Seus olhos
estavam marcados pela mágoa no instante em que ela abriu a porta. Fiquei
envergonhado. Deveria pedir desculpas? Explicar porque saí correndo? Contar a
conversa que tive com mamãe. Não...nada disso era realmente importante. Preferi
avançar um passo e abraçá-la bem apertado. Senti minha Bella gelada em meus
braços. INFERNO! Eu a havia feito sofrer ainda mais.
Após alguns momentos passados em completo
silêncio, abri a boca para implorar por mais uma chance, mas não pude falar
nada. Charlie apareceu no alto da escada.
- Fora daqui Cullen!
- Sr. Swan eu...
- Fora, já disse. A Bella não
precisa de um fedelho que a faça sofrer ainda mais. NINGUÉM, ouviu bem? NINGUÉM
a tratará mal novamente.
- Eu não a farei sofrer...eu
prometo.
- Fala isso porque não a viu quando
chegou da escola. Você fez minha filha chorar! – Ele me acusou e eu sabia que
estava certo em não confiar na minha palavra. Enquanto isso, Bella não dizia
nada, apenas me olhava.
- Eu não a farei chorar nunca
mais...eu prometo.
- Papo furado. Fora daqui!
- Mas...
- Sem mas. FORA!
- Não Charlie...eu...eu quero falar
com ele. Eu e o Edward precisamos conversar.
Não aguentei de tanta felicidade e a
abracei novamente. Seja o que for que Charlie pense de mim, minha Bella iria me
dar uma segunda chance. Ela ainda me quer.
- Se você quer assim filha, tudo
bem. – Ele ainda me encarou. – Mas CUIDADO garoto! Estou de olho em você.
Fomos até o jardim para conversar.
Bella caminha de cabeça baixa.
- Bella...eu te devo um pedido de
desculpas. Quando você disse tudo aquilo eu não aguentei...foi chocante.
Eu...eu..eu...não sou perfeito Bella. Sou egoísta.
- Egoísta? – Ela não havia
entendido.
- Sim, egoísta. Achei que teria você
só para mim. E aí descubro que tem um bebê e, eu sei, que quando a gente
encontrar ele, você não será mais só minha.
- Quando ‘a gente encontrar’? Quer
dizer ‘nós dois’? – Seus olhos brilharam.
- Claro Bella. Eu vou te
ajudar...vou estar junto de você nisso. Prefiro ter um pouco da sua atenção do
que nada.
- EDWARD! Não seja ciumento. Meu
bebê vai gostar de você...e de mim, espero.
- De você eu não tenho dúvidas. É
impossível não te amar Bella. – Lhe disse antes de lhe beijar a testa e os
lábios.
Depois
de algum tempo...
- Bella...eu tenho de te dizer uma
coisa: estou apaixonado por você e entendo que passou por muita coisa difícil.
Vou te ajudar, vou estar com você, mas eu só tenho 17 anos...não sei...não sei
ser pai.
- Edward...eu não vou te pedir para
ser o pai do meu bebê...quero você como meu namorado. Só preciso que aceite que
não terá uma namorada como as outras meninas...como as namoradas dos seus
amigos. Sua namorada foi mãe aos 13 anos.
- Você é muito melhor e mais
especial do que todas elas. – Disse em completa sinceridade.
- Não vai se envergonhar de mim? –
Seus olhinhos estavam tristes.
- Não, claro que não.
- Então porque você sumiu da escola?
Optei
pela sinceridade.
- Foi informação demais Bella! Eu
nunca poderia imaginar algo assim. Foi um choque saber que a minha garotinha já
tinha um bebê...eu precisei de um tempo pra colocar os pensamentos em ordem.
- Pra onde você foi?
- Fiquei andando sozinho um pouco e
depois fui falar com a minha mãe.
- Ela deve ter ficado apavorada né?
Deve achar que sou uma menina terrível pra você.
- Nada disso. A Dona Esme acha que
você deve ser uma garota muito boa e forte para aguentar tudo o que passou.
- Sério?!?! – Que sorriso lindo!
- Sim, sério...e ela quer que você
vá jantar lá em casa um dia.
- Eu vou, claro. – Ela disse e nós
entramos. Agora eu teria de convencer Charlie.
Ele caminhava pela sala, nos
encarando, parecia diluir a informação de que estávamos juntos novamente.
Andava, parava, me encarava, andava mais um pouco...parecia armar o bote para
me atacar e atirar pela janela. Bella podia ser filha de Charlie há pouco
tempo, mas ele era como um leão protetor de sua cria.
- Você pensou bem Bella?! Ainda quer
ele? Confia nele? – Charlie não queria papo comigo.
- Sim Charlie nós conversamos e está
tudo certo...o Edward faz parte da minha vida. – Foi tão bom ouvir isso.
- Ok, não vou tentar impedir. Mas
apareça chorando aqui novamente e esse garoto vai ver o que é bom pra tosse!
Eu apenas acenei em compreensão à
ameaça de meu sogro.
- E você pretende se envolver na
busca pelo bebê, é isso? – Charlie finalmente falava diretamente comigo.
- Sim Senhor – Respondi. - Hannn Bella, qual o nome dele? Ou qual nome
você iria lhe dar?
- Arthur. Seria Arthur.
- É um lindo nome. – Eu disse.
- Ok. - Depois de uns instantes em
silêncio Charlie voltou a falar. – Tenho novidades.
- O que descobriu Pai?! – Bella
disse ansiosa.
- Bella...existe uma família que
mora no lado norte da cidade....eles adotaram um menino na mesma época que você
deu a luz. Ele tem três anos agora. Meu investigador acha que pode ser o seu
filho.
Fiquei feliz e ao mesmo tempo
preocupado. Forks não era uma cidade grande...quem seria?
- Qual o nome das pessoas? – Eu
perguntei.
- Peter Jones e Carmen Denali, sua
esposa, o adotaram. Moram na casa as irmãs dela. Se chamam Irina e Kate. –
Charlie respondeu e eu empalideci. Não! Não era possível...eles não!
- O que há Edward? Você os conhece?
– Bella me olhava espantada.
- Diga Edward! – Falou Charlie.
- São nossas...primas...quero
dizer...Carmen, Irina e Kate são primas em terceiro grau de Carlisle. Não pode
ser, elas são boas pessoas. Não roubariam um bebê.
- Mas elas têm um menino de três
anos em casa? – Bella perguntou esperançosa.
- Sim, elas adotaram um menino. Mas
a mãe dele morreu no parto...não tinha família e, como Kate não pode ter
filhos, Peter o trouxe.
- Como ele se chama Edward?
- Bella...não crie esperança de que
seja o seu bebê...não pode ser. – Mas no fundo eu também achava a coincidência
grande demais.
- Responda Edward! Qual o nome do
bebê? – Ela gritou.
- Ele...ele se chama Arthur.
As lágrimas escorriam pelos olhos de
Bella novamente. Dessa vez por felicidade e esperança.
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