Os olhares
e a troca de palavras entre Milena e Nathan não conseguiam amenizar o clima
existente entre eles. Ao contrário, a energia que parecia explodir sempre que
trocavam um olhar estava a cada momento mais presente. Enquanto Maria Fernanda
já jogava no celular de sua mãe, bastante sonolenta, seus pais pareciam seguir
os passos de uma dança muito bem coreografada. Eles acreditavam que a menina
estava alheia a tudo em sua inocência. Engano. Ela podia não ouvir, mas sentia
o clima de amor que pairava entre os adultos.
Mas ia
muito além do sentimento percebido pela menina. Havia desejo. Havia o mesmo
tesão que os levou a ficar juntos anos antes, sem vontade alguma de pensar no
amanhã. Havia, também, muita dor. A mágoa pelo abandono de um lado. A vergonha
pela própria covardia de outro. Eram sentimentos demais, transbordando sem que
eles dessem conta.
Durante
toda a tarde juntos, Nathan teve algumas ideias para a noite. A maior parte
delas envolvia uma Maria adormecida e eles bastante despertos. Nesses
devaneios, Milena lhe sorria menos carrancuda que nos últimos dias e bem mais
parecida com a mulher a qual ele se apaixonou. No sonho, ela largava a taça de
vinho e, sedutora, se despia para ele. Surpreso e encantado com a ousadia,
poderia apreciar o desenho do corpo daquela mulher e ter mais uma chance de
fazê-la reviver os sentimentos que os aproximaram.
Sem
o sonho se concretizar, assistiu Milena apenas bebericar de sua taça e não
chegar nem próximo de seduzi-lo. Ao menos a bebida ajudou a por fim na
animosidade entre eles. Ambos eram conhecedores de vinhos. Ela dominava a
produção como poucas mulheres. Ele entendia do casamento entre os diferentes
estilos da bebida fermentada aos mais finos sabores. A combinação desses dois
conhecimentos rendia deliciosas conversas.
- Você já deve ter provado os mais
maravilhosos sabores. – Ela o provocou. Se Nathan não a conhecesse, pensaria
que estava falando de um tema bem mais íntimo que o vinho. – Eu sou mais da
terra, sem esse glamour.
- Já provei alguns sim. Rótulos
especiais, envelhecidos com todo o cuidado. Daqueles vinhos que você mais
parece cometer um pecado ao beber e que custam muito mais do que qualquer
refeição. Há muita...perfumaria nesse assunto, se é que você me entende.
- Sim, é claro. Mas essa
“perfumaria” tem tudo a ver com o seu negócio. Se não me engano, Nathan Johnson
assina um livro sobre harmonização de vinhos finos com pratos refinados.
- Bravo! É verdade...mas nem sempre
o vinho mais caro, antigo ou delicado é o melhor. Às vezes o melhor sabor vem
justamente da terra, do mais honesto, sem tanta artificialidade.
- Isso me sua muito simples para um
homem de paladar tão apurado.
- Eu sei o que é bom, Milena. Sei do
que gosto, do que meu corpo precisa. E sei, principalmente, aonde encontro
isso. Se tiver que mudar toda a minha vida para conseguir...não parece um
sacrifício tão grande.
- Por uma garrafa de vinho? Acho
exagero.
Ela estava mais uma vez fugindo de
assunto. Mas Nathan estava disposto a lhe permitir isso, até porque levá-la
para a cama parecia – apesar de muito tentador – o menos complicado de seus
desafios. Precisava era encontrar uma forma de reaver sua confiança. Tinha de
encontrar um meio de conseguir fazê-la desejar sua presença sem a necessidade
de uma relaxante taça de vinho. Queria que ela não apenas fosse até sua cama
pela própria vontade incontrolável como lá permanecesse. Sair correndo
impulsionada pela vergonha ou pelas dúvidas logo ao raiar do sol não era uma
alternativa aceitável. Ele deu-lhe um minuto de privacidade enquanto foi
acomodar Maria Fernanda na cama do quarto de hóspedes e, quando retornou à
sala, puxou outro assunto.
- Eu quero acompanhar mais de perto
o tratamento médico de Maria. Andei pesquisando e hoje há alternativas muito
eficazes. São raríssimos os casos em que a criança que nasce surda não recupera
nenhum grau de audição.
A mudança repentina de assunto
assustou Milena. Agradou-a, por um lado. No rumo que estavam, terminaria aquela
noite arrependida. Por outro lado, ver Nathan como um pai preocupado e zeloso
ainda lhe era difícil. Além disso, era uma clara constatação de que agora já
estava sozinha e isso apresentava uma face muito difícil de se adaptar. Era
difícil ser mãe sozinha e arcar com todas as responsabilidades em solidão.
Porém, ter um companheiro significava dividir decisões. E ter algumas do
passado julgadas e questionadas.
- Você acha que eu já não pesquisei
tudo isso? Eu lido com isso desde que o teste da orelhinha apontou problemas,
ainda na maternidade. E não é tão simples quanto parece!
- Calma! Eu não quis dizer que é
fácil nem nada do tipo, Milena. Só...quero me inteirar. Apenas isso.
Sabendo que havia passado do ponto,
Milena baixou o tom.
- Eu sei. Desculpe.
- Tudo bem. Eu apenas
gostaria de ir às próximas consultas da minha filha. Eu faria de tudo para o
bem estar de Maria. Você passou os últimos anos já fazendo isso e, agora, eu
também desejo contribuir.
-
Está bem... – Milena percebeu que era hora de abrir a realidade para Nathan. -
Os médicos falam que tem uma cirurgia capaz de devolver a audição de Maria, ao
menos em parte. Já falar não é possível plenamente. Depende de um trabalho com
fonoaudióloga.
-
Então vamos lhe oferecer a cirurgia e a fonoaudióloga! – Para Nathan, soava
como algo simples.
- Você não entende...o medo de
fazê-la sofrer, de colocá-la em risco. O pavor de deixar Maria desprotegida.
Nada do que diz respeito a Maria é fácil de decidir.
Era nesses momentos que Nathan
entendia as marcas que o seu abandono causou. Maria não sofreu com a falta de
dinheiro. Teve alimento, roupas e todos os brinquedos que uma criança poderia
sonhar. Também da falta de amor não padeceu. Afinal, os Vicentin a cercaram de
todo o afeto. Mas nada conseguiu compensar a falta da segurança que ele,
enquanto pai, deveria ter lhe fornecido. Era seu dever ter servido de esteio
para Milena nos momentos difíceis. Sem onde amparar-se, ela permitiu-se deixar
o medo crescer a ponto de endurecer o coração contra as alternativas para
Maria. Tudo por amor. Tudo por pavor de também perder sua menina.
- Acalme-se Milena...eu não disse
que era fácil. Apenas...quero conhecer, saber de tudo.
- Eu sei...eu...
- Você está assustada com tantas
mudanças e é natural. Mas não precisa. Nós vamos nos adaptar. – Com a calma que
a passagem do tempo lhe ensinou a ter, Nathan espero-a se acalmar. – Quem sabe
você apenas marca uma consulta com o médico de Maria nós vamos juntos. Só isso.
- Está bem...eu marco. – Ela cedeu.
- E enquanto isso você ficam em São
Paulo. Aqui, comigo. Grande parte do seu trabalho na vinícola pode ser feito à
distância.
- É...não sei...eu... – De repente,
num surto de coragem, pareceu ser o certo. – Tá...ok. Ela adora ficar aqui
e...eu também.
Não era apenas a vontade de ter
Milena e a filha por perto que incomodavam Nathan e o faziam pressionar para
que ela adiasse seu retorno ao Rio Grande do Sul. A situação de Milena com sua
família também o levavam a crer que ela precisava de apoio naquele momento. É
que por mais força que ela aparentasse, a reação dos irmãos à verdade a feriu
demais. E tudo ainda estava muito mal cicatrizado. Seus pais e avós a
receberiam no sul cheios de dúvidas e ele não gostaria que Milena lidasse com
tudo sem a sua presença.
As horas já haviam avançado e eles
viviam a constrangedora dúvida entre querer dormirem juntos, mas temerem as consequências.
Uma coisa era entregar-se à paixão num momento de furor, no qual nenhum deles
estava raciocinando. Outra, bem mais comprometedora, era escolherem dormirem
juntos após terem passado horas conversando. Caso acontecesse, não seria algo
impensado. E eles não poderiam se esconder da responsabilidade.
- Eu...vou...ver Maria e me ajeitar
para dormir. Já está tarde. – Ela optou pela razão.
- Claro...eu terminarei essa taça de
vinho e depois me recolherei. Fique à vontade. – Ele preferiu não pressionar.
Preocupado com o futuro e
descontente, Nathan ali ficou. O restinho de vinho na taça recebeu a companhia
de mais uma dose. E depois de outra mais. E quando ele ouviu o barulho do
chuveiro sessar e Milena abrir a porta usando uma camisola curta e delicada,
ele não resistiu.
Ao caminhar pelo curto corredor,
Milena sentia-se exposta. Mas também bastante sedutora. Mais do que correr em
direção à cama que dividiria com a filha, ela desejava manter-se longe do pai
dela. Conhecia bem seus desejos e o quanto a sua força de vontade podia ser
fraca quando envolvia aquele homem. O corredor pareceu esticar-se ou seus
passos encolheram. Quando enfim seu braço alcançou a maçaneta da porta, também
sentiu uma mão quente e firme colocar-se sobre a sua e a impedi-la de abrir a
porta.
- Não incomode o sono da menina.
Fique comigo nessa noite. – O convite ganhou ares de proposta. Daquelas
irrecusáveis.
- Eu...é melhor eu ficar com...
- Não se esconda atrás de Maria,
Milena. Você é mais mulher do que isso. – Nathan falou sem permitir que ela se
afastasse. – Se você disser não eu vou compreender...mas eu sei qual a resposta
está no seu coração.
Com os rostos muito próximos, a
resposta começou a ser oferecida sem que houvesse necessidade de palavras.
Milena rendeu-se a um beijo que ali estava – pesando entre eles – há bastante
tempo. Dessa vez, porém, não poderia agir para esconder-se depois atrás de
mentiras. Agia sabendo o que fazia.
O beijo passou a um amasso. Não
aqueles típicos dos namorados adolescentes, rápidos e afoitos. Um amasso de
quem já se conhecia, conhecia o ritmo um do outro, sabia o que agradava ou não
só pela temperatura do corpo. A parede serviu de apoio e logo Milena estava
desabotoando a camisa de Nathan tendo as pernas em volta de sua cintura. Uma
tarefa que exigia habilidade.
Nathan desistiu da noite de
malabarismos e contorcionismos e ergueu no colo, dando alguns passos e
largando-a na cama. Depois, com ela olhando-o um tanto atônita, ainda lembrou
de trancar a porta. É que só assim poderiam ter uma noite íntima, sem correr o
risco de Maria os surpreendê-lo no meio da transa.
- Eu quero que a gente se assuma. –
Entre beijos Nathan lhe confidenciou. – Quero te assumir como minha. Já passou
da hora, Milena.
- Não é justo me cobrar isso
agora...
- Nas outras horas você nem me deixa
iniciar a frase. Eu mereço a desconfiança. Sei disso. Mas eu quero uma chance.
- Chance para que? – No fundo,
Milena já sabia o que vinha em resposta.
- Para formar uma família com você.
Uma noite, ou mais algumas, é pouco para o que eu estou sentindo, bella
ragazza.
- Não
gosto quando me chama assim...lembro da noite em que me abandonou.
-
Estou te dizendo que a quero de volta, que te amo Milena, que preciso de você
tanto quanto de ar ou de alimento. E que essa brincadeirinha de ser seu amigo e
parceiro apenas por causa de Maria já não me basta. Amo minha filha. Mas
preciso de mais. Preciso de você.
Em
choque, Milena achou que a noite de sexo havia se transformado numa “DR”
daquelas complicadas. Mas mesmo com as palavras fortes, desejo seguia entre eles. Porque estava
amarrado justamente aqueles sentimentos que Nathan, enfim, externava.
-
Estou aqui, me tenha. – Ela respondeu.
- Não
é só na cama que eu quero. – Ele enfatizou enquanto começava a despi-la. A
ideia era não permitir que o fogo se apagasse.
- Eu
continuarei aqui amanhã pela manhã, prometo. – Não fora a mais profunda das
promessas, mas o melhor que Milena tinha a oferecer naquele instante.
Feliz
em tê-la e ainda mais satisfeito em ter lhe arrancado ao menos uma pretensão de
lhe oferecer uma chance, Nathan dedicou-se a amar Milena. Em cada toque uma
promessa. A cada beijo uma lembrança do passado e uma expectativa a elevar-se
ao amanhã. Conforme a noite se transformava em madrugada, muitas promessas
silenciosas foram feitas. Nenhum deles sabia quais seriam cumpridos. Nem
estavam preocupados. Estavam interessados apenas em trocar calor humano, sem
nada pensar. Dar e receber afeto, deixando as dúvidas e promessas para quando o
sol nascesse.
Quando
os raios enfim entraram pela janela, despertando-os de um sono rápido e
tumultuado, Milena negou-se a acordar. Nathan acordou-a aos beijos, certo de
que dali em diante seria um homem comprometido. Confusa, Milena o encarava sem
saber o que dizer ou fazer.
Milena não era a única a ter
conversas difíceis logo ao amanhecer. Na casa de Melissa, o dia havia nascido
cheio de expectativa. E ela não entendia bem o porquê. Era um dia de semana
normal. Tális deveria estar se preparando para a aula. E Rafael já deveria o
estar apressando para terminar o café da manhã a fim de ambos poderem sair. No
entanto, eles trocavam olhares cúmplices e sorrisos disfarçados enquanto ela
fingia que não percebia.
- Vocês irão me dizer o que se passa
até o jantar ou eu terei de ver essas caras de “culpados” no dejejum de amanhã
também? – Ela perguntou, desconfiada.
Rafael gostou de saber que Melissa
estava de bom humor. Não que desconfiasse da sua reação às novidades. Mas é que
ela, apesar de feliz, não demoraria muito para questionar o por quê de tudo ter
sido acertado sem a sua presença. Em todos esses anos de união, as poucas
brigas que tiveram ocorreram quando Mel se sentiu excluída de seus problemas.
Mesmo que fossem coisas de trabalho e as quais ela não tinha nenhuma
interferência, ela exigia saber. Assim, costumava dizer, ao menos poderia
oferecer apoio, mesmo à distância.
- Somos culpados, assumimos. Não é
Tális? – Ele começou.
- Ei! Me tira fora dessa pai.
- Falem...estou cansando disso.
- Está bem...bom, serei direto.
Estive com Isabely ontem. Nós tivemos uma longa conversa e, agora que ela já
nos conhece melhor e eu lhe garanti que jamais tivemos o interesse de afasta-la
de Marta ou de sua “família” no abrigo, ela nos aceitou.
- Nos...aceitou? O que isso
significa exatamente? – O coração começou a galopar do peito de Melissa. Ela só
temia a decepção.
- Aceitou ser nossa filha. Com
algumas regras, é verdade. Mas aceitou.
- Regras. Que regras?
- Coisa pouca mãe...não liga.
- Como não vou ligar, Tális. Vocês
resolvem isso, sem nem me levar junto. E olha que estamos falando da vida de
minha filha. E ainda querem que eu não ligue?
- Acalme-se Mel. Eu só queria lhe
poupar dessa parte. O que importa é que ela inda está tímida. E tem medo de se
afastar de Marta e de seus irmãos de criação.
- Eu jamais faria isso! – Melissa
argumentou.
- Eu sei, porque te conheço. Mas ela
ainda precisa conhecer para confiar. Dê-lhe tempo. Além disso...ela afirma que
não se transformará numa boneca mimada e cheia de frescuras.
Aquela parte deixou Melissa um pouco
triste. Era assim que Isa a via. Não como uma mãe dedicada, ou esposa
preocupada. Ela era a boneca de luxo, bela e perfumada, porém sem muita
utilidade. Era assim que o mundo a via.
- Bom...o que me resta dizer? Vocês
já acertaram tudo, não é? Quando ela chega? Posso estar presente, pelo menos?
- Não fique assim, meu amor. Nossa
filha vai começar a conhece-la aos poucos...e vai te amar exatamente como eu
amo.
- É mãe! Claro que vai!
- Eu espero que sim... – como era de
costume em Melissa, ela preferiu deixar a tristeza de lado e falar de coisas
boas. – Bom...vou preparar um quarto e um guarda roupa novo pra ela. Tudo que
Isabely precisar eu farei!
Aquilo arrepiou Rafael...
- Apenas...calma, por favor. Ela
virá passar alguns dias por enquanto. A papelada definitiva demorará a sair.
- Não se preocupem...eu me
controlarei.
Se na casa de Melissa e Rafael tudo
se resolveu rapidamente, no apartamento de Nathan, Milena não facilitou tanto
as coisas. Eles já concluíam o café da manhã junto de uma serelepe Maria quando
ele voltou a pressioná-la. De uma forma bastante doce, porém. Lhe preparou algo
que, ele jamais esqueceu, ela adorava ter no café da manhã: torrada aquecida
com mel.
- Ajudará se eu prometer nunca
deixar faltar mel puro na nossa dispensa? E garantir que aqueço seu pão todo
dia logo cedo? – O doce e autêntico “eu te amo” açucarou os sentimentos dela.
- Assim é covardia. – Ela riu, mas
aceitou a torrada com o doce derretido.
- Você não viu nada. Meu próximo
golpe é mandar trazer uma daquelas cucas maravilhosas que sempre têm nos cafés
da manhã típicos do Rio Grande do Sul.
Milena sorriu. Poderia ter explicado
a Nathan que as cucas eram típicas dos imigrantes alemãs e não os italianos,
como a sua família. Ainda assim, se calou. Afinal, o que valia era a boa
intenção. E disso o coração dele parecia estar cheio. Ela resolveu que não
queria mais fugir daquele amor que já crescia novamente em seu peito.
- Eu quero...quero a torrada, o
meu...e também quero você. – Milena, enfim, disse o que Nathan queria ouvir.
Uma Maria Fernanda sorridente
assistiu seus pais trocarem um beijo bem mais modesto que os da noite anterior.
Feliz, a menina aproveitou a distração dos adultos para pegar uma das torradas
para si. Milena não era a única a gostar daquele café da manhã.
O amor
seguiu manhã adentro. O mais familiar dos cafés da manhã que Milena poderia
oferecer à Maria e o mais feliz que ela poderia ter. Tudo desmoronou, porém,
quando o telefone celular começou a tocar. No visor o número de Jonas. Elas se
preparou para mais uma briga com o irmão a respeito de sua vida particular e se
preparou para, armada, revidar qualquer acusação. Mas era, na realidade, muito
pior.
- Milena...eu...estou ligando
porque...é o vovô.
- O que aconteceu? – Tudo
desmoronou. E qualquer outra desavença pareceu mesquinha e sem importância. – O
que há com o nono?
- Mamãe me ligou agora...ele piorou.
Estão pedindo que nós três embarcarmos o quanto antes. Eu e Lorenzo vamos no
voo do meio dia. Milena...você está bem? Está me ouvindo?
- Sim. Eu...vou, claro que nós vamos
também. Nós vemos...
Não havia mais nada a dizer. E
quando Milena desligou o telefone, viu Nathan com o notebook aberto. Na tela, o
site de uma companhia aérea. Não estar só tinha suas vantagens.