não
tínhamos segredos, ela jamais teria deixado seu marido distante de nenhum
assunto. Mas é claro que os tempos eram outros. Fui embora sozinho e preocupado
por deixá-la ali, sem minha companhia e proteção.
Já no hotel, após o banho e tentando
descansar fui surpreendido com o celular tocando insistentemente. Levei um
susto pensando que era Bella, mas não, a surpresa era boa. Alice estava na
cidade e, ao que parecia, disposta a tirar Bella da tristeza.
- Passa pra Bellinha. – Ordenou a
baixinha.
- Não estou com ela. Estou no hotel.
- Mas você não aprende né
maninho...fica longe pra ver se o Ricardão não aparece.
- Dessa vez a culpa não foi minha.
Tudo que desejo é estar lá com ela, mas nós fomos a Forks e encontramos
Charlie. Ele foi grosseiro e deixou-a triste, magoada.
- Grosso! Mas a tristeza da Bella
acabará em breve.
- Por... – Tinha até medo da
resposta.
- Porque com Alice por perto ninguém
fica triste e eu estou no aeroporto. Quanto tempo leva até aqui?
- E quem disse que eu vou te buscar?
– Era uma convencida! – Já estou saindo.
Eu pouco enxergava Alice. Ela estava
escondida em meio a malas e muitas, muitas, sacolas e caixas de presentes.
- Você queria uma carona ou um
carregador de mudanças? – Ela estava se mudando ou visitando?
- Acha que eu não traria presentes
para Bella e minha sobrinha linda? Imagina, mas não fique chateado, alguns são
para você. Agora ajude a sua irmãzinha favorita e vamos largar as malas e seus
presentes no hotel. Depois, rumo ao apartamento de Bella.
- Sim senhora. E o Jasper?
- Chega amanhã. Vai trazer algumas
outras coisinhas. – Meu pai?!?! Ainda tinha mais? – Encomendas de mamãe. Eu não
tinha condições de trazer mais nada e ela comprou dois carrinhos que são as
coisinhas mais lindas e fofas. Um rosa e outro lilás, perfeitos.
- Alice, eu terei apenas uma filha. E
já temos o suficiente para criar meia dúzia.
- Deixe de ser mão de vaca Edward
Cullen! – Era uma ordem. Melhor não desobedecer Alice Cullen.
Como não adiantava contrariar Alice,
fiquei calado. Ela estava hiperativa e falou a viagem toda. No hotel abriu as
malas e arrumou todos os pacotes de presentes para irmos a casa de Bella. Acho
que teria de fazer outra reforma e montar um closet para minha filha, não tinha
espaço para tanta roupa nos armários. Ela não me deixou ver nada.
- Papai verá junto com a mamãe. Vamos?
– E lá estava eu carregado de sacolas novamente.
Logo que tocamos a campainha não
tivemos resposta alguma, será que havia algo errado? Eu tinha uma chave reserva
desde a troca da porta, mas nunca havia entrado sem ser convidado. Estava decidido
a valorizar a opinião de Bella com tudo. E finalmente a porta foi aberta e eu
pude ver uma Bella com os olhos inchados pelo choro. Alice se espantou com a
situação, mas ignorou e logo estava com os braços envolta da inchada barriga e
beijando seu rosto. Bella também estranhou a situação, não esperava por ninguém
naquele horário e muito menos a anã consumista.
- Alice, é bom te ver!
- Pois é, meu irmão foi incompetente
em te levar embora, então eu vim. E não precisa olhar de cara feia, se quer
viver aqui, tudo bem, mas eu tinha que trazer umas lembrancinhas.
- Lembrancinhas?
- Quase nada. Venha ver. – E daí em
diante foi um tal de roupa rosa pra cá, sapatinhos, variados pra lá e vestidos
de grávida lindíssimos. - Olha esses que arraso!
-
E esses são para minha sobrinha.
- E naquelas sacolas têm alguns looks
fantásticos.
A surpresa de Alice foi agradável e
ela conseguiu deixar Bella relaxada e até fazê-la sorrir um pouco. Ela visitou
o quarto, deu pitacos na decoração e, quando já estávamos saindo para deixar Bella
dormir, tirou mais uma sacola da IMENSA bolsa que carregava.
- Era para eu te obrigar a usar hoje,
mas para que não digam que sou mimada, abrirei uma exceção. E não abra agora.
Edward só verá amanhã quando nós e Jasper vamos sair para dançar. Você vai
arrasar conosco na pista, mas tudo bem, eu não ficarei por menos. Edward e
Jasper que se preparem!
- Alice eu não sei se é adequado.
- Deixe de ser boba cunhadinha. Claro
que é, minha sobrinha tem que aprender desde cedo a mexer o esqueleto. Nas
outras sacolas tem lingerie adequada, sapatos e acessórios. Vamos Edward?
No
dia seguinte...
Depois que Jasper chegou, eu tive
algum descanso. Passei a manhã com Bella, assistindo DVDs e preparando o
almoço. Alice estava perdida em algum shopping da cidade e nós tivemos tranquilidade,
mas no início da tarde ela ligou para avisar que estavam passando no apartamento,
eu sairia com Jasper e ela teria tempo para arrumar Bella para a noite. Nem
mesmo contou onde iríamos! Mas como não sou maluco obedeci.
Eram 20hs quando bati na porta do
apartamento e Alice atendeu.
- Ela já virá. Está linda!
- Sempre foi.
- Idiota.
- Anã! – Nossa relação não mudou
nada.
Quando ela entrou na sala meu
coração disparou. O vestido era em um tom entre o rosa lindo. A manga tinha um
detalhe e o comprimento era médio. Perfeita. Entramos no carro e só quando
chegamos foi que soubemos qual era a surpresa.
- Danças latinas Alice?
- Sim, eu disse que Bella ia
arrasar.
- Alice, olhe o meu tamanho.
- Pare com isso amor. – Nesse
momento minha irmã era a mais amada do mundo. – Vamos aproveitar essa noite. Só
dança se quiser.
Mas é claro que ela quis. Bella não
conseguia ficar parada e, mesmo com o ventre dilatado, dançamos muitas músicas
de diversos ritmos. Samba, salsa, merengue e tudo o que tocou. Claro que nosso
tempo era mais lento, ela precisava disso e por vezes tínhamos que parar e
tomar ar, mas a sensualidade de Bella seguia a mesma. Ela conseguia me
enlouquecer só com o rebolado, nosso balançar de corpos foi esquentando e a
expressão ‘pedir água’ ganhou outro significado. Alice e Jasper já estavam
invisíveis para nós na pista e talvez já até tivessem ido embora, não fazia
diferença. Nos também já estávamos pensando em ir, mas ai tocou um tango e não
resistimos.
Não há música mais sensual, mais
convidativa ao sexo. Os corpos se enroscam, dão voltas, se esfregam como numa
antecipação do futuro. Um casal que dança tango não termina a noite em camas
separadas e nós não seríamos os primeiros. Levei Bella para o carro e ela sabia
o que aconteceria, talvez esse fosse seu plano. Não importava. Quando chegamos,
ainda no elevador já estávamos aos beijos e amassos. Dentro, o vestido dela e minhas roupas não
duram muito tempo, tirei tudo com pressa, nem vi a lingerie, só percebi que a
calcinha era muito pequena e delicada, a falta de sutiã tinha me atormentado a
noite toda.
- Vem de uma vez Edward! Não enrola!
- Calma amor, faz muito tempo, tenho
que aproveitar. A fome é muito, não vou me satisfazer apenas com um lanchinho,
quero a refeição completa.
E eu tive, cada pedacinho de minha
mulher. Minha novamente.
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