O telefone tocava sem parar. Uma, duas, três,
quatro ligações. Todas finalizadas pela operadora sem que Márcia conseguisse
falar com Raul. Ao que parecia, o advogado estava realmente irredutível na
decisão de não mais representá-la judicialmente no processo da guarda de
Joaquim. Seria lealdade masculina? Não Raul jamais manifestou nenhuma simpatia
por Alex. Ainda na sala de Jonas, agora sozinha, Márcia seguiu olhando para a
porta retrato que exibia a família feliz do sócio.
Há
tempos atrás, quando acabara de se divorciar e buscava dar um novo rumo a sua
vida, a oferta de Juliana para lhe vender a parte que lhe cabia na JRJ, lhe
soou como louca e interessante. Pensou que numa empresa na qual não teria laços
familiares nem de amizade conseguiria impor um ritmo de trabalho forte aos
funcionários. Afeição e sentimentos, a sociedade com o marido lhe provou,
faziam muito mal aos negócios. Logo que chegou à JRJ, ficou chocada com a forma
quase fraternal que tinham de lidar com as obrigações.
Funcionava
para eles, era inegável, mas não lhe agradava. As agendas eram quase compartilhadas
e cabia a secretária equilibrar as mudanças de última hora. Ela simplesmente
não funcionava daquela forma. Porém, após aquela conversa com Jonas, podia ver
as razões para aquilo. Ele inegavelmente valorizava muito ambas as empresas em
que atuava, porém, nada lhe era mais importante que sua família. Isso valia
para os que viviam no interior do Rio Grande do Sul e, também aos que tinha por
perto todos os dias, ali em São Paulo.
Nunca
tornou-se íntima de Emily, talvez por acreditar demais no que Juliana lhe
afirmou. Sua amiga, que fora namorada de Jonas num passado distante, guardava
esperanças de ficar com ele até vê-lo passar rapidamente de solteiro convicto
para marido apaixonado e pai devotado. Revoltada, culpou a mulher que conseguiu
despertar em Jonas o que ela passou anos tentando sem sucesso. Agora Márcia
começa a rever seus conceitos. Parecia que tanto Jonas quanto Rafael tinham
boas razões para agir como agiam. E se por anos a JRJ funcionou dessa forma,
com sucesso, quem seria ela para questionar.
Decidida
a mudar o rumo da própria vida, Márcia deixou a construtora e seguiu até o
escritório de Raul. Talvez ele estivesse apenas ignorando suas chamadas no
celular. A secretária, porém, lhe explicou que não.
-
O senhor Raul está no fórum, em uma audiência. Não deve retornar. – Explicou a
jovem e bonita garota. – A senhora quer deixar recado?
Não
quis. Tinha de aproveitar aquele momento de decisão ou acabaria desistindo do
que planejava fazer. Voltou ao trânsito e, dessa vez, seu destino foi o apartamento
de Raul. Ela o tinha há bastante tempo, mas nunca fora procurá-lo na
residência. Chegou, perguntou ao porteiro e ficou sabendo que ele não estava.
-
Vou esperar no carro. – Avisou.
Passaram
15 minutos. Passaram 20 minutos. E mais 30. Quando Márcia estava quase
desistindo, avistou o carro dele virar a esquina. Ele não a viu, entrou na
garagem e então Márcia esperou mais um pouco, o tempo que ele precisava para
chegar ao apartamento. Então voltou a portaria e avisou ao porteiro que
gostaria de subir. Ele até argumentou que o morador não havia passado por ali,
mas logo entendeu que aquela mulher não desistiria fácil. Interfonou para um
irritado Raul, que, apesar do cansaço de um dia péssimo, resolveu receber
Márcia.
-
Eu vi suas ligações, mas não podia atender naquele momento. – Disse assim que
abriu a porta. – Iria retornar assim que pudesse tomar um banho, abrir um vinho
e relaxar. Mas já que está aqui, entre.
-
Preciso falar com você.
-
Não. Tudo o que tínhamos para resolver foi resolvido. Agora, assim que você
encontrar outro advogado, passo o caso para ele. É simples.
-
Só 10 minutos. Me dá 10 minutos para tentar te convencer a não abandonar o
caso.
-
Nem que fosse o dia todo, Márcia. Nós não conseguiremos bons resultados juntos.
É ruim para você que eu siga te representando.
-
10 minutos, por favor. – Ela insistiu.
Raul
estranhou aquela postura em Márcia. Desde o momento em que ela o contratara,
oferecendo uma quantia vergonhosamente alta para arrancar tudo o que pudesse de
Alex Salomão no acordo de divórcio. Naquele momento ele já percebia um imenso
rancor nela, mas acreditara ser algo momentâneo. Estava ferida pela traição do
marido e parceiro de tantos anos. Só que aquele comportamento pouco sensato e movido
pela mágoa, por um ideal que só via vingança, esquecendo-se da criança que
sofria em meio aquela briga, não teve fim nem mesmo perdeu força. Agora parecia
ter a sua frente outra mulher.
-
Sei que errei, não deveria ter dito o que lhe disse e nem ter tentando
interferir nas ordens judiciais. Eu preciso da sua ajuda. Não posso perder meu
filho, não posso.
-
Não sei se devo te ajudar, preciso pensar. – Ele queria ajudar, afinal, aquela
lhe parecia outra mulher. Porém, tinha medo do local aonde aquela decisão
poderia lhe levar. - Você é muito impulsiva, não aceita regras, não aceita que
mandem em você. Sei o quanto você sofreu em seu casamento, mas precisa agir pensando
além do próprio sofrimento.
-
Eu sei...
-
Eu ainda estou falando. – O advogado cortou-a. - Seu filho é a prioridade.
Deveria ser a primeira das suas preocupações. Se o seu ex te traiu, é uma pena.
Mas vocês já estão separados e você já se vingou arrancando-se muito mais do
que merecia em dinheiro.
-
Não uso meu filho em vingança. Jamais desejei isso.
-
Usa! Talvez não seja intencional, mas usa. Deve conversar com seu filho é saber
como ele se sente diante dessa situação. Aliás, essa é a minha sugestão. Faça
isso, converse com Joaquim e depois voltamos a conversar.
-
Mas...
-
Agora, se já nos resolvemos, peço que se retire, pois tenho que tomar um banho
e ir para outro compromisso. Até mais... e pense no que eu disse. – Raul disse
e abriu a porta.
-
Posso considerá-lo meu advogado novamente? – Ela estava decidida a não sair sem
essa certeza. – Por favor.
-
Pode...desde que converse com seu filho. – Ele concedeu.
Com
aquela confirmação, Márcia foi para casa. Não tinha certeza alguma do que
faria, mas estava decidia a mudar a sua forma de lidar com a vida. Sentia-se
com alguém que começava uma dieta restritiva. Só que ao invés de restringir
carboidratos ou açúcar, tentaria reduzir o ódio e as atitudes rancorosas,
abrindo espaço em sua vida para sentimentos mais bonitos.
Naquele momento, no orfanato liderado pelas
mãos maternais de Marta, Rafael seguia esperando. Depois de conversar com a
senhora que conhecia tão bem a menina que Melissa tanto desejava, ele se sentia
dormente. Seu coração estava cortado, devastado e ensanguentado. Sua vontade
era sair correndo em direção à JRJ, fazer suas reuniões e esquecer dos
problemas particulares. Mas isso não ocorreria, Não enquanto finalmente não
enfrentasse seus próprios desafios. Conversaria com Isabely e enfrentaria os
próprios demônios. Ele tremeu quando os olhos da menina se fixaram nele, mas
sentou-se ao seu lado e encarou o desafio de conversar com alguém com quem não
tinha nenhuma afinidade, mas que já era muito amada por sua esposa e filho.
-
Oi. – Foi o que conseguiu falar.
-
Oi. Se veio buscar o seu filho, ele...
-
Ele já foi, eu sei. – Rafael não sabia bem como começar a conversa, mas teve
que seguir. - Vim conhecer você, se quiser, me conhecer também, é claro.
-
Porque você quer me conhecer? Eu sou igual às crianças daqui, todas elas. Não
tenho pai nem mãe. Porque você e sua esposa querem conhecer justamente eu?
-
Até hoje pela manhã eu também me perguntava isso, Isabely. Não entendia a razão
da minha esposa desejar tanto se aproximar de você. Briguei com ela por isso.
Hoje acho que descobri por que é você e não nenhuma outra criança. Você é
especial.
-
Eu não tenho nada de especial! – Ela gritou.
-
Pra nossa família é, muito. – E agora ele se incluía nisso. - Te peço desculpas,
pois julguei você e isso não se faz a uma criança...
-
Não sou criança! – Ela repetiu.
-
Está bem. – Rafael concedeu. Porém, no íntimo, pensava que ela era muito
criança. E precisava da sua atenção. – Ninguém deve ser julgado. Não sem antes
ter a chance de se expressar. Eu agora entendo o desejo de Melissa em te
conhecer melhor. E, se você permitiu que Tales seja seu amigo, pode nos deixar
te conhecer melhor também. Vamos ser amigos?
-
Sou amiga de Tales porque ele não quer nada em troca. Gente velha sempre quer
algo em troca.
-
Eu não quero. Nada além de ser seu amigo. – Rafael respondeu, mesmo achando
graça do comentário tipicamente infantil de alguém que se dizia uma adulta. –
Só quero que você permita que a minha família a conheça melhor. Não estou
falando em adotá-la nem em levá-la para morar na nossa casa. Isso só acontecerá
algum dia, se você quiser.
-
Jura que você e sua mulher não querem isso? – Sua casa é o abrigo, sua família
é formada por Marta e as outras crianças. E desejava que continuasse assim.
-
Não posso jurar isso. Seria mentira. E eu não vou mentir pra você. Melissa quer
adotá-la sim. Eu não queria, mas agora entendo porque minha esposa pensou
nisso. Mas jamais faremos nada que você não queira. Conversei com Marta e ela
nos falou da possibilidade de você ser nossa afilhada. Assim poderá nos
conhecer melhor, frequentar a nossa casa, brincar....digo...passar um tempo com
Tales, e depois voltar aqui para a sua casa. O que acha?
-
Acho legal. Mas tem uma condição.
-
Qual?
-
Eu não quero ser mimada por vocês como se eu fosse o mascote da família. Não
preciso que fiquem me olhando com pena. – Ela explicou. Apesar de jovem,
conhecia bem aquele olhar de pena.
-
Não é pena que nos motiva, Isabely. – É amor, no caso dele um amor recém
descoberto. Mas essa parte ele optou por não externar. A menina não estava
pronta para isso. – Eu vou conversar com Marta. Se prepare então para passar
esse final de semana lá em casa. Tales vai adorar.
Ele
e Melissa já tinham cadastro como uma família acolhedora. Por isso, não foi
difícil liberar a saída de Isabely. Marta estava muito feliz. Sempre amou todas
as crianças que passaram por aquele lar, mas, por algumas, teve despertado um
sentimento especial. Emily fora um desses casos e ver aquela menina lutar por
seus objetivos e vencer na vida foi o grande orgulho de sua vida. Agora, vivia
esse mesmo sentimento por Isabely. Aquela criança tinha uma história de vida
muito sofrida e parecia lutar contra a felicidade. O coração de Marta dizia que
dessa vez Rafael e Melissa não permitiriam que ela fugisse de ter família.
Estavam dispostos a lutar por ela.
O
horário de almoço já havia passado há bastante tempo quando, enfim, os Vicentin
sentaram-se à mesa. Ninguém tinha vontade de comer. Alguns, como Milena, porque
o nervosismo havia matado todo o apetite, ou como a vovó Ângela que, comeu sem
se preocupar.
-
Vou comer sim. A família está aumentando. Isso é razão pra festejar e não para
ficar sem comer. – Vovó estava muito feliz. – E você, Milena, não me enganou
nadinha. Eu sabia que aquele rapaz ia te chamar a atenção. E não ia? Até eu,
que já passei da idade, virei o pescoço pra olhar. Ele é um charme só. Claro
que minha neta não ia deixar passar.
-
Vovó! Por favor! – Milena reclamou.
-
Isso mesmo. Não adianta ficar vermelha. Um homem daqueles a gente não deixa
passar. – A senhora não tinha papas na língua. – E agora minha Maria terá um
pai, isso é motivo para comemorar.
Maria
Fernanda tinha recebido seu almoço, no horário de sempre. Mas estava
desconfiada do que acontecia. Ela sabia que seu avô estava no escritório com
alguém, mas ninguém lhe dizia quem era. Aquela hora, deveria estar tirando seu
cochilo, mas não adormeceu, apesar da mãe ter tentado colocá-la para dormir.
Sua ansiedade foi explicada quando viu Nathan deixar o escritório. Saiu
correndo e atirou-se em seus braços. Com gestos atrapalhados, perguntou se ele
veio lhe fazer maçarão, igual aquele dia, no restaurante. Milena, percebendo
que todos riam, menos Nathan, que não havia entendido a menina, traduz a
pergunta, mas a repreende.
-
Você já almoçou. Não seja gulosa nem intrometida. – Falou por sinais e voz.
Nathan,
porém, desejava passar algum tempo com a filha. E se ela queria macarrão, ele
podia oferecer isso à menina. Bem devagar para que a pequena pudesse ler seus
lábios, ele respondeu.
-
Se sua mãe e seus avós deixarem, eu faço o macarrão agora mesmo para você.
- Não precisa Nathan. – Milena afirmou,
mas se arrependeu quando viu a mesma expressão de decepção em pai e filha.
Coube
à bisa Ângela ajudar Maria Fernanda. Cansada de ver Milena agir como pensava
ser o certo, mas não como pedia seu coração, a idosa tomou a frente. Pegou
Nathan pelo braço e, ciente de que ninguém iria contrariar uma anciã, rumou
para a cozinha.
-
Deixe o rapaz cozinhar para a menina. E para nós! Aí vemos se ele cozinha bem
mesmo. Ralhou com a neta.
-
Mamãe! – Leonel gritou. Ele conhecia bem aquela senhora e sabia que se aceitava
Nathan em sua cozinha era por simpatizar com ele. – Nathan é chefe de cozinha,
mas não veio aqui para isso. E tenho certeza que Ana está com comida pronta.
São mais de duas da tarde. Ele não vai fazer macarrão agora!
-
Vai sim! A filha dele quer. E eu também. – Estava encerrado o assunto. - Vem
meu filho, vou te mostrar a cozinha.
Maria
Fernanda foi junto, era a ajudante de cozinha. Coube a Nathan preparar apenas
um molho de tomate e colocar para cozinhar o macarrão feito em casa que sempre
estava à disposição na geladeira. Afinal, em casa de italiano, macarrão nunca
faltava. Ana o ajudou a encontrar o que precisava e, ao lado do pai, Maria
Fernanda misturou os ingredientes. Impossível para Milena não se emocionar
vendo os dois tão bem integrados naquele trabalho de equipe. Enquanto eles
trabalhava, ela pegou o celular que fora desprezado pela sala e fez uma foto
deles juntos. A primeira de muitas, desconfiava.
Terminada
a preparação e eles por a mesa e todos vão almoçar. Mesmo aqueles que não
tinham fome sentaram-se a mesa para satisfazer a pequena, que, animadamente,
realizou o desejo de almoçar aquele macarrão. Por gestos ela disse a Nathan que
estava “muito bom”. E ele, que já tinha ganho aplausos internacionais por
pratos muito mais elaborados, recebia o maior elogio de sua vida.
-
Meu filho, você cozinha muito bem. – Vovó Ângela elogiou. - Se eu fosse
solteira e mais nova, te levava para o altar agora mesmo.
Como
já era esperado, Nathan ficou sem jeito e Milena repreendeu sua avó. Na verdade
porém, a velha senhora fazia aquilo de propósito, para aliviar os ânimos,
afinal, todos naquela mesa, à exceção de Maria Fernanda, estavam nervosos.
-
Vamos todos almoçar em paz. Depois eu cuidarei da mesa. – Giovanna assumiu a
responsabilidade de colocar ordem naquela estranha refeição. - Milena e o
Nathan têm uma missão muito importante, que não pode ser adiada.
Quando
o almoço fora de hora termina, Maria Fernanda pergunta se pode ir brincar no balanço.
A mãe concorda, mas avisa que ela e Nathan irão também.
-
Temos que te contar uma coisa. Vamos brincar. – Ela avisa, fazendo a alegria da
menina.
Enquanto
Nathan e Maria vão ao balanço, Giovanna chama a filha e lhe entrega um álbum de
fotos. Nele, recordações da gravidez de Milena, do nascimento de Maria Fernanda
e sua primeira infância. Os primeiros passos, as primeiras quedas, a ida para a
escolinha, o crescimento dela. Após agradecer a mãe, Milena foi ao encontro de
pai e filha, carregando aquelas tão importantes recordações. Quando chega ao
parquinho, encontra a filha no colo do Nathan, se balançando.
-
Tem um lugar para mim nessa brincadeira?
-
Sempre haverá lugar pra você. – Nathan responde, abrindo espaço para ela.
Com
Maria sentada entre os pais no imenso balanço, Milena entrega para Nathan o
álbum. Juntos, eles ficam olhando as imagens e comentando uma a uma. Muitas
vezes Maria quis dizer algo para ele, mas precisou da tradução de Milena. Ela,
delicadamente, ia fazendo essa ponte entre pai e filha enquanto ainda
precisavam de ajuda. Logo compreenderiam um ao outro só pelo olhar.
Foto
por foto Nathan foi se emocionando e conhecendo a história de sua filha. Do
miúdo bebê que nasceu sem ter um pai para ampará-la, até a menina que encantava
a todos. Seu crescimento estava ali. E era perceptível em cada foto o tamanho
do amor que cada Vicentin tinha por Maria. Ao virar as páginas do álbum Nathan
sentiu uma ferida se fechar em seu peito e agradeceu a Milena por isso. Agora,
ao menos conhecia um pouco melhor aquela menina que tanto já amava.
-
Obrigada. De verdade. – Disse para ela. – E me perdoe. Eu queria muito ter
estado aqui no dia em que você deu a luz. Mas eu entendo que a culpa é minha.
Você não tinha razão para acreditar que eu seria um bom pai. Eu vou ser,
prometo.
-
Vamos deixar o passado no lugar dele, Nathan. Ainda tem muitas páginas em
branco nesse álbum. Muitas. – Ela então olha para a filha, que não entendia
porque os adultos estavam tão sérios. – Maria, você quer ver a nova foto que a
mamãe colocará no álbum? Uma foto sua
com seu pai?
Curiosa
e desconfiada, Maria olha para mãe com os olhos brilhando. Milena tira o
celular do bolso e mostra a foto dos dois cozinhando, pouco tempo antes.
Instantaneamente, pai e filha se olham, ambos entenderam o que Milena disse por
sinais e voz ao mesmo tempo. Maria olha para Nathan, desce do balanço e depois
passa a encarar a mãe, esperando por uma confirmação. Ela demora a acreditar.
Por um gesto, perguntando para mãe: “ele é meu pai mesmo?”. Milena faz que sim
com a cabeça e Maria abraça Nathan silenciosamente. Sempre quis um papai e
agora tinha um. Milena sai lentamente, deixando pai e filha aproveitarem o
momento. Ele deixou escapar algumas lágrimas. Ela era só sorrisos. Formas
diferentes de expressar o mesmo sentimento.