Desculpem a demora :( Minha vida anda bem complicada, mas a história será feita com todo o carinho. O cap demorou um pouquinho, mas saiu. E está bemmm legal.
Elizabeth não podia dividir com
ninguém os sentimentos que lhe afligiam. Ninguém jamais soube da parte mais
íntima de sua vida. O que iriam pensar se soubessem? Ela, uma advogada e
investigadora respeitada, cairia em descrédito total. Seria o fim de sua
carreira e da relação que tinha com os amigos e colegas. Nem mesmo Beatriz e
Matt entenderiam o que ela fazia e as razões.
Talvez nem mesmo ela soubesse
explicar. Sabia apenas que era naquelas noites de liberdade e entrega total em
que se sentia mais poderosa. Miguel estava certo, ela gostava de ser chamada de
vadia na cama. Mais do que isso: gostava de ser tratada como uma. E não se
sentia desvalorizada como mulher. Aquela não era ela. Não era a investigadora
Elizabeth a entrar em algum quarto de motel com um homem desconhecido e fazê-lo
acreditar que aceitava fazer qualquer coisa por algum dinheiro. Eles achavam
que ela sujeitava-se a isso por necessidade. Pensavam que a estavam usando. Mas
era o oposto. Ela se satisfazia neles. E depois ia embora sem levar dinheiro
algum ou dizer quem era. Era ela a ter o comando em 100% das vezes e os homens
sequer notavam.
Teve outros tipos de relacionamento,
é claro. Bons relacionamentos. Durante a faculdade namorou um rapaz chamado Natan
por bastante tempo. Chegaram a pensar em ficar noivos. Mas o relacionamento não
evoluía. E o problema estava justamente na cama. Natan estudava psicologia, era
inteligente, educado, fã de música e um perfeito cavalheiro. Isso tornava-o o
parceiro perfeito para tudo menos o sexo. Quando transavam, ela até tentava
fazê-lo entender que gostava de alguma brutalidade, do descontrole, de reações
instintivas. Mas Natan parecia querer amá-la com todo o carinho e dizia não
conseguir sequer pensar em, por engano, lhe ferir a pele. Foi quando
terminaram. Ser feliz em tudo menos na cama definitivamente não bastava. E ela
ficou solteira, engatilhando apenas pequenos casos de uma ou duas noites. Aos
20 anos, lhe parecia uma rotina bem agradável. Pensava que talvez um dia fosse
encontrar um cara que curtisse aquele tipo de sexo e fosse sossegar em um
relacionamento.
Isso começou a mudar quando já
formada e atuando na polícia prendeu uma mulher por abandono de incapaz. Talvez
por lhe fazer pensar no próprio passado ou somente pela crueldade de uma mãe
abandonar os próprios filhos, foi embora muito chocada. Não queria ir para casa
e ficou caminhando nas ruas. Passou por muitos casais. Alguns compostos por
prostitutas e homens a fim de sexo sem compromisso. Viu quando um dos caras
puxou o cabelo da mulher. Ela sorria ao invés de gritar por socorro. E ali Elizabeth
soube que a prostituta estava gostando. Como policial, poderia e deveria ter
dado voz de prisão ao homem que machucava a garota em plena rua. Mas o sorriso
da outra a travou.
Ao invés de prendê-lo ou seguir andando,
ficou observando-os. A garota era uma mulher comum, nem bonita nem feia. Usava
um vestido vulgar, vermelho, curto e excessivamente decotado. Seus seios fartos
pareciam saltar para fora em cada respiração ofegante. E o homem continuava lá,
segurando-a pelo rabo de cavalo com uma mão e alisando seu traseiro com a
outra.
- Vamos...me leva para o motel e não
vai se arrepender. Eu vou te enlouquecer. – Pode ouvir quando a garota se
ofereceu.
- Será que vai mesmo? – O homem apertou
a bunda da acompanhante com força e Elizabeth teve certeza de que ela ficaria com
a marca da mão dele. – Vamos...eu vou te comer sim. E você vai ter de fazer
valer a grana.
Elizabeth os viu entrar em um carro
e teve de reconhecer para si mesma que, mesmo soando vergonhoso para alguns,
invejou a garota. Aquela prostituta teria uma noite de sexo sem nenhum pudor.
Daria e receberia prazer. Isso não era crime algum. A jovem sabia o que estava
fazendo. E ela? Passaria mais uma noite sozinha em casa. Sua outra opção era
ligar para algum colega ou amigo e convidar para irem até um bar. Poderiam até
terminar na cama. Mas seria da mesma forma delicada e respeitosa como foi com
os outros. Tudo cheio de ‘minha querida’ e ‘como você é linda’. Ela não
desejava ser chamada de linda nem de querida, queria apenas prazer da forma
mais brutal que pudessem lhe dar. E sem nenhum envolvimento emocional nem
promessa de ligação no dia seguinte.
E naquela noite Elizabeth pensou em
como os homens deixavam de lado as amarras sociais quando estavam como uma
prostituta. Porque com elas não era necessário cortejar, era apenas
satisfazer-se. Então não pensavam no que era correto. Faziam o que lhes dava
prazer.
Em sua primeira folga, maquiou-se e
vestiu-se como uma vagabunda profissional e saiu palas ruas. Salto alto e
perfume barato, nem mesmo ela se reconhecia. E isso era bom. Desejava ser outra
mulher e sentia-se assim. Por segurança, dentro da bolsa levava uma pequena
arma de choque. Não faria nada que não tivesse vontade. Não demorou muito para
um homem parar o carro próximo dela e lhe oferecer dinheiro por algumas horas
de prazer.
- Te pago 300 se fizer tudo!
O valor não lhe interessava, mas o
‘tudo’ deixou-a confusa. O que seria ‘tudo’ para uma prostituta? Impossível
saber. E ali estava a graça. Ela não sabia o que aquele homem desejava dela e
teria de satisfazê-lo. Pensou então se havia alguma coisa que, de antemão,
sabia não sentir prazer algum. Só lembrou-se de uma.
- Não faço anal. – Tentou com um
antigo namorado e mesmo ele não sendo tão bem dotado, só conseguiu deixá-la
dolorida.
- Puta com frescura! Hoje não to a
fim de cu mesmo. – Ele era forte, cheio de tatuagens nos braços e parecia
bruto. Elizabeth percebeu que o desejava. – Entra no carro.
Como depois se transformaria em
hábito, não disseram os nomes. O tatuado apenas a puxou pelo corredor do motel e
assim que entraram no quarto, mandou-a tirar a roupa e ficar de quatro na cama.
Possui-a como se fosse um animal de rua, do qual depois precisasse se
desinfetar, e tratou-a como se não tivesse valor algum. Mas o animal ali era ele e parecia estar
enjaulado há tempos, tamanha a fome com que a devorou.
- Gostosa! Toma vadia! Toma! Vou te
arrebentar! – Ele gritava enquanto a penetrava por trás utilizando de toda a
força que tinha.
- AAAaaa. – Elizabeth só fazia
gemer.
Foram três vezes durante a madrugada
e nas três ele foi bruto apertando-a, mordendo-a, às vezes machucando-a.
Elizabeth sabia que estaria dolorida no dia seguinte e gostava. A ideia daquele
desconhecido conseguir deixá-la marcada era sexy. Quanto mais bruto ele era,
mais excitação ela sentia.
E quando o tatuado apagou exausto
sobre o colchão, Elizabeth vestiu-se e arrumou os cabelos como pode antes de
sair. Quando fechou a porta atrás de si, percebeu que jamais havia se sentido
tão mulher, tão dona de seus desejos, quanto nessa noite. Estava satisfeita,
com o corpo relaxado e a consciência tranquila.
Depois disso ela repetiu a tática
prazerosa algumas vezes. Sempre que precisava de sexo e não tinha vontade de se
envolver em um relacionamento de verdade. Sabia que era perigoso ser
reconhecida por alguém, mas arriscava porque era daquele sexo que gostava. O
pecador, o violento, o escondido. Jamais fez nada disso com nenhum colega ou
ninguém que pudesse ligá-la à polícia. Só não esperava já ter passado pela cama
de um de seus investigados. E agora estar nas mãos dele.
É claro que, caso expusesse o que
sabia, poucas pessoas acreditariam em Miguel. Mas somente a desconfiança dos
superiores na polícia e dos amigos já seria terrível. E ao menos uma pessoa
tinha condições para juntar as peças e saber de tudo. Bia não sabia o que
fazia, mas tinha conhecimento de seus desaparecimentos em noites de folga. Ela
jamais viu nada comprometedor. Aquele tipo de roupa ficava trancada em uma
gaveta de seu closet. Mas ela ia saber. E jamais se perdoaria por decepcionar
Beatriz.
Na manhã seguinte ao encontro com
Miguel no beco, Elizabeth e Beatriz tomaram café da manhã juntas enquanto Eva
ainda dormia. Elas não trocaram muitas palavras, ambas estavam com pressa, mas a
cumplicidade de irmãs estava ali.
- Tudo bem? Conseguiu resolver seus
problemas com Miguel?
- Ele é quem tem problemas para
resolver com a lei. Eu apenas preciso me afastar dele.
- É. – Bia concordou bebericando sua
xícara de café. – Pena que a gente tem uma tendência de fazer o que deseja e
não o que precisa, minha irmã. Tenha um bom dia.
Na casa dos Benitez o café da manhã
foi corrido e contou com poucas palavras entre mãe e filho. Nada a que Rúbia já
não estivesse habituada. Miguel depois que assumiu as rédeas da BTez estava
cada vez mais estressado e fechado. Aquele jovem vivaz e disposto agora parecia
mais envelhecido com o peso das responsabilidades.
- Não está esquecendo-se de nada,
Miguel? – Ela perguntou ao vê-lo pegar o paletó.
- No, Madre. – Ele até tentou se lembrar. Mas não recordou de nada.
- Willian me telefonou ontem. Você
combinou de o recebermos aqui em casa?
- Droga! Eu esqueci! – Willian era
um grande amigo. Ambos tinham feito residência juntos em um hospital da Espanha
anos atrás. O destino lhes pregou uma peça: espanhol, Miguel já não vivia na
Espanha há muito tempo enquanto Will, americano, morava e exercia a medicina
como pediatra em Sevilha. – Ele vem passar duas semanas. Peça para prepararem
um quarto, sim? Vou buscá-lo no aeroporto!
- Está preparado desde que ele me
falou que vinha. Tomara que com Willian aqui você relaxe um pouco, filho.
- Tomara que eu consiga me desfazer
de alguns compromissos para dar atenção ao meu amigo. Se Javier estivesse aqui
seria mais fácil. Falou com ele?
- Não.
-
Estranho. Já era para ter retornado dos EUA. Mas depois eu vejo isso. Até mais
tarde, Madre.
Miguel
correu para adiantar os compromissos e às 11hs estava no aeroporto esperando o
desembarque de Will. Mantinham contato por telefone e internet, mas há dois
anos não passavam mais do que algumas horas juntos. Esses últimos encontros foram
sempre em uma mesa de bar, apertados entre compromissos profissionais. Nunca
tinham tempo para realmente ouvir um ao outro.
- Como está
a solteirice, Miguel? – Foram do aeroporto para um restaurante e lá começaram a
atualizar as conversas.
- Ótima!
Definitivamente, Alejandra é uma ex muito melhor do que esposa! Agora eu até me
lembro porque um dia a amei!
- Sinto
cheiro de recaída?
- Nem
pensar! Minha vida anda de cabeça para baixo sem esposa, imagina com uma? Nem
pensar!
- E quem é a
atual?
- Não, sem
namorada no momento.
- O que? –
Will ficou realmente surpreso. – Você nunca fica sozinho, Miguel. Ao contrário,
seu problema sempre foi ter apenas uma mulher de cada vez! Sua vida particular
deve estar um tédio jamais visto, meu amigo.
- Longe
disso, Will. Deixe-me te atualizar em algumas coisas.
E Miguel lhe
contou sua situação com a delegada que investigava acusações graves contra sua
empresa. Omitiu, porém, o segredo de Liz. Não por qualquer desconfiança quanto
a Willian, mas para proteger Elizabeth. Por mais que a tivesse ameaçado
justamente com isso, não tinha coragem de expor tema tão particular a estranhos.
Não desejava envergonhá-la.
- Então
enquanto ela quer te prender, você quer levá-la para cama?
-
Basicamente é isso sim. Eu a quero, Will. Preciso tê-la.
Ele apenas
não contava com o fato da polícia estar à sua procura naquele momento e, muito
menos com a razão da busca. Até para Elizabeth a causa foi de grande surpresa.
Quando
chegou ao trabalho, Elizabeth estranhou não ser chamada por Tom para decidirem
o que fazer sobre a investigação da BTez. Mas, conforme Rebecca avisou, o
superior estava envolvido em outro caso e ela deveria tocar as investigações
para conversarem mais tarde. Tranquila, foi para o outro lado da cidade, no
presídio, encontrar-se com Cristian Lima. O contrabandista que após meses de
trabalho investido na sua captura, acabou preso. Em dois dias ela iria depor em
seu julgamento e, segundo a promotoria, ajudar a condená-lo a mais de uma
década. Era muito conveniente para Cristian se ela morresse. Estava convencida
de que ele era o mandante de seu atentado. A indicação era manter-se em
segurança e guardar atenção extra até o depoimento oficial frente ao juiz.
Deveria se preservar. Ela optou por uma atitude mais drástica.
- Surpreso
em me ver, Cristian? – Estavam frente a frente.
-
Investigadora...sim surpreso...esperava vê-la apenas no tribunal. – Ele não
demonstrou nenhum sentimento.
- Esperava?
Mesmo? Eu achei que você não tivesse muito satisfeito com minha presença por
lá.
- Eu? – Seu
sorriso era provocador. – Isso não me importa. E, se não gostasse, nada poderia
fazer, não é verdade?
- É.
Totalmente verdade. Porque eu estarei lá, Cristian. Pode apostar. – Elizabeth aproximou-se
dele e elevou o tom de voz. – E no que depender de mim, a sua pena será a mais
rigorosa. Eu sou dura na queda, lembre-se disso quando for...’dificultar’ meu
dia. Tiros de raspão costumam me deixar bem irritada!
- Que
lástima! – Ele debochou.
Eram 11hs e 40min quando chegou de
volta à sua sala, pensando apenas na fome que sentia. Segundo as regras de
cuidados com a diabetes, deveria se alimentar a cada três horas, mas
dificilmente cumpria isso. O plano era verificar se havia alguma urgência, falar
com Tom e convencê-lo a esperar mais uns dias para pedir um novo mandado de
prisão para Miguel e, finalmente, ir almoçar. Carla e Fred tinham notícias que
lhe mudaram os planos.
- Tom saiu há cerca de 40 minutos.
Foi efetuar a prisão do Benitez. – O jovem policial informou.
- Porque sem mim? Eu sou a
investigadora!
- Ele tentou te ligar e você não
atendeu. – Carla respondeu. – Apareceu mais uma morta.
Elizabeth não queria acreditar.
Estava convencida de que Miguel não era um assassino. Mas entendeu o quão grave
era a situação quando Rebecca lhe estendeu uma foto da cena do crime onde mais
uma mulher fora morta. Rua humilde, lugar sujo, sangue pelo chão e uma mulher
morta a tiros. O corpo estava deitado no chão e com o rosto para baixo, dando a
entender que havia sido atacada pelas costas. Loira, cabelos curtos e opacos,
constituição pequena e frágil. Em poucos instantes percebeu que já a tinha
visto e entendeu qual a ligação de mais uma mulher morta na cidade com Miguel.
- Chama-se Natália Villa. É outra
profissional do sexo. Ela tinha um cartão de no bolso da calça jeans. – Carla
disse.
- Merda! – Elizabeth pegou a própria
bolsa e seguiu para a carceragem. – Eu vou encontrar com eles. Já efetuaram a
prisão?
- Tom deve estar fechando as algemas
nesse momento.
Quando Elizabeth chegou, encontrou
Tom fazendo junto com um delegado o registro da prisão. Foi informada de que
Miguel já estava na cela, especial, por ter curso superior. Na recepção,
reconheceu Louis, o advogado de Miguel, e Rúbia Benitez, acompanhados por outro
homem.
- Você! É você quem vem criando
problemas para meu filho! Você quem o inferniza! Foi você quem o trouxe para cá
e não me deixa vê-lo!
- Senhora Benitez, muito prazer. Eu
me chamo Elizabeth e sou sim a investigadora do caso de seu filho. No entanto,
não fui eu a efetuar a prisão. – Não devia explicação àquela mulher, mas
resolveu deixar claro. – Se ela não é justa, farei de tudo para colocá-lo na
rua em breve.
E preocupada ela aguardou para poder
conversar com Tom a sós. Teria de lhe dizer que esteve com Miguel na noite
anterior e viu quando a mulher em questão entregou o cartão. Eles não se
conheciam até aquele momento. A expressão confusa de Miguel no encontro lhe
dizia isso. Mas significava contar tudo para Tom. Dizer que estava psicológica e
fisicamente afetada por Miguel, ligada a ele. E deixar o caso. Não podia
simplesmente seguir investigando o homem com quem transou no passado.
E, pior, agora lembrar-se
perfeitamente daquela noite. Lembrava-se de como estava nervosa e em como
Miguel a fez extravasar o desejo acumulado. Assim como os outros homens que
conheceu na rua, Miguel foi bruto na cama com ela. Talvez seu único refinamento
tenha sido levá-la para um hotel de luxo e não para qualquer pocilga da região.
Mas na cama foi como todos os outros. Parecia descontar nela uma raiva imensa
e, em cada toque, ia relaxando. Às vezes parecia ter raiva, em outros momentos
era quase carinhoso e em cada segundo sabia o que fazia. Aquela noite agora
poderia lhe custar a chefia de investigação nesse caso e, talvez, problemas na
carreira.
- Tom! – Ela o viu sair de uma sala.
– Precisamos falar.
- Agora não, Elizabeth. Eu tentei te
contatar, mas não consegui e surgiu uma evidência incontestável de que o
Benitez está ligado a mais um dos assassinatos. Agora ele vai passar uma
temporada atrás das grades.
Não havia o que fazer a não ser
dizer a verdade.
- Eu vou contestar a evidência, Tom.
- Como é que é, Elizabeth? Qual seu
problema com esse cara? Você nunca defendeu bandidos assim!
- Estou convencida da inocência
dele.
- Então trate de provar! Tem uma
prova de que ele e sua empresa não estão envolvidos no tráfico para fins
sexuais? Porque eu tenho várias indicações de que eles estão lucrando muito com
isso!
- Não tenho provas! – Nenhuma,
infelizmente. – Mas eu estava com ele ontem, vi quando a mulher o abordou e ele
não a conhecia. Para se livrar dela, entregou o cartão de visita. Eu vi o local
e hora estimada da morte. Miguel Benitez estava comigo, Tom. Ele não é o
assassino.
- Com você? Elizabeth...você, de
alguma forma, está envolvida como ele?
- E...eu... – Estava na cara que
sim.
- Que merda, Elizabeth! Você prendeu
um ricaço! Tem noção no tanto de holofotes que isso atrai?!?! A secretária de
segurança me telefonou pessoalmente hoje para lembrar que minha equipe não pode
cometer erros. A imprensa está na nossa cola! Se descobrirem que você e ele...
- Ele não matou a garota! Eu estava
com ele! E isso é o depoimento de uma investigadora federal com anos de
dedicação ao estado! Acho que tenho credibilidade o bastante!
Comandante, Tom tinha autoridade
suficiente para não apenas dispensar Elizabeth do caso, como lhe punir por ter
atuado e manter envolvimento com o acusado ao mesmo tempo. Mas ele a conhecia
há tempo o bastante para saber que ela jamais o beneficiaria. Ela tinha certeza
do que dizia. E fazer daquilo um escândalo seria prejudicial a todos.
- Não me interessa qual o seu
envolvimento com o Benitez. Se ele for culpado, será preso. Eu não vou te tirar
do caso agora porque a imprensa e a secretaria de segurança iriam me cobrar a
razão disso e seria o fim da sua carreira caso descobrissem. Nós vamos interrogar
o Benitez e, batendo com o que você me disse, ele será liberado.
- Vai bater! – Ela estava segura.
- Ótimo. E se prepare para colocar
no seu relatório alguma explicação satisfatória do porque estava com o Benitez
na noite passada.
- Colocarei a verdadeira! O Senhor
me deu 24hs para descobrir algum indício de que Miguel não era culpado e eu fiz
uma tocaia. Acabei por presenciar o ocorrido.
- É, parece bem convincente. – Com
isso Tom encerrou o assunto e deixou claro estar longe de acreditar ser apenas
aquilo.
O comandante estava certo em esperar
a imprensa. A calçada da delegacia estava cheia de repórteres querendo saber por
que um dos empresários que mais atraía holofotes do país estava preso. Miguel
de La Vega Benitez não era notícia apenas por seu dinheiro. Sua beleza,
juventude e vida social agitada também ganhavam capas de revistas. Todos
queriam detalhes.
E o jornal no qual Beatriz trabalha
sabia que a irmã da investigadora do caso teria acesso mais fácil à delegacia
do que qualquer outro profissional. Conhecida por todos, Beatriz conseguiu
entrar na área policial facilmente. O guarda dos fundos a conhecia de vir falar
com a irmã ocasionalmente e apenas a cumprimentou com um aceno. Apenas viu
Elizabeth passar com o superior. As duas trocaram olhares que Bia reconhecia o
significado. Tinham um combinado para situações em que ela precisava cobrir
como jornalista casos em que a irmã estava envolvida. Uma não se envolvia no
trabalho da outra. Foi então xeretar e ver se descobria algo. Precisa de alguma
informação exclusiva para colocar em sua matéria. Viu a mãe e o advogado do
Benitez em um canto e ficou observando-os. Tinha de aguardar a hora certa para
se aproximar.
- Não sei como entrou aqui, mas se o
Louis descobrir que uma jornalista está tão próxima da família Benitez, não
ficará muito tempo.
Antes de responder, Beatriz pensou
em como ele a tinha reconhecido como jornalista. Não estava carregando na mão
seu bloquinho nem o gravador.
- Eu tenho uma amiga jornalista na
Espanha...vocês tem o mesmo ‘modus operandi’. Observam tudo de longe. – Ele
esclareceu. – Como é o seu nome, jornalista?
- Beatriz. Muito prazer em
conhecê-lo....
- Willian. Eu sou amigo de Miguel. E
é por ele que você está aqui, certamente. Só queria entender como conseguiu
entrar aqui tão rápido. Seus colegas não tiveram a mesma sorte.
- Eu tenho minhas fontes. – Já que
ele estava tão falante, Bia resolveu tentar arrancar outras informações. – Então...você
estava com Miguel quando ele foi preso? Como foi a operação?
- Sim, estava. E eu seria um péssimo
amigo se te passasse alguma outra informação.
- E eu uma péssima jornalista se não
tentasse fazer você falar.
- Verdade. – Will tinha gostado dela
e sorriu com sua sinceridade. – Façamos o seguinte então. A mãe de Miguel está
muito nervosa e eu te peço o favor de não se aproximar da família. E, em troca,
eu não te delato para Louis e você vai apurar suas informações com os
policiais. Fechado?
- Fechado. – Ela não pretendia mesmo
importunar Rúbia Benitez e o advogado seria obrigado a dar um pronunciamento
oficial mais tarde. – Quando Miguel sair, diga que estive aqui. Ele me
conhece...tem meus contatos.
- É bom saber disso. Bom trabalho,
Beatriz.
Na sala de interrogatório, Miguel
estava bem menos animado. Ficou duas horas encarcerado numa cela à espera de
poder conversar com o advogado e esse, quando apareceu, apenas lhe disse que
fazia o possível para libertá-lo ainda naquele dia. Agora passavam das 15 horas
e ainda esperava. Pelo que Louis lhe disse, uma garota de programa fora morta
na noite passada e em seu bolso havia um cartão com seu nome e contatos.
Inicialmente pensou que podia ser uma armação. Mas agora lembrava-se da loura
que o abordou no bar, confusa e fazendo acusações. Precisava avisar para que
Louis localizasse Javier. Ele tinha explicações a dar. Um guarda veio buscá-lo
para dar depoimento. Ele foi e não se surpreendeu a encontrar Elizabeth na
sala. Ela tinha responsabilidade em tudo aquilo. Ela ameaçou prendê-lo e
cumpriu.
- Que prazer tornar a vê-la, Liz. –
Com raiva, provocou-a. – Da noite passada para cá, já sinto saudades!
Elizabeth já esperava encontrá-lo
raivoso. Acostumado com ambientes refinados, Miguel agora estava tendo suas
mãos libertadas das algemas para falar de temas desagradáveis, num lugar frio e
impessoal, cheio de pessoas às quais não desejava ver. Observou também que esta
era a primeira vez que não o via alinhado em um belo traje. Com os cabelos
revoltos, sem o paletó e usando uma camisa já amarrotada, Miguel parecia um
homem menos refinado do que realmente era. Estava menos controlado também e
lindo como sempre.
Aquela raiva, no entanto, podia lhe
custar caro. Esperava que o advogado conseguisse controlar o cliente e o
fizesse não dizer coisas que apenas o comprometeria. Ouviu Louis tentar.
- Apenas responda as perguntas com
clareza, Miguel. Por favor. – Disse-lhe o advogado.
- Por quê? – Descontrolado, Miguel a
atacava e somente ela entendia a que ele se referia. – Eu não posso
cumprimentar a nossa doce e correta investigadora? Elizabeth é um modelo de
cidadã correta, íntegra e cumpridora de seus deveres morais! Não é verdade,
Liz?
- Talvez não, Sr. Benitez. Eu sei
que não sou perfeita. – Havia certa mágoa em sua voz trazida pela acusação de
Miguel. Em códigos, discutiam algo muito íntimo na frente de estranhos. – Mas
eu tento ser o mais correta possível e por isso já repassei ao meu supervisor
aqui presente a informação de que o Sr. estava em minha presença na noite
passada, momento em que a senhorita Natália Villa, conforme apuração na
documentação, fora morta, exatos seis quarteirões de onde nós estávamos.
Enquanto Tom e o escrivão presente
mantinham a expressão neutra, Miguel mostrava-se surpreso pela frieza de
Elizabeth em narrar tudo, não apenas com sinceridade, mas exatidão de dados.
Louis pouco entendia do que se passava.
- A senhora procurou o meu cliente
na noite passada? – O advogado perguntou.
- Ao fazer o meu trabalho de
investigação, eu presenciei o Sr. Benitez em um bar sendo abordado pela
senhorita Natália Villa, no que seriam suas últimas horas de vida. E vi quando
ele entregou o cartão com os dados. Posso afirmar que não se conheciam.
- Deixe isso para o investigado nos
contar, Elizabeth. – Tom interferiu. – Agora, Sr. Benitez, nos conte o que sabe
sobre Natália Villa. E devo lhe informar que sua situação com a justiça anda
bem complicada. Aconselho-o a não tentar me enrolar.
- Não sei muita coisa. – A mulher
havia feito acusações graves. Contá-las para o Comandante podia ser pior.
Miguel não sabia o que fazer. – Ela estava confusa, talvez drogada. Eu não sei.
Então lhe dei meu cartão e pedi que me procurasse em outro momento. E foi só.
Não me disse sequer seu nome.
- E o senhor entrega seu cartão com
informações pessoais a qualquer um sem nem mesmo saber o nome?
- Não...é claro que não. Mas algo
nela me fez acreditar que devia ouvi-la...quando estivesse menos confusa.
- Eu gostaria que me contasse sua
conversa com Natália em detalhes. Agora, Sr. Benitez.
- Eu não lembro...eu...
- A verdade, Miguel! Agora! –
Elizabeth interrompeu o superior e percebeu não tratar Miguel como deveria. –
Faça um esforço e lembre-se, Sr. Benitez. Por favor.
Miguel pensou que talvez não
houvesse escapatória. E se a garota estivesse certa e morrido justamente por
isso? E se fosse tudo verdade e sua empresa de alguma forma estivesse ligada a
sucessivas mortes, além de acobertar os lucros vindos do tráfico e escravização
de seres humanos. Era impensável. Era chocante demais para aceitar. Não podia
se calar.
- Ela disse me conhecer e saber que
eu comandava uma montadora. – Ele começou.
- Isso é informação pública. Não
liga vocês dois. – Louis apressou-se em esclarecer.
- Mas ela parecia conhecer mais
alguém...alguém que ‘também manda e é perigoso’. Ela dizia que eu ‘precisava
fazer parar’ e que havia fugido.
- Fugido de onde? – Elizabeth
perguntou. – De quem? Quem é perigoso?
- Não falou. Estava confusa demais.
Por isso lhe entreguei o cartão. Parecia tudo loucura...mas ela era tão sofrida
que eu achei que...por um instante eu achei que podia ser verdade e lhe dei o
cartão.
- Parece que, confusa ou não,
Natália realmente fugia de alguém perigoso. – Tom concluiu. A história parecia
verdadeira. Mas faltava um detalhe. – Quem também manda na sua empresa, Sr.
Benitez? A quem Natália podia temer? Não é hora de proteger ninguém.
- Legalmente, desde que meu pai
morreu, eu sou o maior acionista e presido o conselho. Mas devido a minha pouca
experiência corporativa, nos primeiros anos meu tio, Javier Alencastro Benitez,
comandou os negócios ao meu lado. Hoje nós dividimos as funções e
gradativamente eu estou assumindo. Mas ele trabalhou a vida toda ao lado de meu
pai. E é improvável que tenha envolvimento em fraudes.
- E assassinatos, Sr. Benitez. Não
se trata mais apenas de dinheiro, mas de vidas. Onde seu tio está nesse
momento?
- Ele estava em viagem aos EUA. Já
era para ter retornado.
- É bom que tenha retornado então. E
que venha prestar esclarecimentos. Vou solicitar um mandado. O Sr. está
liberado, mas não pode deixar o país até segunda ordem.
Miguel e Elizabeth trocaram apenas
um olhar enquanto ele se retirava escoltado pelo advogado. Não tinham tempo
para problemas pessoais enquanto os profissionais eram tão gigantescos. Ela
conseguiu livrar Miguel da acusação daquele assassinato, mas ele seguia no
centro de um escândalo de abuso sexual.
Miguel foi para casa cercado pela
atenção da mãe. Rúbia não tinha um sofrimento assim desde a morte do marido.
Sentia que agora lhe tentavam tirar o único filho.
- Como trataram você? Eu já pedi
para Juliana preparar sua comida favorita. Eles lhe serviram alguma refeição?
- Sim. Mas eles não servem paella, madre!
- Vou preparar para o jantar! – Tudo
o que desejava era mimar seu filho.
- Will! – Miguel procurou pelo
amigo. – Desculpe pela recepção. Seu primeiro dia no Brasil e já passa por isso.
- Não foi de todo ruim, Miguel.
Achei bem animado.
- Por quê?
- Depois eu te falo.
Banho, muito descanso e um bom
jantar tipicamente espanhol fizeram Miguel deixar de lado o mau humor do dia. A
paella de frutos do mar saboreada com
um vinho espanhol conseguiu arrancar sorrisos de todos. Quando o relógio marcou
10h15min, Rúbia anunciou que ia deitar-se para repousar daquele dia tão duro.
Dispensando a companhia de Will, Miguel avisou que iria sair. Tinha algo de
importante para fazer.
Pegou seu carro e saiu com destino
certo. A casa de Elizabeth. Torcia para a irmã e a sobrinha não estarem.
Precisava conversar em paz com a teimosa investigadora. Devia-lhe um
agradecimento. O primeiro passo foi fazer com que abrisse o portão da rua. Pelo
interfone lhe avisou que não sairia dali sem vê-la.
- Abra, por favor. – Pediu e ouviu o
trinque se abrir.
Quando entrou no apartamento, Miguel
conheceu um ambiente simples, mas bem decorado. No canto esquerdo uma caixa com
brinquedos e sobre o sofá algumas pequenas roupas. Sim, ali vivia um bebê e
duas mulheres. Era um lugar delicado e prático, confirmando se tratar do lar de
duas mulheres que trabalhavam fora.
- Minha irmã e minha sobrinha estão
dormindo. Fale baixo, por favor. – Elizabeth pediu guiando-o para a cozinha e
lhe oferecendo um café.
- Já estamos íntimos o bastante para
tomar um café na cozinha do apartamento às 23hs?
- Acho que sim...olha Miguel...eu
sinto pela humilhação que passou hoje. Mas não vou te pedir desculpas por fazer
o meu trabalho. E também não vou te dar explicações da minha vida particular. O
que faço nas minhas noites de folga não te interessa. E eu sinto muito pelo fato
de você já ter...participado das minhas noites de folga e agora estar
tumultuando o meu trabalho.
- Não sinta. Eu vou provar minha
inocência, Elizabeth. Eu agradeço sua ajuda hoje. Se não tivesse sido meu álibi
eu ainda estaria preso. E me desculpe se eu fui grosseiro com você lá no
interrogatório.
- Eu já tive presos bem mais
grosseiros, acredite.
- Imagino...e quanto a suas noites
de folga, eu não vou fingir que entendo. Estaria mentindo. Uma mulher como você
não deveria se sujeitar a ser tratada daquela forma...eu lembro de como te
tratei, lembro das coisas que te falei. Não é assim que uma mulher como você
merece ser tratada. Eu fui muito bruto e grosseiro com você.
Elizabeth o observou por algum
tempo. Estavam sendo francos. Ele merecia ouvir a verdade. Não tinha porque se
culpar por algo de que ela gostava e até buscava.
- Eu gostei de você bruto e
grosseiro, Miguel.
- Você merece ser cuidada.
- É essa brutalidade que eu procuro
nas ruas. Naquela noite você me deu exatamente o que eu precisava.
Os dois sabiam como aquela conversa
terminaria. Miguel não veio ali apenas para falar e Elizabeth abriu a porta
sabendo do risco. Não demorou muito para Miguel tirar o casaco e erguê-la por
sobre a bancada que servia como mesa. Elizabeth só não arrancou todos os botões
da camisa dele porque sabia que ele precisaria dela para ir embora. Sua vontade
era devorá-lo.
- A menos que sua irmã tenha o sono
realmente pesado, acho melhor irmos para o seu quarto, Liz.
Os dois foram e, sem pudor algum,
arrancaram as próprias roupas e expuseram os corpos já vistos antes. Dessa vez
ele não usava barba nem estava bêbado enquanto ela usava uma lingerie muito
mais discreta e tinha no rosto apenas um leve batom.
- Eu quero você, Miguel. – Ela confessou
enquanto ele beijava seu pescoço. – Forte como da outra vez. Quero amanhã
carregar comigo as marcas dessa noite e lembrar-me de como foram feitas.
- Você é maluca Liz. Totalmente
pirada. Mas eu não me importo em satisfazer você. – Ele tinha planos para
mostrar para ela que conseguia satisfazê-la sem ofendê-la, deixando claro que
era sim uma mulher valorizada. – Deita de costas. Vou te chupar tanto que você
vai gritar até ficar rouca.
- Não...vou acordar a...
- Então terá que segurar seus
gritos, querida Liz. – Ele forçou-a a deitar e, já completamente nua, afastar
as pernas. – Você manda na sua delegacia, nas suas investigações, mas, na nossa
cama quem manda sou eu. Você me obedece. Ouviu bem?
- Simmm. – Elizabeth respondeu
quando o sentiu posicionar seus joelhos sobre cada um de seus ombros. Com as
mãos ele afastava ainda mais suas coxas e ganhava acesso livre a região mais
íntima. Logo Miguel a devastava com a língua e os lábios. E ela nem mesmo
gritar podia. – Aaaa mais....mais Miguel.
Ele também queria mais e logo suas
mãos subiram para os seios e apertavam, torciam os mamilos fazendo-a se
contrair no corpo todo, inclusive lá embaixo.
- Gostosa...eu quero você toda. Você
inteira. Toda minha. Quero que você fique em cima. Cavalgue-me o mais rápido
que puder enquanto eu chupo esses peitos. Vem!
Ela obedeceu e adorou senti-lo o
mais fundo possível. Ele era grande e ia sem dó, entrava todo, sem delicadezas
e ela mordia os lábios para não gritar. Ao menos tempo em que a penetrava,
Miguel beijava e chupava seus seios com desespero. Mas ela desejava mais.
- Morde! Morde bem forte. Me deixa
marcada! – Implorou.
- Já te disse que aqui quem manda
sou eu. – A resposta veio acompanhada por uma palmada ardida dada na parte de
trás da coxa e que ela adorou sentir.
Ele ergueu as costas e passou a
controlar a penetração também. Estava quase gozando e queria atrasar um pouco
mais, além de estar na linha de visão dela nessa hora. Estavam enlaçados, com
as pernas engatadas na do parceiro e com as bocas unidas.
Quando o orgasmo chegou, fizeram
questão de manter o beijo e que esse abafasse os gritos. Tiveram os corpos
sacudidos pela sensação de prazer, apimentada pelo fato de estarem cometendo um
erro. Aquela noite teria de ser mantida em sigilo ou ambos teriam problemas.
Quando os corações voltaram a bater
normalmente, Miguel foi o primeiro a falar.
- Eu vou quer mais disso. –
Avisou-a.
- Nós temos a noite toda.
Miguel preferiu não responder, mas
não se referia a mais transas naquela noite. Estava lhe dizendo que aquela não
seria a última noite deles juntos. Realmente não se importava se Elizabeth
desejasse sair em suas noites de folga para ter sexo selvagem passando-se por
uma prostituta. Desde que ele fosse seu único cliente.
Passava das 5hs da manhã e os dois
estavam relaxados na cama após uma madrugada quente. Era hora de Miguel pegar
suas coisas e ir para casa antes que o dia clareasse e ele pudesse ser visto
deixando a casa. O que o impediu de se despedir foi o telefone tocando. Era
Louis e o tema bem desagradável.
- Javier não deu sinal. Eu o
procurei no apartamento e não retornou dos EUA. Então chequei suas reservas de
hotel. Ele sumiu do mapa Miguel. Javier fugiu.
Ao desligar o telefone Miguel estava
pálido e Elizabeth desconfiada.
- O que foi de tão grave, Miguel?
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