Ninguém estava feliz. Anastásia
tinha conseguido provar sua inocência e humilhar Alice na frente de toda a
família. Isso não tirou o amargou que sentia. Agora realmente não havia nada o
que fazer. Seu casamento com Grey era passado...um passado vergonhoso.
Christian esperou todos deixarem a
casa da família de Ana e permaneceu, estático e calado, no quarto. Antes de ir
embora, ainda encarou Alice:
- Eu só não aço picadinho de você
porque tenho nojo de te tocar. Mas não pense que sairá barato, Alice! Um dia eu
ainda farei você pagar pelo que fez ao meu irmão e por destruir meu casamento.
Ela não disse nada. Também estava
infeliz. Afinal, estava finalmente casada com José, mas excluída da família. Odiava
ainda mais Anastásia. Pensava que deveria ter se livrado dela quando teve a
chance...talvez quando a prima esteve hospitalizada. Agora não tinha
oportunidade, por enquanto.
Três dias depois...
Ana continuava no hotel com José e
as amigas. Não atendeu nenhuma ligação da família dou de Christian. Tirou esse
tempo para refletir, quase como um retiro espiritual. Isso acabava agora. Em
pleno café da manhã, apresentou sua decisão final.
- Vou ficar aqui. Sou dessa cidade.
Não vou fugir.
- Fico feliz em ouvir isso Ana. –
Disse José. – Mas o que pretende fazer daqui para frente.
- Primeiro vou tomar posse do meu
dinheiro, herança de meu pai que nunca administrei. Vou precisar da sua
orientação, José, para investir ou abrir uma empresa que possa me sustentar e
me manter ocupada. Quero voltar a dançar, quero viver.
Assim o fez. Procurou pelo tio e
conversou claramente. Voltar para Grey estava fora de cogitação, assim como não
queria voltar para antiga casa e ser sustentada pela família. Era hora de
cuidar da própria vida. Não foi um conversa fácil. Ainda estava magoada. Era
impossível esquecer que seu amado tio havia duvidado dela em coisas tão
importantes.
- Bom...Ana...o dinheiro é seu.
Cuidei dele, fiz se multiplicar, mas é seu e pode retirar quando desejar.
- Eu sei que cuidou bem, tio.
- Não quer que eu te oriente quanto
a uma aplicação?
- Não. Um amigo vai me ajudar. Eu
pretendo abrir uma editora. Quero trabalhar com livros e voltar a dançar.
- Sim, filha, você sempre foi muito criativa.
Sempre gostou de ler. Acho que se dará muito bem nessa área.
A conversa estava tão
fria que era constrangedor. Elas eram quase pai e filha.
- Mas você sabe que pode contar
comigo, não sabe? Vai nos visitar? Ana, você é minha filha, ou quase isso. Eu
te amo como filha.
- Vamos esperar o tempo passar. Eu
me decepcionei muito, Tio. Mas eu sempre vou te amar e ser grata por ter me
criado.
- Não precisa agradecer. Você sempre
foi a minha menininha. Sabe, Ana...eu me pergunto se todo esse ódio e ressentimento
da Alice seja porque ela sempre soube de minha preferência por você.
- Não se culpe, tio. Alice é o que
é. Nós duas momos criadas da mesma forma. Titia sempre teve paixão por ela.
Sempre sonhou em casar José e Alice.
- Nem me fale. Ela não se conforma.
- José vai se separar de Alice?
- Ele quer, mas Alice quer
dificultar. Ameaça fazer um escândalo. José está desnorteado.
- Eu vou ligar para ele. Conversar lhe
fará bem.
- Ana...se ele se separar, você e
Grey também não estão mais juntos, tem alguma chance de você e meu filho se
casarem?
- Não tio, não tem. Nunca teve. Eu
jamais pensei em casar com José. – Ela sorriu tristemente. – Com ninguém além
de Christian, na verdade. Agora acho que o melhor que tenho a fazer é seguir com
minha vida. Sem prensar em casamentos. Mas tenho muito carinho por meu primo.
- Eu sei, filha, eu sei.
Quando chegou ao hotel, os planos de
Ana eram descansar. Sentia o corpo e a mente esgotados, em um cansaço incomum
para ela. Só queria colocar as pernas para cima e dormir.
Não conseguiu! Encontrou Christian
na recepção do hotel.
- Oi, precisamos conversar.
A vontade de dizer não, chamar a
segurança e obrigá-lo a deixar o local era imensa. Mas ao olhá-lo e ver o
quanto estava entristecido e devastado, resolveu que tinham de conversar. Era
necessário. Precisava colocar fim naquela situação, iniciar o divórcio e dar a
liberdade aos dois. Reconhecia que Grey também era uma vítima de Alice. Ele merecia
ser livre para encontrar a felicidade...longe dela.
- Vamos ao restaurante do hotel. –
Só voltou a falar quando estavam à mesa. – Eu já falei com o advogado, mas
ainda não entramos com o pedi...
- Não vamos nos separar. – Decretou.
- Vamos, Christian. Nós vamos nos
separar o mais rápido possível.
- Eu quero você como minha mulher.
Não vou assinar o divórcio.
- Então você vai atrasar e complicar
as coisas. Mas no fim eu vou conseguir me divorciar. Sabe que não pode me impedir.
Ele resolveu mudar de
assunto. Não queria brigar.
- Enquanto não decidimos isso, quero
abrir uma conta para você no banco...
- Eu tenho conta em banco. Não
precisa abrir nada.
- Quem está pagando a conta desse
hotel, Anastásia? Jacob?
- Sim, ele me ajudou muito. Mas
agora já estou acertando as coisas para ter acesso a minha herança. Que você,
aliás, teve agiu para que eu não ganhasse ao casar. Não pense que eu não
descobri isso! Agora quer me dar dinheiro! Mas quando eu não tinha a minha
herança, me trancou naquela fazenda sem acesso a nada.
- Eu já te pedi desculpas...
- E eu não esqueci nada! – Ana gritou.
- Ana...eu te amo. – Surpreendendo a
si mesmo, Grey percebeu que por Ana era capaz de se humilhar.
Ela quase baixou a guarda...quase.
- É tarde demais pra isso,
Christian. Acabou.
Chorando, Ana correu para seu quarto.
Não queria ver ninguém. Não queria alar nada. Só queria chorar.
1 mês depois...
Nenhum comentário:
Postar um comentário