Olá amigas e amigos que acompanham Vidas Ocultas. Tenho um recadinho chato. Por motivo de saúde na família eu não consegui escrever o cap que postaria hoje, domingo. Peço desculpas. Sei que havia leitores aguardando. Prometo que até quinta-feira eu posto.
Posso adiantar que Miguel irá surpreender a todos com uma atitude.
Também quero dizer a vocês que criamos grupo secreto Delírios Devaneios e Algo + no Face. Quem quiser é só avisar pra ser add. Lá podemos falar dos nossos delírios e devaneios a vontade.
https://www.facebook.com/groups/419165068230758/
Bjs e até quinta!
domingo, 30 de novembro de 2014
domingo, 23 de novembro de 2014
Diaba Ruiva - Passado revelado: cap 6
No dia seguinte, sob
uma autorização especial, Neal conseguiu visitar Rachel. Primeiro apenas
observou-a. Ela estava entrando no sétimo mês de gravidez e bem mais inchada
que há três semanas, quando voltaram da França. Não era uma surpresa, mas sim a
confirmação de que o presídio estava lhe fazendo mal. Sob os olhos ela levava
as marcas de uma noite mal dormida. E ele simplesmente não soube o que lhe
dizer.
- Olha...eu sei que não
deveria ter brigado com o médico. Eu sei tá! Mas ele não vai encostar na gente.
Nem em mim nem na Helen. Ele disse que eu não deveria ter mais filhos e já ia
preparar um procedimento de esterilização pro pós parto e...
- Calma...eu não disse
nada. Nem pretendo te recriminar. Esse médico não vai te atender nunca mais, se
é a sua vontade. – Os anos de convivência lhe ensinaram a acalmá-la antes de
qualquer coisa.
- Mas e Helen? Ela
precisa...
- Vocês duas precisam
de atendimento médico. Nós estamos resolvendo isso, Rachel. O Mozz entrou com
pedido para que Richard te atenda. Se nos negarem, teremos de ver outro médico
da nossa confiança. Não se preocupe. E como você está?
- Bem...dolorida, mas
bem.
- As costas doem?
- Sim. Me sinto muito
pesada. Estou pesada demais.
Circulando a mesa que
os separava Neal começou a tocar-lhe de leve as costas numa massagem
improvisada e sob, sabia, olhos atentos dos guardas. Sentiu o quanto ela estava
enrijecida pelo estado nervoso.
- Tem de se controlar,
amor. – Num beijo dada perto do ouvido ele conseguiu lhe passar a mensagem
desejada. – Sabe que vou te tirar daqui. – Ele tornou a erguer o tem de voz. –
Relaxa e peça auxílio médico caso a dor fique forte.
- Mas nada disso é insuportável, amor.
- Quando tudo isso acabar a gente vai estar junto e
esquecer tudo isso.
- E George?
- Querendo te ver. Pede
por você. Pergunta se não vai voltar. Eu não sei mais o que dizer, Rachel.
Talvez seja melhor trazê-lo e...
- NÃO! NUNCA. – Ela
exaltou-se. - Não quero que meu filho me veja assim, Neal.
- Eu acho que ele
lidaria melhor com isso do que com o afastamento, Rachel. Mas eu vou respeitar
seu pedido.
Quando deixou o
presídio Neal seguiu ao FBI com a cabeça em dois grandes problemas: o caso da
tela falsificada e o atendimento médico de Rachel. O aspecto dela não era bom.
E não apenas fisicamente. Rachel lhe pareceu muito triste, quase depressiva. No
início dos sete meses, estavam próximo do limite para uma fuga. Logo Peter a
tiraria de lá ou ele mesmo o faria.
Antes de chegar ao FBI
já encontrou com Sara no caminho e foi discutindo os poucos avanços do caso.
Estava aguardando o quadro para analisar e já tinha pesquisado para descobrir
informações do original. Mozz tinha pedido informações a alguns contatos e nada
apareceu. Seja quem fosse o falsificador que trocou as peças, não vendeu o
original no mercado negro ainda, ou seja, não tinha lucrado com o golpe.
- Natural. Está
esperando a poeira baixar. – Tinha dito Mozz ao saber do crime.
Peter tinha na véspera
interrogado o homem que vendeu o ‘Landscape
with Horses’ para Lorenzo Beltracci. O curador de um museu pouco
conhecido da Bulgária disse ter a peça há anos e jamais desconfiar que de
poderia ser uma falsificação. Na época da compra, um especialista analisou e
garantiu ser real. Quando passou todas as novidades à Sara, ela apresentou suas
conclusões.
- O quadro pode ter
sido trocado no acervo do antigo dono e ele vendeu sem saber que praticava um
crime. É uma hipótese difícil, porém não impossível. A outra alternativa é que
Lorenzo comprou o original e a peça trocada entre a entrega e ele procurar a Sterling-Bosch
Seguradora. – Disse ela.
- Eu acredito mais numa terceira
hipótese: seu ex comprou o quadro original e o tem bem guardando. Contratou um
falsificador e fez uma cópia praticamente perfeita. Se o golpe desse certo, sua
cópia seria roubada muito em breve e ele ganharia o seguro da peça e, mais pra
frente, venderia a original no mercado negro. Lucraria duas vezes. Sinto muito,
Sara, mas acho que ele não procurou a Sterling-Bosch para se aproximar de você.
- Sem deboche Neal. – Ela sorria. –
Já estou cogitando essa hipótese também. Agora você irá analisar a cópia e
estimar há quanto tempo foi feita. Aí poderemos ter certeza.
- Onde está o quadro?
- No FBI a nossa espera, querido.
- Quanta eficiência, Sara.
- A de sempre, Neal Cafrey, a de
sempre. – Ela respondeu enquanto já subiam pelo elevador. – Logo avistaram
Peter chamando por Neal em sua sala. – Vá fazer seu trabalho, Neal...enquanto
isso vou ver meu namorado. Nos reunimos depois.
O ‘trabalho’ era uma das atividades
de que mais gostava no FBI. Analisar documentos ou obras de arte exigia olhar
apurado e técnica. Ele sabia reconhecer até as mais perfeitas falsificações
justamente por ser capaz de fazê-las.
Ele, Peter e o especialista da
segurado tinham a peça à sua frente. Era um lindo quadro, digno de ser
apreciado num museu...mas, definitivamente, não fora esse a estar exposto na
Bulgária por anos antes de Lorenzo comprá-lo.
- Esse quadro não tem nem seis
meses. É tinta jovem demais. – Decretou. – Não se deram nem ao trabalho de
envelhecer direito. Se tivessem feito isso, o golpe poderia ter passado
despercebido.
- Então o próprio Lorenzo tem o
original. É esse seu veredito?
- É isso, ou alguém roubou da casa
dele. Onde o quadro ficou guardado da compra até ir a seguradora?
- No cofre de seu apartamento. –
Peter respondeu.
- Então, se tivesse que apostar,
diria que ainda está lá bem guardado enquanto não é negociado no mercado negro.
- OK então. Vou avisar Sara de que
vamos solicitar mandado. Lorenzo Beltracci receberá uma
visita nossa. – Peter decidiu. Confiava cegamente em Neal quando o assunto era
falsificações. Não havia ninguém melhor.
Quando
ficaram sozinhos novamente, porém, tiveram de falar de assuntos mais
complicados. Peter tinha duas notícias para dar a Neal. Uma era ruim, a outra
péssima. Nessa manhã, enquanto ele estava no presídio visitando Rachel, tinha
tentado por pedido de Mozzie acelerar o julgamento das duas solicitações de
Rachel. O juiz concordou, pelo laudo assinado e confirmado pela médica, que
Rachel precisava de acompanhamento especializado ficando sob responsabilidade
do estado escolher o médico. Isso significava que ela ganharia outro médico,
mas Richard estava descartado.
-
Só nos resta torcer para ser um bom médico e para Rachel aceitá-lo bem então. –
Neal compreendeu.
-
Sim. E o outro pedido de Mozz, das visitas particulares, ainda será julgado.
-
É, eu sei. E quanto ao julgamento que realmente precisamos? Já faz três semanas
Peter!
-
Eu...esse é o outro assunto no qual precisamos conversar. Saiu a primeira
decisão, Neal. Veio hoje cedo. – Pela cara de Peter, Neal entendeu o resultado.
– A juíza disse não. Claro que podemos e vamos insistir. Mas, por enquanto, ela
disse “não haver razão para a detenta deixar a casa prisional visto que ela já
mostrou-se instável psicologicamente em outros momentos, aproveitou-se de
acordo anterior para fugir e, a Divisão de Colarinho Branco até o momento não
apresentou nenhuma real necessidade de contar com seus serviços. Levando em
consideração o avançado estado gestacional esta magistrada julga, inclusive,
ser desaconselhada a participação da detenta em qualquer acordo que a coloque
em serviço policial enquanto estiver grávida ou amamentando devido a segurança
do nascituro.” – Ele concluiu lendo a sentença.
-
INFERNO! Ela está sugerindo que Rachel fique presa por, no mínimo, mais três
meses. Esperando Helen nascer e o leite secar. E ainda acha que é o melhor para
Helen.
-
Nós vamos continuar tentando, Neal.
-
Eu sei que vão. – Mas ele deu às constas a Peter e saiu caminhando até sua
mesa. Tentar não bastava.
Neal
trabalhou normalmente durante toda aquela tarde. A cabeça estava em casa, mas
não podia largar suas obrigações. Enquanto o mandado de busca contra Lorenzo
não era liberado, trabalhou em outros casos e ajudou Diana em algumas
verificações. Henrique continuava mantendo-se afastado dele e achava melhor
assim. Já era estranho ser amigo de Sara, também criar laços com um antigo
apaixonado de Rachel seria ainda pior.
No
fim da tarde encontrou com Mozz. Talvez toda aquela tentativa de retorno
tivesse sido um erro. Talvez não devessem ter dado ouvidos a Peter e voltado a
NY. Talvez só lhes restasse uma nova fuga.
-
Tem certeza? Pode ser arriscado.
-
Não tenho certeza de nada, Mozz. Mas ela está estranha, não é ela lá dentro.
Temos de tirá-la de lá.
-
Tiraremos então...mantenha o engravatado crente na sua paciência e me dê alguns
dias.
-
Obrigada, Mozz. Sei o quanto você desejava ficar aqui.
-
Sim...mas eu posso adiar meus planos pela ‘pequena-diabinha’. Menina Helen
merece o sacrifício. George também anda bem tristonho. Nem o robô que prometi
lhe dar de três anos o animou hoje.
-
Eu planejava comemorar o aniversário dele...e o aniversário de casamento também.
Mas assim é impossível. Acho que nem a Rachel lembra-se que semana que vem
completamos dois anos casados.
-
Faça uma surpresa pra ela!
-
Como se eu tivesse muitas opções...- Neal tentou fazer piada.
-
Você já foi mais criativo, Neal. Ainda tem uma semana para pensar em algo
e...se me permite a intromissão....nem sempre a gente consegue ver o que é o
melhor quando estamos no meio do problema. Rachel não quer ver George para não
magoá-lo, mas os dois estão sofrendo. Deve levá-lo até o presídio, Neal. Quando
ver o filho, ela ficará melhor. Mesmo que brigue com você, será melhor a raiva
à passividade. É esse o presente de aniversário que o George quer: ver a mãe.
Era
o mais franco dos conselhos que um amigo poderia lhe dar.
-
Eu vou pensar, Mozz.
O
dia seguinte foi um pouco melhor e mais agitado para Rachel. Logo pela manhã
foi levada ao setor de atendimento médico e, um tanto ressabiada, recebida por
uma médica de pele clara e cabelos grisalhos.
-
Bom dia, Rachel. Sou a Dª Laura Gross e vim atendê-la.
-
Oi. A Sr. é obstetra?
-
Sim. Pelas minhas mãos já nasceram algumas centenas de americanos e americanas.
E agora, pelo que vejo em sua fixa, mais uma menina virá ao mundo. Como se
chamará?
-
Helen. – Ainda estava desconfiada. – Você sempre atende presas?
-
Sim, querida. Sempre atendo. Desde quando ainda atendia em hospital, sempre
dediquei um pouco do meu tempo aos presídios. Hoje atuo apenas no meu
consultório e atendo às detentas. No que depender de mim, Helen será muito bem
cuidada. Confie, Rachel.
Confiar
não era algo fácil para Rachel naquela situação, mas, aos poucos, Laura ganhou
ao menos a simpatia da nova paciente. Em uma longa consulta, Rachel lhe contou
do primeiro filho e de suas difíceis condições de nascimento. A médica
surpreendeu-se, mas não se preocupou. Era prova de que estava diante de uma
mulher com facilidade para dar a luz, uma boa indicação. A única preocupação
era com o trauma sofrido no trágico nascimento de Liz.
-
Eu acredito sim que, bem acompanhada, você terá um nascimento tranquilo. Quanto
a indicação por um procedimento de ligamento de trompas para evitar uma nova
gestação, apenas clinicamente ele é indicado. Mas temos de avaliar outros
fatores também, como o emocional. Se você não tem total certeza de que é isso o
que deseja, não precisa fazer.
Só
depois de muita conversa Drª Laura pediu para examiná-la. Não constatou nada de
anormal e apenas lhe sugeriu alongamentos e exercícios para as dores e que
evitasse o sal para não reter líquido e diminuir o inchaço.
-
Daqui a alguns dias virei vê-la novamente, Rachel. Se seu marido quiser falar
comigo sobre Helen diga para não hesitar em ir ao meu consultório.
-
Obrigada, Drª.
A
tarde foi a vez de Elizabeth aparecer no presídio. Peter não queria aquela
visita, mas ela sentia-se bem e resolveu levar sua barriga de quase 8 meses
para passear.
Rachel
é sua amiga, seus maridos tratam-se como pai e filho além de trabalharem juntos
e seus filhos passavam parte do dia brincando na mesma escola. Não poderia
abandoná-la naquele momento e, talvez, com outra grávida ela conseguisse se
abrir.
-
É bom te ver, Ell. Você está linda. – Rachel recepcionou a amiga tentando
forçar um tom mais animado.
-
No meio da próxima semana eu fecho 8 meses. Estou me sentindo como se fosse
entalar em cada porta. Mas tudo valerá a pena quando estivermos com nossas
meninas brincando por aí.
-
É, valerá sim. Helen e Valentina serão muito felizes Ell, mesmo se eu não
estiver por perto para ver.
-
Não diga isso! Peter me garantiu que logo você estará na rua. Ele não
descansará antes disso.
-
Eu sei, Ell. Não é culpa de Peter. Era um plano arriscado mesmo.
-
Tenha fé. Neal lhe falou que eu o estou ajudando a procurar a casa de vocês?
Encontrei uma perto da nossa!
-
Que ótimo. – Mas a frase não saiu com a animação esperada. – Desculpe Elizabeth...eu
queria estar mais animada. Queria mesmo. Ajude Neal a escolher e preparar a
casa para receber Helen, mas eu não sei se algum dia viverei lá. Começo a achar
que não.
Dois
dias se passaram e o mandado de busca contra Lorenzo Beltracci não veio. A
justiça andava na contramão da divisão de Colarinho Branco ultimamente.
-
Eles alegam que a opinião de um ex criminoso como você, Neal, não pode ser o
único argumento para um mandado de busca na empresa de um homem com reputação
ilibada.
-
E o que faremos agora? – Sara não estava nem um pouco interessada na reputação
de Lorenzo Beltracci. Queria a sua gorda comissão por recuperar o quadro.
-
Agora nós vamos fazer do nosso jeito....
-
Ei, ei, ei. Muito cuidado. Nada ilegal. – Peter lembrou a Neal. O ‘jeito
Caffrey’ costumava ser tão eficaz quanto perigoso. – O que tem em mente?
-
Primeiro vamos ter de confirmar se o quadro está no apartamento mesmo, para
poder rastrear, depois forçá-lo a retirar a peça de lá e pegá-lo no flagra. Não
podemos invadir e fazer uma busca, mas se ele sair na rua carregando uma tela,
nada mais natural que desejarmos vê-la.
-
Eu sei que vou me arrepender da pergunta, mas, como pretende invadir o
apartamento dele? Uma cobertura com segurança de primeira qualidade.
-
Com a ajuda da Sara.
-
Eu? Como assim? – Ela não tinha capitado a mensagem de Neal.
-
Ele foi seu namorado, Sara. Jogue charme e convença-o a dar uma festa. Eu
estarei lá para abrir o cofre e olhar enquanto a equipe do FBI me dá cobertura.
-
Como assim seu namorado, Sara? – Normalmente calado, Henrique se manifestou.
-
Obrigada, Neal, por espalhar algo que te contei em particular. – Sara reclamou.
-
Espere, Neal! Você quer invadir um apartamento e, com a ajuda do FBI, arrombar
o cofre de um milionário. É isso?
-
Exato. Mas eu não pretendo roubar nada.
Peter
deveria ter bloqueado qualquer chance daquela maluquice ir adiante, mas precisam
dar fim aquele caso e, se descobrissem que não estava lá era só Neal sair sem
deixar rastro, fácil para ele, e nenhum problema ocorreria.
Coube
a Sara aproximar-se de Lorenzo e convencê-lo a expor algumas de suas
antiguidades recém adquiridas. Usaria como desculpa o fato de que o ladrão de
seu quadro original poderia se sentir tentado a aparecer. Motivo pelo qual o
FBI estaria na casa. A desculpa colaria perfeitamente. Sara só não contava com
a possibilidade de ganhar problemas com Henrique. Ele não gostou nada daquilo
tudo.
-
Quer dizer que você usa o FBI num caso seu e esconde detalhes. Mas conta para o
seu ex que o homem investigado também já foi seu namorado. E eu sou o último a
saber, Sara?
-
Sem ataques Henrique. Lorenzo não foi ninguém importante. Foi um namoro rápido.
-
Assim como todos os outros? Você sempre diz isso. Eu me pergunto se eu também
sou só um namoro rápido.
-
Não é não. – Ela beijou-o e depois olhou em seus olhos. – Você eu amo. Me faz
bem, me faz sorrir...e me fez não voltar a Londres. Por um caso rápido eu não
faria isso.
-
Foi bom ouvir isso.
-
Ótimo! Então não fique magoado por eu participar do caso e me ajude. Preciso finalizar
esse caso.
A
festa foi marcada para dalí a 4 dias, no próximo sábado a noite. Tempo no qual
o FBI se prepararia e daria andamento aos outros casos que se acumulavam. Era
bastante tempo e Neal teve de confirmar com Mozz se eles ainda estariam ali ou
a fuga de Rachel já teria se concretizado.
-
Dificilmente, Neal. Eu contatei um parceiro e ele aceitou inicialmente. Mas ao
saber quer Rachel está grávida de sete meses disse que não. Ela não vai
conseguir passar pelo duto de ar e, pelo telhado, ia exigir um preparo físico
que ele não acredita dela ter. Eu tenho certeza de que conseguiria.
-
Ela chegaria ao teto e?
-
A puxaríamos com uma corda, de Helicóptero.
-
Você está louco? E se um guarda dispara contra ela? Mozz!
-
Eu lhe daria um colete salva vidas, Neal, obviamente. Mas já descartei essa
possibilidade...apesar de imaginar as manchetes do dia seguinte. Nós
entraríamos para a história. Mas agora estou pensando em algo mais simples como
retirá-la do presídio forjando algum problema de saúde, interceptar o carro e
fugir.
-
É, bem melhor, Mozz. Investigou a médica nova?
-
Sim! Drª Laura Gross. Pode vir a ser nossa aliada. Nunca teve nenhuma queixa
contra ela ao passar mais de 20 anos atendendo presas grávidas. Parou de
trabalhar em hospitais para fazer isso.
-
Apenas por amor a profissão? – Parecia uma mulher muito doce, mas...algo não
encaixava na história.
-
Não. Há 20 anos sua filha foi presa por tráfico de drogas. Ela estava grávida e
morreu ao dar a luz prematuramente. Laura processou o governo e alegou que sua
filha e neto morreram por não receberem atenção minimamente humanitária. Desde
então dedica-se a atender detentas na mesma situação. Tenho certeza de que o
caso de Rachel pode tê-la comovido...e com algum incentivo, a Drª Laura pode
solicitar que Rachel vá ao seu consultório. Aí nós fugimos. O que acha?
-
Perfeito, Mozz. Eu farei uma visita à Doutora Gross.
Na
sexta-feira, aniversário de George, Mozz e Neal foram surpreendidos por um
grande problema. Logo cedo parabenizaram o menino, deram presentes, trocaram
abraços e o deixaram escolher o café da manhã. Como qualquer criança ele
gostou, mas faltava algo e todos sabiam o que. Mesmo assim, ao chegar na
escolinha com seu skate novo ele chegava a sorrir.
Neal
surpreendeu-se então quando Mozz telefonou no meio da tarde para contar que
ligaram da escola porque seu filho chorava sem parar. O motivo o enraiveceu.
-
Parece que uma das crianças maiores lhe disse que sua mãe não veio para o
aniversário porque está presa. Ele brigou e tentou bater no menino mais velho.
Porém depois só chorou.
Neal
foi buscá-lo e trouxe para casa ainda em prantos. O pior era não saber como
lidar com isso. Seu filho tinha apenas três anos, mas era esperto o bastante
para não se deixar enganar. Ele sabia que vinha sendo enganado. Mentir mais
agora apenas serviria para irritá-lo.
-
Você quer tomar banho com o papai? – Ele sempre gostava de ir junto para o
chuveiro.
-
NÃO! Quero tomar banho com a minha mãe!
-
A mamãe não está aqui, George. Logo ela volta. Você sabe.
-
Mas onde ela tá? – Ele não repetia o que lhe diziam na escola. Só pedia pela
confirmação. A diretora é que contou o ocorrido lá.
-
Vem com o papai pro banho e a gente conversa. – Ele ensaboou o menino e brincou
com as bolhas acalmando-o antes de voltar ao assunto. – O que te falaram na
escolha, George? Porque chorou? Conta pro papai.
-
O outro garoto falou que a mamãe tá na cadeia. Falou que ela tá presa, que é má
e mata gente. Daí eu bati nele papai! Mas ele é maior que eu e bateu em mim
também.
-
Machucou você?
-
Aqui ó. – Ele mostrou a barriga. – Mas a professora botou gelo.
-
Que bom. Papai não quer que você brigue George, mas não apanhe quieto nunca.
Chame a professora e conte pra nós o que há de errado na escola.
-
Tá bom...
-
Não é verdade né papai? A mamãe não é má de verdade, é?
O
que dizer quando aquele par de olhos azuis esperava uma resposta com tanta
ansiedade? Não podia continuar mentindo pro filho.
-
Claro que a mamãe não é má, George. Ela ama você. Você e a Helen são a razão do
papai e a mamãe viver. E ela quer tanto te ver que você nem imagina.
-
Então deixa ela ver eu! Onde ela tá?
-
Ela..ela...George...a mamãe ela não é má. Não mesmo. Mas ela cometeu alguns
erros e...quando isso acontece a gente as vezes recebe um castigo.
-
Igual quando eu brigo na escola?
-
É...igual...então a mamãe... ela errou e está de castigo num lugar.
-
Esse lugar é a cadeia? – Perguntou a simplicidade de uma criança.
-
Sim, George. É a cadeia. – Ele não fez cara triste nem chorou. – Tudo bem? Você
não se importa?
-
Não...você disse que a mamãe não é má então não. Quando ela volta pra casa do
castigo? Eu não posso ver ela? Ela e a Helen não querem me ver?
-
Elas querem muito.
-
Então me leva papai! Leva vai! Leva pai! Por favor! Leva....
-
Está bem, está bem. Eu levo. Amanhã eu levo você para ver a mamãe.
Quando
o sábado chegou, pouco restou a Neal a não ser cumprir a promessa. Era
aniversário de seu filho e de casamento. Portanto negava-se a ficar triste. Há
dias Mozz o avisou que recebeu autorização para visitas particulares com a
esposa, porém ela não sabia. Assim como ela não fazia ideia de que um
sorridente e arrumado George o acompanhava até o presídio.
-
Mozz, eu vou entrar com ele e você espera aqui, está bem? Depois eu o trago de
volta.
-
Estarei aqui.
Rachel
sabia que era Neal quando chamaram-na para a visita. Todos os sábados pela
manhã ele vinha. Ela seguiu caminhando a frente do guarda com toda a
tranquilidade e até um pequeno sorriso nos lábios. Até perceber para qual sala
a guiavam. Não era onde ela recebia visitas. Era...era...para a sala das
crianças. Havia no presídio uma sala com mesas baixas e pequenos brinquedos de
montar onde as presas podiam receber a visita dos filhos. Mas ela nunca foi ali
porque Neal prometeu jamais trazer George. Ela parou no meio do caminho.
-
Eu não vou. – Disse no corredor. – Eu não tenho nada para fazer nesse lugar.
-
Tem uma criança aguardando-a.
-
Eu não quero vê-lo. Me leve de volta pra minha cela. – Disse sentindo os olhos
marejarem.
-
Tem certeza? O menino já está lá. Vai se decepcionar se não vê-la.
Por
mais vergonha que tivesse, deixar George lá, todo nervoso e ansioso como
deveria estar era impossível. E desejava vê-lo. Seu coração estava em um galope
ágil enquanto a guarda abria a última tranca depois de ter lhe tirado as
algemas de mãos e pés. Ao menos aquilo George não veria.
-
Mãeeeeeee eu tô aqui. – Ela o viu gritar enquanto se aproximava.
-
Oi meu pequenino...a mamãe estava com tanta saudade. – O menino abraçou-a
apertado enquanto passava a mão na barriga da mãe e sentia a diferença de
tamanho. O olhar de Rachel estava em Neal. – Você prometeu não fazer isso.
-
Também prometi cuidar bem dele. As duas promessas são impossíveis de cumprir.
Escolhi deixá-lo feliz no dia do seu aniversário.
-
É...três aninhos! Já é um rapaz! Mamãe não tem um presente pra te dar aqui,
filho. Só quando ela ir pra casa com vocês.
-
O papai já me deu um skate! – Ele mexeu em seu cabelo. – Você tá igual a
Valente mamãe! – Disse comparando-a com a personagem do filme infantil.
-
E você gosta?
-
Sim. Tá bonito. Né papai que a mamãe tá bonita?
-
Sim, filho. Ela sempre está. Você viu como a sua irmã cresceu?
-
Tá grandona! Ela sai daí quando?
-
Falta pouco, meu filho. – Rachel falava enquanto tocava e cheirava o cabelo de
George. Estava tão lindo e arrumadinho. Sem perceber as lágrimas passaram a
escorrer por seu rosto. – Logo você e a Helen estarão juntos. Isso é certo.
-
E aí você vai pra casa também né? Aí o seu castigo já vai ter terminado né?
-
Vai sim, George. Quando a Helen nascer a mamãe estará na nossa casa. – Neal respondeu
com a certeza de quem tinha mais de uma alternativa.
Ao
fim de rápidos 20 minutos George despediu-se da mãe e saiu de mãos dadas com o
pai. Quando Rachel foi despedir-se de Neal com um beijo ele lhe calou os lábios
com um dos dedos e disse que logo mais se encontrariam.
-
Não é só George quem está de aniversário. Nós também temos o que comemorar.
Com
esse aviso ela sequer estranhou quando, cerca de meia hora depois, foi
novamente levada para visita. Dessa vez em uma cela que se assemelhava a um
quarto impessoal e simples de hotel. Se conseguisse esquecer o fato de não
haver janelas e da porta de metal ser trancada pelo lado de fora, poderia
realmente achar que estava com seu marido comemorando o aniversário de
casamento com uma noite de sexo. Mesmo que conseguisse esquecer de tudo isso, o
comentário da guarda a teria tirado do sonho.
-
Quase parindo e com visita íntima! Você é fogo em ruiva! Também com um homem
desse solto aí na rua....eu também ia querer cuidar bem. Qualquer coisa é só
gritar...eu vou ficar bem aqui pertinho da porta.
Tudo
o que ela não precisava naquele momento era de alguém para lembra-la de que seu
marido era muito bonito para ficar sozinho por tanto tempo. Com tantas mulheres
se atirando para cima dele, logo já estaria com alguma, se é que já não estava.
Mas era difícil de acreditar quando ele lá a esperava, em pleno sábado, num
presídio, e sorrindo com aquela barba por fazer completamente irresistível.
-
Oi! Você demorou.
-
Uma dama sempre se arruma para um encontro...passei horas fazendo maquiagem e
cabelo. – Ela respondeu brincando.
-
Você definitivamente não precisa de horas na maquiagem para ser perfeita. Eu
estava desesperado para poder ficar com você sem gente nos vigiando.
Sem
pensarem muito, os beijos e abraços passaram da quase inocente saudade à paixão
incandescente. Neal abriu tirou a blusa dela e soltou o sutiã simples e branco
que usava por baixo.
-
Quero ver você. Sinto falta de te olhar nua todos os dias.
-
Não estou num dos meus melhores momentos, mas, quando Helen nascer, eu retomo a
malhação e fico gostosa pra você novamente. Eu garanto.
-
Você não me ouviu reclamar, Rachel. Nem vai. Já disse que meus filhos só te
deixaram mais farta em gostosura. Não atrapalharam em nada.
Ele
estava empolgado e quando tirou-lhe a calça e a calcinha também de algodão
branco, colocou-a a cama.
-
Calma Neal...não dá...não podemos. Eu não... – Com a voz ofegante, nem mesmo
Rachel acreditava na sua negação.
-
Não podemos? Pode me dizer por quê? – Neal respondeu sorrindo.
-
Porque...porque eu estou grávida demais.
-
Grávida demais...ok. – Ele pareceu não dar bola e tirou a camisa rapidamente. –
Mais algum motivo?
-
Motivo...é...- Não conseguia se concentrar em nada a não ser no peito dele
exposto aos seus olhos. Queria tocar. – Eu estou presa.
-
Presa...é... – Sapato e calça foram retirados em poucos movimentos. – Vai ter
de me dar motivos bem melhores, Rachel.
-
Eu não vou conseguir assim...
-
Vai, vai sim. – A cueca voou para longe e lá estava ele, nu feito uma estátua
de Adonis perfeita. Só que sexualmente muito melhor dotado. – Você está louca
pra fazer amor também. Não negue, Rachel. Você não é mulher de ficar sem sexo
por semanas.
-
Tem uma guarda na porta Neal...vão passar a semana dizendo que fui bem comid...
-
Bem amada...ela vai nos ouvir, vai morrer de inveja de você e vai passar a
semana falando que você é bem amada pelo seu homem. O que é verdade.
Se
foi verdade que a guarda ficou ouvindo os dois, deve ter sentido o calor que
emanava do outro lado da porta. Delicada e gentilmente, ela foi acariciada da
cabeça aos pés. Não houve parte de seu corpo que não foi beijada e tocada.
Dessa vez não houve mordidas nem nenhum movimento mais brusco. Não estavam em
sua casa, em sua cama. Além disso, Helen exigia mais carinho e menos paixão.
Quando
aproximavam-se do limite de tempo estipulado para a visita, ela e Neal ainda se
acariciava calmamente.
-
Como estão os casos do FBI?
-
Hoje vamos encerrar um. Começar a encerrar, pelo menos. Armamos uma tocaia pra
descobrir se um cara armou um golpe para fraudar o seguro. Achamos que ele
falsificou a peça e tentou segurar para depois alegar roubo, mas mantém o
original no cofre.
-
Caso de segurado é....interessante. Por acaso ele não veio de uma certa Sara
Ellis, não?
-
Sim, veio. Rachel você não precisa ter ciúme dela. Eu não a quero. E ela está
com o Henrique.
-
É...ok. Mas é bom ela lembrar o peso da minha mão e do estrago que ela pode
fazer naqueles ossinhos. Eu esfolo ela inteira se vier se oferece pra você!
-
Ok, ok. Não há nada disso. – Ele beijou-a. – Por isso eu te amo. Eu sei que
lutaria com qualquer mulher que tentasse se colocar entre nós.
-
É! Dava uma surra nela. E em você também se der bola! Nem pensa em me trair,
Caffrey! Você é meu!
-
Sou mesmo.
Neal
e Rachel não faziam ideia, mas, naquele momento, Elizabeth e Peter brigavam por
causa deles. E era uma das mais sérias brigas nos quase 15 anos de casamento
entre os Burke. Quase sem perceber Ell comentou algo sobre Rachel. Isso fez seu
marido notar que, mesmo com pedido ao contrário, ela havia estado no presídio.
-
Eu fui vê-la sim. Mais de uma vez, aliás. E vou continuar indo, Peter!
-
Eu disse para não ir, Ell. Aquilo lá não é lugar para mulher grávida!
-
E Rachel está lá mesmo assim! Precisava de uma amiga. Nós duas estamos num
momento muito parecido e...- Ela viu a filha que assustada observava a briga. –
Sofia, vá pro seu quarto. A mamãe chama quando o almoço estiver na mesa.
-
Não briguem...
-
Sofia, vá! Obedeça a mamãe. – Peter falou e esperou a menina subir as escadas. –
Não podia ter me escondido isso.
-
Rachel é minha amiga e está naquele lugar horrível carregando um bebê. É o meu
dever ajudar.
-
Já está ajudando o Neal a escolher e preparar a casa onde eles vão morar quando
ela sair da cadeia. Eu estou pedindo favores a meio mundo pra ver se consigo
trazê-la de volta ao FBI! Você dentro do presídio eu não quero!
-
Pois vai ter de aguentar! Eu não deixarei de ir vê-la! E ponto final!
Com
raiva, Peter saiu para a rua sem se despedir. Ell almoçou muito triste com
Sofia e depois foi ficar no quarto. Pediu para a filha não sair e ficar
brincando com o cachorro no pátio. Provavelmente mais pelo descontrole
emocional do que pela briga, acabou chorando e dormindo durante boa parte da
tarde.
Acordou-se
quando anoitecia e ouviu Peter mexendo nas portas do guarda roupa. Ele percebeu
que ela estava acordada, mas não lhe disse nada. Ainda estava com raiva.
-
Peter...fala comigo. Nós precisamos conversar. Ficar me ignorando não vai
resolver nada. Você nunca foi disso!
-
Você também nunca foi de mentir pra mim, Ell. Quer conversar? Espere sua amiga
sair da cadeia e conversem. Já que isso é mais importante que o seu casamento. –
Ele entrou no banheiro e apenas gritou enquanto já ligava o chuveiro. - Eu vou
passar a noite em uma operação da divisão hoje. Não me espere acordada.
Com
muita raiva acumulada no corpo, Peter encontrou-se com sua equipe. Todos
trocaram olhares e, em instantes, perceberam tratar-se da única forma de tirar
Peter Burke dos eixos: uma briga com Elizabeth. Isso acabava com ele. Neal logo perguntou o que se passava,
tentando abordar da forma mais leve possível.
-
O que houve com seu terno, Peter? – O chefe usava camiseta.
-
É sábado, resolvi não usar. Isso incomoda você?
-
Não. Mas é entranho. Está tudo bem? –
- O terno
está aqui no armário. Depois eu coloco. A gravata ia me sufocar.
-
Ok, ok...mas não quer desabafar? Qual foi o motivo da briga com Elizabeth? –
Peter o encarou. – Todos notaram, Peter.
-
Quer mesmo saber? A sua mulher! Até mesmo presa sua mulher consegue me trazer
problemas!
-
E eu posso saber como? Achei que essa sua implicância com Rachel era passado.
-
Não é passado quando Elizabeth me desobedece e vai visitar Rachel num presídio
com oito meses de gravidez. E ainda me diz que vai fazer isso quantas vezes
desejar. Aí nós brigamos. Pronto, satisfeito com a resposta?
Neal
estava surpreso, isso sim.
-
Não, eu compreendo você. – O tom era o mais irônico possível. – Nenhum marido
quer a esposa grávida em um presídio. É terrível só de pensar.
-
Chega Neal! Basta! Já briguei com Elizabeth, não quero discutir com você. Vamos
trabalhar.
Reunidos,
quando o relógio marcou 9hs da noite eles passaram o plano e o papel de cada um.
Peter e Henrique iriam circular na festa representando eles mesmos: agentes do
FBI. Lorenzo acreditava que estavam ali
apenas para tentar descobrir quem era o ladrão do quadro. Neal entrou como um
convidado e trouxe uma acompanhante, Diana. Ele deveria encontrar o cofre,
verificar se o original estava lá e sair sem deixar rastro enquanto a agente
lhe dava cobertura. Outros agentes à paisana circulariam no ambiente para
evitar qualquer problema caso Neal fosse descoberto. Depois que confirmassem a
posse de Lorenzo, teriam de encontrar um meio dele deixar um rastro que
permitisse o mandado de buscas. Enquanto isso, manteriam vigilância no local.
-
É hora de irmos, às 10hs começa a festa. Vou colocar meu terno. – Disse Peter
enquanto saía, mas voltou quando o celular tocou sobre a mesa.
Todos
viram tratar-se de sua casa. E entranharam quando Peter levou alguns segundos
apenas olhando para o visor como se pensasse se atendia ou não a ligação. A
briga foi realmente séria. Mas o sentimento por Ell era maior que a raiva e ele
atendeu.
-
Fale Ell. Algum problema? – Ele ouviu por um instante e voltou a falar. –
Sofia! O que houve? Já era para estar na cama a essa hora.
-
É a mamãe!
-
O que tem a sua mãe? – Ele perguntou e todos a usa volta preocuparam-se.
-
Ela vai ter o bebê! Valentina vai nascer!
-
Não, não vai nascer....falta um mês. Sofia, coloque sua mãe no telefone, filha,
por favor.
- Não dá.
Os moços tão botando ela na ambulância. Eu vou com eles tá?
-
Ambulância??!?!!? Espera eu...Sofia se isso for brincadeira eu vou ficar muito
chateado com você.
-
É verdade! A mamãe já ligou pra médica dela. Ela vai esperar lá pra Valentina
nascer!
-
Está bem, está bem...vai com sua mãe, Sofia. Fica com ela e diz pra ficar
tranquila que eu estou chegando...eu estou indo...eu...já chego aí.
Não
havia muito o que esclarecer à equipe. Valentina estava vindo ao mundo com mês
de antecedência. E a palidez de Peter dizia afirmava que ele ainda não estava
preparado para isso.
-
Droga! Ela não devia ter passado o dia sozinha, não devia ter brigado com ela. –
Disse descendo as escadas que levavam de sua sala até os elevadores do FBI.
-
Calma, Peter. Pode ser um alarme falso. – Neal lhe disse. – E, se nascer, será
porque tinha de ser. Não é uma briga que adianta um parto.
-
Não é alarme falso. Eu ouvi a sirene da ambulância, Neal. Ell não chamaria uma
ambulância se não tivesse certeza...e ela ligou pra emergência e não pra mim.
Droga! – A porta do elevador se abriu. – Sigam com o planejado, coloquem um
agente no meu lugar e me liguem...não, não me liguem...depois que terminar
tudo, apareçam no hospital pra conhecer Valentina.
-
Boa sorte, Peter. Logo nos vemos. – Neal respondeu e correu para suas obrigações.
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